Doc “Munch: Amor, Fantasmas e Vampiras” / “Munch: Love, Ghosts and Lady Vampires” (Autoral Filmes, 2022)

Que filme... É difícil você ter um documentário que, ao cumprir com todas as características de um DOC, não tenha na narração o seu ponto mais lento. Mas, a forma como Ingrid Bolsø Berdal a faz é simplesmente fenomenal. Mil vezes a voz dela, dentro da minha imaginação, só poderia ter copiado as entonações de Munch; o sentimento puro, jogado no áudio; a leitura, a forma de olhar, naqueles olhos azuis límpidos... A loucura relampejando pelos seus olhos, numa voz controladamente dentro das características de uma narrativa. Como os nossos políticos (bastardos, na sua maioria) podem se apropriar de um termo tão etéreo como a palavra narração/narrativa, sendo ela tão relacionada à palavra humana mais profunda, de alma?
Ainda é insuficiente? A fotografia do filme vai convencer a todos de que muitas vezes o sofrimento de um artista diante de tudo o que desfila diante de seus olhos vira…




