
Pode-se dizer que o filme já entra na galeria dos “antiguinhos” – embora, filme bom não tenha idade. Deixemos de lado então que ele seja de 2011 porque o assunto é cada vez mais atualíssimo, filmes coreanos não são muito vistos e sobretudo porque os responsáveis por crianças precisam ser responsabilizados pesadamente – e como o mundo continua masculino, machista e totalmente interesseiro – os deputados não votam em nada que diga respeito aos interesses femininos e infantis – e não me canso de incluir aí as mulheres trans, os meninos pequenos e indefesos e os velhos, mesmo que os “tais ditos conservadores” façam questão de nos “pular” sempre da sua escala de valores a serem protegidos.
Também é baseado em fatos reais – e só de imaginar que isso aconteceu e não é uma ficção bizarra de um diretor pervertido, o estômago se revolta, se enjoa. Portanto, esse é um filme muito difícil de ver, embora seja obrigatório. Se você conhece uma autoridade, é ainda mais obrigatório. Se conhece o governador, algum deputado ou senador então é dever, é responsabilidade civil.
Muito bem filmado, com interpretações primorosas, construção de personagens muito bem aprofundadas pelos atores e direção objetiva, dura, realista, EM SILÊNCIO escancara o mundo pervertido de machistas, tarados, doentes. Se fosse isso, já seria asqueroso. Mas tem mais. É esse mundo abusando de crianças pequenas. Tem mais. De crianças surdas. O filme é doentio, tem nível de violência sexual sugerida e de violência física mostrada. Você fica ali olhando as coisas acontecerem e os adultos dentro da escola sem sequer levantarem seus olhos dos livros. Como se o barulho dos tapas e gritos fossem apenas ruído ambiente.
É aterrador, mas necessário. Agora que o Brasil sai da “letargia regida pelos interesses das Big Techs” para regular – um pouquinho – a forma avassaladora como as crianças podem ser atacadas nas redes sociais e como os adultos as deixam à solta pelo mundo, pela vida e pelas redes – como se não houvesse mal e bem, não houvesse amanhã.
Imperdível para a plateia adulta, incluindo avós, tios e amigos, obrigatório para os professores. Nós podemos salvar os mais frágeis, se não nos omitirmos.
Você se omite?
Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV
A primeira coisa que lhes digo é que este filme precisa ser visto, falado, e a partir dele precisamos avaliar se no nosso país estas situações não estão sucedendo num qualquer canto do nosso território. Precisamos todos, os responsáveis, os pais que confiam os seus filhos a profissionais, quem cuida de órfãos, etc. Falo do meu país, Portugal, do país onde vivo, Brasil, mas falo também de todos os outros países do mundo.
Eu podia dizer que este filme é duro, mas não é o filme que é duro, o que é duro e muito difícil neste filme é perceber como podem existir pessoas que são capazes de fazer tamanha maldade. Não uma ou duas às escondidas, mas muito pior, porque durante 40 anos um grupo enorme de pessoas fez o que quis com crianças surdas. E outros, mesmo que não tenham feito, encobriram. E nos chamamos de “humanos”. No filme verão que foi possível julgar os culpados mas o esquema de “amizade e conluio” permitiu que tivessem penas absurdamente leves.
Este filme fez o que os filmes podem fazer – justiça. Foi este filme que permitiu a abertura do caso, que permitiu que na Coreia do Sul não exista qualquer prazo de prescrição para agressão sexual contra crianças menores de 13 anos e pessoas com deficiência. Permitiu que as penas tenham aumentado. A nossa voz ou a nossa força são sempre importantes, mesmo que sejamos pobres, simples, invisíveis. Mesmo assim podemos. Se sabemos falar, escrever, podemos mais. Se temos poder, influencia, dinheiro, conhecimento, podemos muito mais. Situações destas precisam acabar e temos de ter meios de impedir que voltem, que surjam estas ou outras. Pedofilia, violação, estupro, assedio sexual, assedio moral, violência de gênero, vamos acumulando misérias e não somos capazes de as extinguir.
É um filme para maiores de 18 anos mas essencial. Não pode deixar de assistir. Só assistindo percebe que todos precisamos ajudar, cuidar, supervisionar.
Atores espetaculares, tão espetaculares que os atores que fazem as personagens criminosas nos dão nojo. Os jovens e crianças são atores e atrizes sensacionais. Um espanto.
Lute contra as injustiças, com o cinema, com o teatro, com a escrita, com a arte, com a sua fala, seus comportamentos. Seja com o que for que você consegue, mas lute.
Se quiser saber mais, veja aqui.
Ana Santos, professora, jornalista
Sinopse: Retrata a história de uma escola para deficientes auditivos na qual membros do corpo docente agrediram sexualmente jovens estudantes surdos durante um longo período.
Direção: Hwang Dong-hyuk
Elenco: Gong Yoo, Jung Yu-mi, Kim Hyeon-soo
Trailer e informações:
https://www.imdb.com/pt/title/tt2070649/
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