Eu era criança na época histórica em que os roteiristas situaram o filme, mas acho que todas as pessoas ouviram o termo que foi forjado na época: “bebê de proveta”. O filme JOY fala justamente da odisseia de enfrentamento ao preconceito que os cientistas ao redor do desenvolvimento da técnica de inseminação artificial passaram.
Que filme! E – Claro, porque eu amo – baseado numa história real. Thomasin McKenzie é uma atriz incrível. O cinema está conseguindo repor suas estrelas – talvez melhor do que na música. O fato é que o elenco principal tem 3 personagens e com maiores ou menores participações, ele é fenomenal. James Norton e Bill Nighy também tiveram atuação perfeita. Os três juntos, demonstraram dor, resiliência e entrega em busca da resposta para a questão: uma mulher estéril não merece engravidar, se a natureza, a fisiologia, a anatomia lhes são infiéis? A ciência poderia ultrapassar os limites de “Deus”?
O resultado nós sabemos: milhões de bebês estão por aí, reafirmando que “todos somos filhos de Deus”, de proveta ou por fecundação natural. Mas naquela época...
É fenomenal o cinema nos colocar diante dessas encruzilhadas para vermos que “o tal movimento conservador” é totalmente desprovido de juízo ou sanidade – principalmente quando temos que reenfrentar o absurdo e a boçalidade de discutir a importância das vacinas na nossa civilização ou pior – se a Terra “ficou plana” ou era plana e os “cientistas nos enganaram”.
As mulheres precisam falar de suas necessidades: Precisamos sobreviver à nossa convivência com os homens que nos espancam, precisamos falar sobre aborto – deixando claro que as mulheres sofrem ao terem que optar pelo aborto, seja por qual motivo for. Precisamos de absorventes, anticoncepcionais, médicos – e uma escuta aberta.
Tantos temas subjacentes tem JOY. Quantas discussões paralelas podem nascem de um filme excepcional.
Assistam. Basta isso. Deveria passar nos templos com suas regras bizarras e pessoas infelizes.
Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro, TV
Mais um filme sobre uma história verídica. Delícia. Com uma trilha sonora maravilhosa!!! Excelentes atores, figurino de época lindo – uma época de roupa com linhas espetaculares.
A história do antigamente chamado “Bébé Proveta” ou “Bêbê de Proveta”. Pensar que tudo isso começou a acontecer quando eu tinha 3 anos...1969, uma época muito tradicionalista, machista, repleta de normas do patriarcado. Falar em aborto, falar em ajudar a engravidar as mulheres e homens que não conseguiam, que biologicamente tinham “impedimentos”, era considerado pecado, um absurdo, etc, etc, etc. Agora parece um desafio interessante, mas no momento foi muito difícil: o enfrentamento à igreja, e às normas relacionadas ao que era adequado para a mulher fazer. O filme adequadamente se posiciona a favor de um dos 3 concretizadores do “invento” – a única mulher.
Atualmente quantos casais conseguiram ter filhos por causa dessa descoberta? Roger Federer, Cristiano Ronaldo, são dois casos mediáticos, de milhões de casos, em que essa descoberta lhes permitiu mudar de vida, realizar sonhos pessoais como pais, construir as famílias que desejaram.
Sempre reagimos às descobertas e sempre nos adaptamos a elas – seja isso bom ou mau. Agora estamos nesse momento com IA (inteligência artificial), clonagem, viver no espaço ou noutro planeta e outras mais.
Um filme lindo, bem feito, com bons atores, trilha top, como falei, nos recordando de uma época e de uma descoberta muito importante para a vida humana – eu tenho uma amiga que teve trigêmeas por exemplo, 3 lindas e talentosas mulheres.
Ana Santos, professora, jornalista
Sinopse: 3 pioneiros: uma jovem enfermeira, um cientista visionário e um cirurgião inovador enfrentam oposição da igreja, do estado, da mídia e do establishment médico em sua busca pelo primeiro 'bebê de proveta' do mundo, Louise Joy Brown.
Direção: Ben Taylor
Elenco: Thomasin McKenzie, James Norton, Bill Nighy.
Trailer e Informações: