Eu amo filmes com grandes histórias de amor, mesmo que tenham aquele leve exagero dramático dos filmes japoneses – uma coisa meio infantil, mas que casa muito bem amor, perda, drama, tristeza.
E o filme tem um pouquinho de tudo isso, mas também doçura, suavidade, delicadeza, beleza, leveza, simpatia. Os atores principais são simplesmente lindos – um desenho físico tão suave em corpos simplesmente perfeitos.
Yuriko Yoshitaka e Ryûsei Yokohama são dois atores novos, talentosos e que encontraram muito bem o desenho cênico das suas personagens. Aliás, uma coisa muito pregnante é a conjugação entre trilha e o tom de voz que eles usam – baixo, de extrema suavidade, mesmo quando eram desconhecidos um do outro.
Entrar na dimensão japonesa de convivência levará talvez um pouco mais de tempo para “os extremamente ocidentalizados”, mas vale a pena. Mesmo nas cenas de luta – e sim, há cenas de luta muito boas - Ryûsei Yokohama consegue extrema destreza com potência interior. Nada de grandes kiais – aquele grito que liberta a potência interior das artes marciais – mas a potência do silêncio, o poder da confissão, da culpa.
Ela tem pouquíssimas falhas na construção de uma pessoa com graves perdas de visão; ele tem pouquíssimas falhas na construção dramática de uma pessoa atormentada pela culpa. O resultado é um filme delicado, emocionante, com atores incrivelmente bons.
Dá pra chorar, dá pra sorrir. Não é um filme feito para o Oscar, por exemplo, mas para quem gosta de filme romântico vale demais à pena assistir.
Eu amei.
Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV
Um filme extremamente terno. Alguns poderão considerar até lamechas, tem alguma fantasia, tem algo de conto de fadas. Mas, para além disso, nos deixa mensagens lindas e muito importantes. Por isso digo que é terno, emocionante, inspirador.
Duas vidas marcadas por dor e perda, nos mostram como é atraente seguir caminhos errados, mas também como é estimulante criar caminhos novos e acreditar na vida, nos dias e na transformação que podemos fazer em nós e à nossa volta. Termos a capacidade de nos perdoarmos é muito difícil, principalmente quando somos boas pessoas e fizemos coisas horríveis. Mas o filme fala disso e nos mostra com muita candura como existe sempre uma forma de tentar corrigir, de tentar melhorar e de ir em frente. O filme tem pormenores deliciosos, tem uma luz apontada para o bem a todo o momento e nos dá esperança, nos dá forças para fazermos o melhor que pudermos das nossas vidas, nem sempre perfeitas, nem sempre agradáveis.
Atores lindos, expressivos, encantadores, talentosos. Ryusei Yokohama é um encanto, muito lindo, muito expressivo.
Vemos o Japão difícil, pobre, pesado, criminoso, abusador, mas também o Japão organizado, sensível, belo, doce, mágico.
Existem algumas temáticas abordadas muito impactantes, como o assédio no trabalho, o abuso a mulheres, o abuso a mulheres com alguma incapacidade, a dor do mal que fizemos aos que amamos, a vida em orfanatos e os vínculos bons e maus dessa “sorte”.
Prepare um lenço ou um lençol porque é emocionante, principalmente os pequenos gestos, os pequenos detalhes que constroem as vidas de amor verdadeiro e de respeito pelo outro. Imperdível!!!!
Ana Santos, professora, jornalista
Sinopse: A jovem Akari tem sua vida transformada após um acidente em que perde os pais e a visão. Enquanto tenta se adaptar à nova rotina, ela conhece o ex-lutador Rui, que abandonou o mundo do crime e agora trabalha em um estacionamento.
Direção: Takahiro Miki
Elenco: Yuriko Yoshitaka, Ryûsei Yokohama, Kyôsuke Yabe.
Trailer e informações:
Gostei do enredo. Vou ver o filme!