Anne Hathaway e Jim Sturgess. Já posso colocar ponto final e vocês certamente saberão que o filme é maravilhoso. É mesmo. Anne Hathaway tem a capacidade de nos convencer que tudo o que ela faz é fácil e orgânico – como se fosse fácil ser fácil até em Os Miseráveis. Ela é incrível.
O ponto forte do filme é absorver bem pedagogicamente que a vida nos coloca diante das coisas e nem sempre estamos prontos para assimilar o que precisamos ver; que se podem passar anos até que o fato, seja qual for, nos seja finalmente compreensível. Porém, como a vida é sempre surpreendente, quando isso acontece e nós percebemos o movimento e nos entregamos a ele, nem sempre isso significa equilíbrio e felicidade por muito tempo. Ninguém consegue esconder a surpresa e a dor que trespassam o nosso coração, ninguém consegue resolver a dor – exatamente como na vida real. A gente permite que o tempo faça o seu trabalho de limpeza, na medida do possível, mas é só.
Não quero, nem posso não falar do talento incrível de Jim Sturgess. Ele é o par perfeito, a alma à espera do toque. Que atores... No cinema, como na vida, falamos de química; e como eles têm química... Uma coisa singela, mas absoluta que justificaria eles casarem na vida real, só para nos satisfazerem na nossa vida imaginária.
O fato é que nem sempre a culpa é nossa e nem sempre não é; nem sempre somos capazes de entender, nem sempre queremos entender os recados do mundo, mas quando todos os fatores se combinam, ainda que por pouco tempo, nós sabemos o motivo pelo qual podemos ser divinos.
Um lindo filme, um triste filme, uma história de amor bem humorada, cheia de charme e beleza pra uma tarde com alguém muito especial, que pode ser um amigo, um filho ou o seu alguém. Ah sim, porque ele existe e está em algum lugar do mundo. Com filmes assim, a gente se permite perceber que pode acontecer com qualquer um de nós e que acontece. Afinal, algum otimismo se precisa sempre ter...
Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV
Um filme de 2011, eu sei. Mas acabamos encontrando na Netflix e não resistimos a ver de novo e a partilhar com todos o quanto este filme é doce, belo, engraçado e triste. Como a vida.
Anne Hathaway dá mais uma vez show. A personagem dela passa por imensas fases e ela inteira em todas. Que atriz talentosa, deliciosa. E que parceiro de trabalho teve - Jim Sturgess. Eu amo este ator e cantor/compositor londrino. Lindo, doce, suave, intenso, olhos muito expressivos, sorriso encantador. E dois atores sensacionais transformam um filme aparentemente suave, num filme impactante. Quem viu vai entender. Quem ainda não viu tente não perder. Vai recordar muitos momentos da sua vida acredite – época da faculdade, vida profissional, sonhos, o amor. Para ser perfeito talvez diminuísse um pouco a fase de homem da televisão e de sucesso. Mas só para dizer que mudava algo. Um filme que atravessa o percurso das nossas vidas ao mostrar o percurso da vida de Em e de Dexter. Vi tanto da minha vida. Vim tanto da vida de tantas pessoas que conheço. Tantas vezes achamos que sabemos o que vamos fazer da nossa vida, tantas vezes achamos que sabemos como são os outros e que vida devem ter. Viver é se surpreender. Ver este filme também. Tente não perder. Ficará melhor. Acredite.
Ana Santos, professora, jornalista
Sinopse: Depois de passarem a noite juntos antes da graduação na faculdade, Dexter e Emma se encontram todos os anos na mesma data para ver em que ponto estão em suas vidas. Às vezes, eles ficam juntos, às vezes não, naquele dia.
Diretor: Lone Scherfig
Elenco: Anne Hathaway, Jim Sturgess, Patricia Clarkson.
Informações e trailer:
https://www.imdb.com/title/tt1563738/