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“VIDA EM MANCHETE” Bug Sociedade


“VIDA EM MANCHETE” Bug Sociedade

A manchete do dia é... tanto faz, contanto que seja alguma coisa escatologicamente ruim. “fulano responde por 8 acusações de violência”; “menor de idade mata amigos na escola”; violência escolar aumenta centenas por cento por ano” – e pela enésima vez, volto a insistir que se a comunicação entre pessoas não se restabelecer como fato cotidiano, as manchetes vão se suceder – cada vez piores, cada vez mais violentas e perturbadoras.

O uso das palavras são uma maneira superior de simbolizar fatos e coisas concretas. Imaginar uma mesa é fácil se você já viu diversas delas – na casa da sua avó, na sua, na casa da vizinha, no restaurante. Quanto mais mesas você tiver visto, mas o conceito simbólico “mesa” fica mais simples de imaginar. Basta ver as mesas? Não. Basta ter alguém que nomeie a coisa, diga pra qual fim ela serve, descreva outros tipos, conte histórias do “jantar na mesa assim, assim”.

Mas estamos delegando a função relacional, ou seja, o “alguém que aponta a mesa e explica, nomeia, conta histórias” para a redes, com a justificativa de que as crianças estão seguras logo ali, no quarto. Tudo bem que o menino praticamente já não fala comigo; pelo menos ele está seguro.

Não está. E não existe lugar vazio. Se você delegou a educação, a estruturação das crianças às redes, há pessoas de todos os tipos por lá, numa espécie de “mangue-web” onde toda sorte de sujeiras e crueldades pode estar em curso.

Ao invés de apostar em manchetes cada vez mais violentas, tire um tempo todos os dias para ter o prazer de conversar e conviver com as crianças – as suas e as amigas delas. Se for no ambiente online, idem. Quem é, onde mora, o que os pais fazem – serve para todas as vidas que existem – não é possível aceitar uma pessoa que não possui sequer um rosto pra entrar no quarto de seus filhos e brincar por 7, 8 horas, noites inteiras, com ou sem seu conhecimento formal.

A nossa civilização como ela é hoje, nasceu do fato se sermos seres comunicantes. Comunicar não é recriminar, criticar, menosprezar; não é dar ordens simples em 80, 90% dos dias. Ou seja: o velho conhecido “pendure sua toalha no banheiro” não pode ser 90% do que seu filho escuta por dia. Também é fácil perceber a “burocracia“ envolvida em: “Como foi a escola”?

Portanto, pergunte sinceramente.

Dê exemplos de sua vida.

Fale de suas preocupações.

Descreva suas vivências.

Aponte que quer ajudar e esteja aberto a ouvir. Mesmo que seja ouvir que sua filha quer ir ao ginecologista para prevenir gravidez, antes do que previa. Mesmo que seja para saber que o porteiro do prédio tentou lhe dar um beijo de língua. Ouça primeiro, se interesse por saber. Se a situação requerer castigo, explique seus motivos, mas ouça os motivos deles. E não fuja de ser chamado de ausente. Assimile, melhore. Comunicação é troca, é fluxo contínuo. Estar certo ou errado faz parte da vida e portanto da comunicação, mas você não é dono das certezas. Mostre isso e se coloque à disposição para conversar sobre os problemas de seus filhos.

Estar em casa não significa mais estar seguro. Confiar e ser um depósito de confiança é muito mais próximo de segurança - mesmo que você more num trailer, mesmo que não tenha onde morar. Conhecer o mundo de seus filhos e principalmente os seus habitantes responde muitas coisas. Isso não significa que você está obrigado a dizer sim pra tudo, mas significa que você está presente sempre. E isso fará muita diferença na vida de todos.

Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV


“Stephen Curry, my man!” Bug Sociedade

Pelé, no Futebol, Ayrton Senna, na Fórmula 1, Roger Federer, no Tênis, Tiger Woods, no Golfe. E Stephen Curry, na NBA – 1,88m de altura, desde ontem o maior pontuador de todos os tempos num jogo 7 dos playoffs – 50 pontos. Um jogador “faz tudo”, recordo que tem 1,88 num mundo – NBA – em que a altura média é de 2,01m. No ano passado terminou sua licenciatura em sociologia, com tese em promoção da equidade de gênero através do esporte, é amigo pessoal de Barack Obama e um excelente jogador de Golfe. Era bom os políticos aprenderem com pessoas como ele. Se prepara para o que decide fazer e conta com os outros mas também se prepara para conseguir sozinho, se os outros não conseguirem ajudá-lo. Não modifica o objetivo, ele se modifica e se dedica para alcançar o que se comprometeu a fazer. Mesmo que aos olhos dos outros isso pareça impossível. Ao contrário dos políticos que facilmente se desculpam, regularmente não cumprem o prometido, não se dedicam nem se empenham totalmente quando o que se propuseram obter se torna mais difícil ainda. Os políticos perante problemas não pensam em soluções para avançar, para obter, para resolver, para “vencer”. Eles não se superam, não se desafiam, se afastam da situação e lidam com ela de forma superior e fria. Por isso nunca conseguem superar seus limites nem os limites humanos da decência, da nobreza, do sonho, da vida em conjunto e da luta pelos direitos de todos. Por isso o mundo se afunda lentamente a cada dia. E quando um político ou um pequeno grupo de políticos consegue ultrapassar todas essas proteções e mergulha na vida e na coragem, como Stephen Curry, sempre tem um maior grupo de políticos e de mídia tentando abafar, diminuir e destruir.


Falando da pobre realidade da atual política portuguesa, quando algo dá errado, quem sai e quem fica? Quando um Governo faz borrada atrás de borrada, quem deve sair? Quem são os que ficam, independentemente do que possam fazer de errado, ilegal, feio, e quem são os que precisam sair na primeira borrada ou quando alguém precisa ser responsabilizado? Portugal, meu Portugal, daqui de onde estou, a vista não mostra grande coisa e é triste e desanimador ver onde chegamos, como nos degradamos e como não se vê nenhum movimento político para “voltarmos aos treinos, melhorarmos nossos lançamentos, nossa velocidade, nosso confronto com os medos e os erros”. O que parece, a esta distância é que cada um está tentando se dar bem, no seu lugar, procurando um lugar para quando sair, aceitando o “sistema” e seguindo a vida. Se possível com sotaque francês ou inglês que fica sempre bem. Lutar pelas pessoas, pela justiça, pelos professores, pela classe da saúde, etc, etc, etc, isso dá muito trabalho e o que lhes importa é sorrir para a câmara, aparecer, aumentar o currículo para ter mais armas do que os outros para os novos cargos que podem surgir. Viver como um ser humano, ser um ser humano, deixar o mundo melhor do que quando chegaram, isso nem conseguem ver. O fumo da vaidade e da competição turva as vistas. Ver Stephen Curry a competir é uma lição de humanidade. Que tal dar uma olhada para ver se conseguem perceber e quem sabe ainda ter tempo de fazer coisas boas e justas?


E quem sabe assistir a um documentário, em episódios, que faz as perguntas que todos nos fazemos sobre o tempo que dedicamos ao trabalho e sobre a dificuldade em sermos felizes e termos vidas mais “prazeirosas” e tenta dar as respostas através dos comentários de pessoas de verdade vivendo vidas de verdade? Sentimos que estamos num caminho errado enquanto sociedade que devia cuidar de todos, em busca de solução constantemente, meios perdidos, meios confusos e intimidados por algo muito maior que nós e que nos engole a todo o momento – o “mercado”. Vamos continuar a deixar que tudo se desmorone e nada vamos fazer? Repito as perguntas: o que você pode fazer por você e pelos que lhe são próximos? Pela sua rua? Pelo mundo? Pequenas coisas, simples coisas, coisas práticas e exequíveis? A vida é um sopro...

Ana Santos, professora, jornalista


Working: What We Do All Day | Official Trailer | Netflix

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