top of page

"UM ‘TALVEZ ENFIM’ CHAMADO BOLSONARO” e “Efeito Bandwagon” Bug Sociedade

  • Foto do escritor: portalbuglatino
    portalbuglatino
  • há 3 dias
  • 7 min de leitura
Lygia Pape
Lygia Pape

“UM ‘TALVEZ ENFIM’ CHAMADO BOLSONARO” Bug Sociedade

                  Estamos vivendo um dia que certamente fará parte dos livros de história do Brasil e – talvez – do mundo. O País mais improvável, aquele onde as ditaduras sempre pipocaram livremente, está dando uma aula de exercício de democracia para esse mundo dividido e meio enxovalhado que compartilhamos uns com os outros. Bolsonaro começa a ser julgado, seu processo será descrito, espero que com imagens filmadas da tentativa de golpe, das reuniões secretas e tudo mais, para que não haja dúvida sobre os fatos. O Procurador Geral da República fará a sua sustentação oral – não esquecendo que o PGR é o advogado de defesa das vítimas. Portanto, ele representa o povo do Brasil, diante do horror, do trauma de ver que um grupo orquestrado tentou nos roubar nosso maior bem: a liberdade. Depois falam todas as defesas dos oito réus. Nenhum advogado disse “o réu não fez”. Todos se limitaram a dizer “esteve, mas na hora da combinação saiu, não estava prestando atenção, falou com outras palavras, vocês entenderam mal. Porque são honestos? Não. Porque a quantidade de provas, filmes, áudios, textos, minutas é estupidamente gigante. Ou seja, ninguém pode dizer: “inocente” porque é impossível.

                  Passaremos talvez dez dias em torno disso, no Brasil, e nada será tão importante. É preciso a sinceridade dos espíritos dos nativos da mata e dos escravizados – é preciso saber “geneticamente” que há um limite para a hipocrisia e que quando esse momento chega, não importa se vamos viver ou morrer – porque é o nosso limite, a nossa linha. No Descobrimento, os indígenas se deixavam matar para marcarem claramente que não se deixariam escravizar. A linha. O limite. Os negros fizeram revoltas, fugas, quilombos. A linha. O limite.

Os políticos ainda não perceberam claramente, mas a pandemia foi a nossa linha. O limite. Mais de 700 mil mortos. A linha. O limite. A corrupção sem vergonha, diante dos olhos do povo. A linha. O limite. O Congresso Nacional mancomunando saídas por debaixo dos panos, sordidamente. A Faria Lima presa na rede de crimes que tentou omitir com “vídeos de fundo preto” e "excelência escusa", mentindo para o povo – seu chefe. A linha, o limite.

Talvez Trump inicie o processo em que cada voto da Suprema Corte, indique uma sanção que vai “presentear” um ministro. Uma sanção para cada um dos cinco – o mal distribuído “fraternalmente” entre os juízes e o Brasil, os juízes e o povo, os juízes e os produtos taxados. Num dado momento, não importa. Está no nosso sangue. Chegamos à linha, ao limite. Esse orgulho incompreensível dos nativos que nem sequer encaram as consequências com altivez – simplesmente desprezam as consequências porque sabem que os espíritos dos que morreram precisam ser representados e nós somos os seus representantes nesse momento. Se os senadores são corruptos, eles vão se entender com seus mortos. Se os deputados são corruptos, eles também vão se entender com seus mortos. Cada estado, cada cidade, cada casa agora representa os seus mortos das outras ditaduras, das outras torturas, da polícia que baixa o cacete sobre as nossas peles mestiças. É a linha do Brasil. Seu limite. Se há cegos, se há fãs, seguidores, desiludidos, mórbidos, doentes, malucos – não importa. Bolsonaro, as ditaduras, os golpes, os militares que não perceberam que o Brasil tinha chegado ao seu limite, o Eduardo que ainda não entendeu que seu pai não é mais que a justiça de um País inteiro, a Michelle e os pastores que ainda não perceberam que a justiça de Deus muitas vezes é precedida pela justiça humana. Não importa. Queremos justiça.

É chegada a hora. Muito se perdeu. Mas quando olhamos a dignidade dos juízes, a inteligência e a firmeza das suas palavras, percebemos que eles estão prontos. "Faremos o que é certo: receberemos a acusação, analisaremos as provas, e quem deve ser condenado será condenado, e quem deve ser absolvido será absolvido" – Alexandre de Moraes. Nós também estamos prontos. Viva o Brasil.

SEM ANISTIA.

Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV

 

“Efeito Bandwagon” Bug Sociedade

Efeito Bandwagon, ou viés do arrasto, ou preconceito de efeito de bandwagon, “é a tendência a fazer ou a acreditar em algo porque muitas pessoas fazem ou acreditam nisso.” (definição retirada da IA do Google).

No esporte tem tanto disso! Quem nunca viu atletas famosos com dilatador nasal, que dizem melhorar a “captação de oxigênio”? Se o atleta que você ama, utiliza, vai querer comprar, sem nem avaliar direito se é útil, porque fica com a sensação que tem os mesmos poderes. Efeito Bandwagon.

Lembro que há alguns anos atrás, os jogadores de futebol tinham umas chuteiras com o cordões/atacadores muito compridos. Apertavam a chuteira, davam imensas voltas na perna, apertando o tendão de Aquiles. Aquilo provocava a inflamação do tendão, mas quem não o fazia nunca seria considerado um verdadeiro jogador. Efeito Bandwagon.

Temos atualmente os que “achataram” o planeta Terra – os terraplanistas – e tem muita gente que os segue. Os mesmos que acham que as vacinas não são benéficas. Quando ficam doentes o médico devia dizer que não tem nada para dar, nem antibiótico, nem paracetamol, porque nada funciona. Eu queria ver o que diriam nessa hora. Ou fazer uma cirurgia sem anestesia. Que tal? Mas não, é mesmo só com vacinas. O problema da medicina é apenas vacinas. Ou é efeito Bandwagon.

Muitas pessoas casam porque todos casam. Muitas pessoas têm filhos porque é o que todas as pessoas fazem. Muitas pessoas fazem a festa dos quinze anos das filhas, a festa dos dezoito anos, a festa do diploma, etc, porque todos fazem. Quando casam, as pessoas colocam aliança de ouro. Quando nasce menina, roupas cor de rosa, quando nasce menino, roupa azul. Prenda de menina, boneca, prenda de menino, legos. As pessoas não percebem que dividem, decidem, escolhem, porque a maioria das pessoas fez dessa forma. Elas nem se questionam, nem elaboram opinião. Elas querem fazer parte. Parte de algo, parte da sociedade visível e aplaudida, parte do mundo. Adaptam seus desejos, aceitam a necessidade do seu cérebro simplificar e de seguir o que é feito por maiorias.

Mas e se eu lhe disser que você faz parte, da mesma forma, se decidir pela sua cabeça? Se decidir fazer coisas que ninguém faz? Coisas que as maiorias jamais pensariam fazer? Se lhe disser que seu cérebro só pensa em economizar energia e é isso que regula as escolhas que ele o convence a fazer? Se lhe disser que seu cérebro não é seu amigo, mas seu “tio patinhas”? Escolhe sempre o mais fácil, mais rápido, mais barato. Não quer nem saber se é o melhor para si. Como deve perceber, ele nem faz essas perguntas. Então é bom que perceba que ele gere suas energias, é o seu computador central, mas as decisões, escolhas, são suas. Para serem escolhas e decisões fora do padrão, você precisa entrar em ação. Precisa impor o que deseja, precisa quebrar o enguiço, precisa marcar os momentos, precisa escrever sua história, quebrar o fluxo. E perceber que isso é certo e saudável – bem mais saudável do que seguir os outros - em vez de olhar para si como alguém estranho e anti social. Não se boicote só porque não concorda com as maiorias. Entenda que esses passos podem salvá-lo mentalmente e permitir ser quem realmente é.

Ser quem realmente é, quem sabe isso? Quantos sabem quem realmente são? No meio dos “cardumes” por vezes nem sabemos quem somos. Quem você realmente é? Você sabe?

No lugar onde vivo, 99% das pessoas curtem a vida com álcool. Não sabem curtir a vida sem o álcool fazer parte. Eu tenho de fazer o mesmo? Porquê? É preferível acabar com meu fígado para fazer parte de rituais que não me completam? Tem muitas pessoas - mesmo muitas - que bebem álcool porque não têm coragem para dizer que não gostam. Bizarro né? Mas é verdade. Então se for homem, ui, arrisca-se a ser chamado de nomes muito desagradáveis. E nem todos aguentam esse “bullying” social. Por isso, nem pensam. Toda a gente vai beber? Vou ter de beber junto. Conheço um senhor que confidenciou que bebe sem gostar e para aguentar, mistura a cerveja com coca-cola. Um homem maduro, pai e avô. Que louco tudo isso!

Por tudo isto, substituir a aliança de ouro por outro anel ou objeto, dar prendas iguais e comprar roupa de todas as cores para qualquer criança, não seguir o roteiro padrão de vida da maioria, é obrigatório. Seguir seu roteiro. Quem sabe, viver de forma simples, sendo rico, viver de forma simples, sendo famoso, viver de forma simples, sendo simples.

Ouvir a vida em vez de ouvir o que os outros acham que deve fazer, é bom. A vida vai dizendo, com muita clareza, o que é bom para nós.

Até a saúde quando dá uma piorada tem um recado para a gente.

Temos recados e avisos em todos os lugares e em todos os momentos.

Vivi meio século achando que sabia o que era a vida e como funcionava. Nas coisas mais importantes da vida estava totalmente equivocada. Sem dar conta, seguia a manada, o cardume, a maioria. Até adoecer. Talvez não tenha outro meio século para errar de novo. Por isso cada segundo que tenho, precisa ser cuidado. Ouvir-me.

Mesmo seguindo a maioria, ficamos fascinados com o que é diferente: na música, na arquitetura, na comida, nas culturas, na investigação, na roupa. Porque não fazemos isso nas nossas escolhas?

Somos belos quando somos únicos, raros, originais. Quando repetimos os outros, somos uma cópia, não somos nós.

Cuide de si, procure saber quem você realmente é e nunca esqueça o perigo do Efeito Bandwagon.

Ana Santos, professora, jornalista


@buglatino

Terça-feira, dia de escrever sobre o que acontece no dia a dia. De crítica, de conselhos, de admiração, de espanto, de encontrar caminhos melhores para todos.

 

@buglatino

A Plataforma que te ajuda a Falar, Pensar, Ser Melhor.

 

 
 
 

Comentários


ESPERAMOS SEU CONTATO

+55 71 99960-2226

+55 71 99163-2226

portalbuglatino@gmail.com

  • Facebook - White Circle
  • YouTube - White Circle
  • Tumblr - White Circle
  • Instagram - White Circle

Seus detalhes foram enviados com sucesso!

Acredita no nosso trabalho?
Faça uma doação
PIX: 07080548000138

bottom of page