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Poesia Eterna

  • Foto do escritor: portalbuglatino
    portalbuglatino
  • 20 de mai. de 2020
  • 2 min de leitura

Poesias eternas. Parecem ter sido escritas hoje ou ontem. Parecem atuais. São atuais. Poesias que não envelhecem ou humanos que não aprendem.


1. Poesia indicada por Maria Lúcia Levert


“HÁ-DE FLUTUAR UMA CIDADE”


“há-de flutuar uma cidade no crepúsculo da vida

pensava eu... como seriam felizes as mulheres

à beira mar debruçadas para a luz caiada

remendando o pano das velas espiando o mar

e a longitude do amor embarcado

por vezes

uma gaivota pousava nas águas

outras era o sol que cegava

e um dardo de sangue alastrava pelo linho da noite

os dias lentíssimos... sem ninguém

e nunca me disseram o nome daquele oceano

esperei sentada à porta... dantes escrevia cartas

punha-me a olhar a risca de mar ao fundo da rua

assim envelheci... acreditando que algum homem ao passar

se espantasse com a minha solidão

(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma pérola no coração. mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar.)

um dia houve

que nunca mais avistei cidades crepusculares

e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta

inclino-me de novo para o pano deste século

recomeço a bordar ou a dormir

tanto faz

sempre tive dúvidas que alguma vez me visite a felicidade”

Al Berto


2. Poesia indicada pelo Bug Latino


“Cartomante”


“Nos dias de hoje é bom que se proteja

Ofereça a face pra quem quer que seja

Nos dias de hoje esteja tranquilo

Haja o que houver pense nos seus filhos

Não ande nos bares, esqueça os amigos

Não pare nas praças, não corra perigo

Não fale do medo que temos da vida

Não ponha o dedo na nossa ferida

Nos dias de hoje não lhes dê motivo

Porque na verdade eu te quero vivo

Tenha paciência, Deus está contigo

Deus está conosco até o pescoço

Já está escrito, já está previsto

Por todas as videntes, pelas cartomantes

Tá tudo nas cartas, em todas as estrelas

No jogo dos búzios e nas profecias

Cai o rei de Espadas

Cai o rei de Ouros

Cai o rei de Paus”

Vitor Martins

Poesia escrita em 1977


Aqui, lindamente cantada por Elis Regina

 
 
 

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