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  • Foto do escritorportalbuglatino

Poesia dos Lutos


Fotografia de Annie Griffiths

Lutos pessoais ou sociais,

Fugazes ou duradouros

Por vezes somos apenas nós que nos valemos

Ou poucos os que nos amam

Mas o pouco chega sempre

O quase nada chega sempre

Quando é verdadeiro


“Eu”

“Eu sou a que no mundo anda perdida,

Eu sou a que na vida não tem norte,

Sou a irmã do sonho, e desta sorte

Sou a crucificada... a dolorida...


Sombra de névoa ténue e esvaecida,

E que o destino amargo, triste e forte,

Impele brutalmente para a morte!

Alma de luto sempre incompreendida! ...


Sou aquela que passa a ninguém vê...

Sou a que chamam triste sem o ser...

Sou a que chora sem saber porquê...


Sou talvez a visão que Alguém sonhou,

Alguém que veio ao mundo pra me ver

E que nunca na vida me encontrou!”

Florbela Espanca


“Para os mortos”

“Eu sonhei que te ligava pelo telefone

para dizer: Seja mais gentil com você mesma

mas você estava doente e não atendia


Meu amor desperdiçado continua dessa forma

tentando te salvar de você mesma


Eu sempre me perguntei sobre o resto

de energia, a água descendo pela colina

muito depois de terminada a chuva


ou o fogo que você não quer levar para cama

mas que não pode deixar, queimando mas não queimada

o carvão vermelho mais extremo, mais curioso

no seu acender e morrer

quando você deseja que eles estivessem

ali mesmo muito depois da meia noite”

Adrienne Rich

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