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Poesia das Margens

Foto do escritor: portalbuglatinoportalbuglatino

Joana Vasconcelos
Joana Vasconcelos

 

“TUDO ESTÁ NAS MARGENS”

 

“Tudo está nas margens – ela pensa, enquanto bebe pausadamente um chá de gengibre com mel. Ela descobriu essa mistura recentemente, mas gosta dela, coça, arranha a garganta, ainda não sabe para quê, mas sente que não pode ser nada ruim. Sua cor é mal compreendida. Mas é quase amarelada, de um branco sujo, como quase todos. Depende do mel, de sua cor ou nenhuma. Mexe o líquido com uma colher pequena e o vapor sobe até o nariz para antecipar o sabor picante. Ela espirra agora. O cabelo caiu um pouco para a frente, devido ao movimento rápido simultâneo ao espirro.

E se as margens estivessem distorcidas? – ela indaga.”

Lía Colombino

Paraguay

 

 

“MEUS BENS”

 

“Fecharam o parque,

pavimentaram o gramado.

Eu não tenho mais

do que aquilo que guardam

meus bolsos rasgados;

um par de abacates,

alguns limões,

um gato sem dono,

demasiados beijos…

E tu,

que vais com os ombros carregados

de acordes maiores,

de peixes sem nome

e ao final do dia

só tens as mãos

tuas mãos e suas muitas bolhas

e um inverno ameno

que não satisfaz

teu desejo de frio.

E nós,

que mesmo somando

nossos escassos bens

não somos nada além de pó,

dúvidas,

caixa de correio sem casa

parque fechado,

cabelo sem tranças,

poemas soltos,

techaga’u,

não sei.”

Camila Recalde

Paraguay

 
 
 

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