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Poesia da Simbologia


Tudo tem significado

Tudo é importante

Todos são importantes

Chegou a hora de todos

Chegou 2023

Chegou o início do que deve ser


“Corpo de Mulher”

“Dá-me um corpo de mulher

Mesmo que o tornem invisível

Rasguei do mundo o meu papel

Nasci não para dar, mas para ser

Laivos de dor em feridas de sal

Calei a voz, não me vês como igual

Dei mais e mais de mim

Mas nunca chega, não chega pra ti

Tenho um corpo de mulher

Eu sei, tem sido mais difícil

Neguei viver por um anel

Nasci para voar sem me prender

Laivos de dor em feridas de sal

Soltei a voz e gritei: sou igual

Dei mais e mais de mim

Mas nunca chega, não chega pra ti

Andei, pisei num chão de vidro

Brasas que queimam se visto a minha pele

Mas reclamei o que me é devido

E a mim sou fiel

Pois sei que chego

Eu chego

Pra mim”

Agir


“Acrobata da dor”

Gargalha, ri, num riso de tormenta,

como um palhaço, que desengonçado,

nervoso, ri, num riso absurdo, inflado

de uma ironia e de uma dor violenta.


Da gargalhada atroz, sanguinolenta,

agita os guizos, e convulsionado

salta, gavroche, salta clown, varado

pelo estertor dessa agonia lenta …


Pedem-se bis e um bis não se despreza!

Vamos! retesa os músculos, retesa

nessas macabras piruetas d’aço. . .


E embora caias sobre o chão, fremente,

afogado em teu sangue estuoso e quente,

ri! Coração, tristíssimo palhaço.”


Cruz e Sousa (1861-1898)

Poeta considerado como a maior expressão poética do Simbolismo

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