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Poesia da Coragem

A coragem de ser, de assumir o que se é
Aceitar as fraquezas e lutar para as melhorar
Resistir às calamidades
Proteger a humanidade
1. Poesia indicada pelo Bug Latino
Meu Deus querido, outra calamidade!
Estava tão bom, tanta tranquilidade;
Quando começávamos a nos soltar
dos grilhões que usavam nos amarrar.
Mas então!... Uma vez mais correu
o sangue dos pobres mujiques!
A velha gangue de velhacos,
cachorros esfaimados
outra vez engalfinhados!
CHEVTCHENKO
Ucraniano, 2010
2. Poesia indicada por Maria Lúcia Levert
“ABDICAÇÃO”
“Toma-me, ó noite eterna, nos teus braços
E chama-me teu filho. Eu sou um rei
que voluntariamente abandonei
O meu trono de sonhos e cansaços.
Minha espada, pesada a braços lassos,
Em mãos viris e calmas entreguei;
E meu cetro e coroa — eu os deixei
Na antecâmara, feitos em pedaços
Minha cota de malha, tão inútil,
Minhas esporas de um tinir tão fútil,
Deixei-as pela fria escadaria.
Despi a realeza, corpo e alma,
E regressei à noite antiga e calma
Como a paisagem ao morrer do dia.”
Fernando Pessoa