Poesia ao Estranho
- portalbuglatino
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“A um Estranho”
“Estranho que passa! você não sabe com quanta saudade eu lhe olho,
Você deve ser aquele a quem procuro, ou aquela a quem procuro, (isso me vem, como em um sonho,)
Vivi com certeza uma vida alegre com você em algum lugar,
Tudo é relembrado neste relance, fluído, afeiçoado, casto, maduro,
Você cresceu comigo, foi um menino comigo, ou uma menina comigo,
Eu comi com você e dormi com você – seu corpo se tornou não apenas seu, nem deixou o meu corpo somente meu,
Você me deu o prazer de seus olhos, rosto, carne, enquanto passamos – você tomou de minha barba, peito, mãos, em retorno,
Eu não devo falar com você – devo pensar em você quando me sentar sozinho, ou acordar sozinho à noite,
Eu devo esperar – não duvido que lhe reencontrarei,
Eu devo garantir que não irei lhe perder.”
Walt Whitman
“ALMA MINHA”
“Alma minha, perdura em tua ideia divina;
tudo está sob o signo de um destino supremo;
segue em teu rumo, segue até o ocaso extremo
pelo caminho que até à Esfinge te encaminha.
Corta a flor ao passo, deixa o duro espinho;
no rio de ouro leva o compasso o remo;
sapuda o rude arado do rude Triptolemo,
e segue como um deus que seus sonhos destina…
E segue como um deus que a sorte estimula,
e enquanto a retórica do pássaro te adula
e os astros do céu te acompanham, e os
ramos da Esperança surgem primaveris,
atravessa impretérita pelo bosque de males
sem temer as serpentes, e segue, como um deus…”
Rubén Darío
(Nicarágua, 1867-1916)
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