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“OS MACHISTAS DE TODO DIA, EM TODO LUGAR” e “Fuja da Alexitimia” Bug Sociedade

  • 31 de out. de 2023
  • 6 min de leitura

Diana Markosian é uma artista americana de ascendência armênia que trabalha como fotógrafa documental, escritora e cineasta.

“OS MACHISTAS DE TODO DIA, EM TODO LUGAR” Bug Sociedade

Ao fim e ao cabo, do machão bandido que espanca a mulher para não confessar sua insegurança, ao super chefe de Estado que, sabendo que estava por um triz de cair, esbanja crueldade para denunciar crueldade, a conclusão é clara: o mundo está emburrecido.

Dar um passo atrás e prever que a negociação salva casamentos e mandatos, empregos e trabalhos é a única solução. Nisso, o Brasil voltou a dar show, depois de 6 anos de métodos tacanhos e nada eficientes – e em 1 ano, ocupamos muito espaço internacional. Mas não basta, já que perdemos muito espaço aqui dentro com um governo de coalisão que se deparou com um legislativo viciado em “espertezas e leviandades”.

Eu tive o privilégio de trabalhar com drags e o que mais me chamou a atenção na época era ter corpos femininos com uma energia inesgotável. Exatamente a mesma energia de Erika Hilton – a Bahia merece e precisa de deputadas assim. Duda Salabert é outra – sendo menos explosiva, é cortante e assertiva, o que me deixa absolutamente orgulhosa do papel que o nosso gênero está marcando, em meio ao breu que anda por Brasília.

De qualquer forma, eu queria - muito – que os partidos nos dessem uma direção clara sobre o que fazer diante de atitudes para as quais o Brasil claramente é discordante – e isso serve tanto para a carnificina na Palestina, quanto para o marco temporal: como esses caras interesseiros do Centrão podem ser pressionados? Como Netanyahu pode ser parado? Como o senado compreende que o interesse deles tem que ser o mesmo dos indígenas porque o Brasil quer assim? Quais são as formas do Congresso Nacional discutir quantos gramas afinal uma pessoa pode portar para não se depender mais das “luas” do policial? Ou ainda não se reparou que o mundo dá passos à frente em vários temas e este é um deles? Qual é o conservador que procura os trilhos do bonde, no Brasil? Que quer trocar sua SUV por um Ford Bigode? Não procura porque esse tempo acabou. A maconha evoluiu de crime para remédio, de crime para negócio lucrativo. O mundo mudou.

Quando se vai abordar a questão do aborto falando claramente que as mulheres que querem abortar, abortam? Criminalizar a ação significa escolher que se vai perder o embrião e deixar em risco de vida a mulher que praticou o aborto. Quem acha que com essa discussão pode proibir a mulher desesperada de abortar está delirando. E do nosso Congresso “fora do ar”, a ONU: como os habitantes do mundo podem ajudar a pressionar? Deputada Erika e Duda, como nós podemos ajudar? Pastor Henrique, como nós podemos redimensionar a questão maniqueísta dos “partidos de Jesus”? Não parece estranho aos cristãos de modo geral olhar para Brasília – olhem, imaginam aquele saco de gatos e gatunos – pensando no que se tenta colocar na conta Dele todos os dias? Golpe de Estado, depredação, crimes, corrupção, cargos sem fim, dinheiro, bufunfa – ou estão na conta da polícia que quando é eleita esquece a quem deve proteger ou – pior ainda – está na conta do céu. Tem quem acredite quando o religioso vende terrenos no céu e agora tem a transversal: cadeira de deputado em Brasília, a caminho do Paraíso. Ninguém fala? Ninguém pode falar? É inadmissível pagar centenas de milhares de Reais para ver um homem machista tentando tripudiar de qualquer pessoa. Como se pode colocar esses caras com medo de perderem o cargo? Como o mundo pode forçar Netanyahu a não se agarrar nos corpos das crianças palestinas pra tentar se manter naquele lugar?

Ao fim e ao cabo, que orgulho das nossas representantes trans e que vergonha da maior parte do que se vê do gênero masculino: histéricos, grosseiros e mal educados, não deveriam ter autonomia sequer pra não segurarem a porta do elevador para os mais velhos. No entanto, a mídia, as redes sociais, os acordos de “boca de lobo”, a vida ladra de raposa, os colocou na posição de líderes. Mas os diamantes que devemos cultivar estão lá, lutando: Alô Lídice, alô Wagner - mas nós precisamos de gente com a energia de Erika, Duda e Henrique, só que “made in Bahia”.

Espero vocês na eleição de prefeito, quem sabe?

Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV


“Fuja da Alexitimia” Bug Sociedade

“Na educação clássica, não era comum que os pais ensinassem as crianças a falarem sobre os sentimentos, mas hoje sabemos que falar sobre eles favorece o crescimento de adultos saudáveis” – afirmação do psiquiatra Rodrigo de Almeida Ferreira. A dúvida é, sabemos disso todos ou sabemos apenas alguns e desses alguns, uma parte fala e desenvolve a fala de sentimentos em si e nos outros? A Alexitimia, dificuldade de expressar e compreender os sentimentos estava aumentando com o crescimento das tecnologias, mas a pandemia, e com ela o aumento das divisões partidárias, de nacionalidade, de cor de pele, de gênero, etc, instalaram uma assustadora nova forma de relacionamento. Você fala o que sente, mas você não sente mesmo aquilo que fala. O desemprego é muito maior do que as estatísticas. A qualidade dos ambientes de trabalho é cada vez mais desequilibrada. Quem se queixa é dispensado. Quem fala dos seus sentimentos é “frágil”. Você se protege para ter dinheiro para viver. Aprende a falar o que “deve”, a ser como “deve”, a demonstrar e falar sobre sentimentos “esperados”. A competição econômica e social não dá tréguas. Quem não aguenta o tranco, salta fora.

Se você não tem ambiente, nem pessoas com quem possa enriquecer a linguagem oral e escrita, até a linguagem não verbal - pela prática, pela descoberta, pela busca verdadeira, junto com os outros - você trava o seu desenvolvimento, o seu bem estar. Deixa a alexitimia entrar. Seja em que idade for. Entra numa vida de empobrecimento cotidiano. Não tem mais pachorra para expressar emoções, para elaborar pensamentos, para se descobrir. O mundo fica binário – as pessoas ou são de direita ou de esquerda, ou são boas ou más, as da minha família e as outras, a favor de Israel ou da Palestina, a favor da Ucrânia ou da Rússia, a favor da Prefeitura de Salvador ou do Governo da Bahia, etc, etc, etc. Perde-se o valor de cada um. “Olha, aquele é da comunidade”, “olha aquele é de família rica”. Quantos argentinos são iguais a Messi? Nenhum. Quantos brasileiros são iguais a Caetano Veloso? Nenhum. Quantos seres humanos religiosos são iguais a Irmã Dulce – Santa Dulce dos Pobres? Nenhum.

Alma Deutscher, britânica, atualmente com 18 anos, com um talento inexplicável e assombroso para a música desde menina, compôs esta peça em memória da sua avó em Israel e de todos os que foram assassinados no dia 7 de outubro de 2023. A primeira linguagem de Alma não é a linguagem falada. Essa é a sua segunda língua/linguagem. A primeira é a linguagem musical. Com 11 anos compôs uma ópera de uma versão de Cinderela muito mais interessante – o amor não veio pelo tamanho dos pés mas pelo fato de Cinderela ter gostado tanto do poema que o príncipe escreveu, que compôs uma música para ele, poema. E no baile, Cinderela canta para o Príncipe. A ópera está completa aqui. Alma é comparada a Mozart. Se a ouvir falar, vê as emoções aos saltos por dentro e ao redor dela.

Yuval Harari, israelita e um dos maiores pensadores dos tempos atuais, afirma claramente: “...se tiver de escolher entre a justiça absoluta e a paz, escolho a paz. Não existe justiça absoluta. A dor e a destruição não salvam ninguém. Só impedem a paz, inundam de dor qualquer possibilidade de negociação e de entendimento e mancham de rancor e ódio as gerações do futuro também”. Veja aqui a entrevista completa se desejar. Vale muito a pena.

Ludmilla e Lulu Santos falaram sobre suas vidas afetivas. Em outubro de 2023 ainda é preciso explicar às pessoas que a vida sentimental de cada um, é de cada um. Você que goza a toda a hora com a população Lgbtqiapn+, talvez seja um lgbtqiapn+ enrustido. Eu se fosse você tinha mais cuidado para não chamar tanto a atenção, ou então seja corajoso e enfrente verdadeiramente o que sente. Não deixe a alexitimia tomar conta do seu coração.

Ana Santos, professora, jornalista

 
 
 

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