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“OH, OH, OH RESCALDO DE 2024” e “Momentos de ouro” Bug Sociedade


Amélia Carvalheira
Amélia Carvalheira

“OH, OH, OH RESCALDO DE 2024” Bug Sociedade

O ano de 2024 chega ao Natal com acidentes horríveis, aviões que caem, enchentes e a nossa falta de juízo habitual. Pelo menos espera-se não termos que ouvir os governadores culparem Deus pelas chuvas e enchentes porque já cansou – só falta agora chamarem os santos e profetas para planejarem transportes e parques porque os administradores não estão levando o clima extremo suficientemente a sério. O presente de Natal do Rio e de São Paulo foi enchente e falta de luz – de novo.

Não dá pra despolitizar a falta de trabalho sério - e tendo de contabilizar ponte caindo no Nordeste, enquanto os deputados federais querem que bilhões sejam retirados de nós, de nossos parcos bolsinhos, fica a pergunta:  eles querem um tipo de presidencialismo de aparência, onde, seja quem for o presidente, seu papel é igual ao do rei da Inglaterra? Aparecer pra dar “tchauzinho”? Então a gente recolhe dinheiro aos trilhões via impostos pra que eles simplesmente desapareçam via orçamento secreto, libidinoso e vergonhoso – essa é a ideia?

Artur Lira sai com mais de cem processos de impeachment enrolados nas suas calças – eu não esqueci os mortos da COVID, senhores e espero que a justiça não os esqueça também. Quantas leis que facilitem ao cidadão reclamar, participar, proibir ações baixas como as do orçamento secreto foram votadas, por exemplo? Nenhuma. É mais fácil, em termos administrativos, um pastor convencer um fiel de que o deputado que desviou milhões fez isso pensando no Brasil, do que o Brasil denunciar o suspeito de desvio à justiça – e isso está errado.

Uma pergunta que não quer calar o mistério, um dos nós da novela chamada “Brasil”: quem é o mercado e como ele decidiu que menos gente deve ter uma boa e gorda galinha assada no Natal? Quem pode ser contra taxar os multimilionários? As super fortunas ou super salários? Ah! Os deputados votaram contra! Que suspeitinho... Fico me perguntando se isso foi negociado pelos “belos olhos das partes envolvidas”, já que estamos lidando até com reis – pois saibam: o lixo da Bahia tem seu próprio rei – que esteve preso, aliás – e solto. Rico ainda precisa de muitos homens como Flavio Dino e Xandão nos Tribunais de segunda instância pra continuarem presos – com aquela coragem que eu amoooo ...e que a gente olha bem nos olhos do Congresso e vê tão pouco... Citando e amando Erika Hilton, Duda Salabert, Eliziane Gama, Simone Tebet, Leila Barros, Soraya Thronicke, Pastor Henrique Vieira, Sâmia, Glauber – pessoas que olham o Brasil e nos veem. Os da velha guarda não vou falar, mas deixo aqui o meu amor por Erundina, que até bullying da máfia da “falta de educação” sofreu, passou mal, foi internada, mas enfrentou os “bullys com a coragem de sempre – e com decência.

Deixo a minha pergunta nessa quase “carta testemunho de Natal”: Os homens votam nesses homens? Os homens não reconhecem machistas ou os reconhecem, mas votam assim mesmo? Aqueles “enroladinhos de bandeira”, usando suas prerrogativas federais para um exercício incompreensível de boca suja, parecem ser pessoas que você contrataria como funcionário? Aquilo é uma personagem paga à peso de ouro por nós, os chefes, vocês sabiam? Deixa eu explicar direitinho: eles todos são nossos empregados. Você aceitaria que seu empregado levantasse a voz pra te xingar? É só nunca mais votar em praga, em carniça. Nós demitimos a cada quatro anos.  Demitam.

Muita cadeia vai rolar no ano que vem e espero ter vida e saúde para me lembrar dos 750 mil mortos da COVID, do golpe de estado, da bomba posta no caminhão de combustível, do homem bomba, nas mentiras travestidas de narrativas - e comemorar. Não. Não foi sem querer. Não. Não foi uma coisa à toa. Foi crime. Previsto, escrito e descrito no Código Penal. E mais uma vez, de mil vezes: SEM ANISTIA. A árvore de Natal pode ficar mais pobre, por causa dos super salários, mas continua de cabeça erguida.

Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV

 

“Momentos de ouro” Bug Sociedade

Quando eu tinha 11 ou 12 anos, por aí, tive um momento em que senti pela primeira vez que era uma pessoa com opiniões, com vontades e com ideias muito claras de quem eu era, do que era capaz e do que queria fazer na vida. Lembro bem desse momento, não fazia ideia se era cedo ou tarde para sentir isso, apenas senti. Tudo era muito claro, minhas decisões e minhas escolhas passaram a ser muito claras também. Essa sensação nunca mais me abandonou, até hoje. Tive uma turbulência em 2004, “uma espécie de gaivota que tentou entrar no motor da asa” mas o voo manteve-se na rota e cá estamos seguindo esta viagem incrível chamada vida.

Hoje, após 11 anos de vida no Brasil, voltou essa sensação, desta vez em relação ao país e ao que faço aqui. Pareço finalmente sentir um início de maturidade, uma sensação de saber onde pisar, de saber por onde seguir, onde insistir, onde desviar, do que sou capaz, de encontrar finalmente um sentido no que construo, todos os dias, todos os dias, todos os dias. Nunca trabalhei tanto, mas sou muito feliz a fazê-lo. Como quando estudava na faculdade e na minha carreira de atleta e de treinadora. A sensação de ter um trabalho cheio de sentido. Não quero jamais sentir a alegria de ser aposentada e de estar livre de compromissos e de viver como se estivesse de férias do passado. Não vejo a vida assim, nem quero ver. Enquanto for capaz, serei útil, serei contribuição, serei alguém que se esforçará por justiça, por equidade, por igualdade, por vidas verdadeiras, de carne e osso, repletas de fragilidades e talentos. Como se a vida fosse um espetáculo e algumas pessoas preferissem estar assistindo, enquanto eu e outros como eu, estamos produzindo, fazendo o espetáculo. Mas fazendo o espetáculo para o bem da humanidade, não para enriquecer.

Muitos parecem precisar de ver que é possível fazer alguns caminhos para depois acreditarem e quererem fazer também. Eu estou disponível para isso, sempre estive. Abri, abro e abrirei os caminhos que me forem possíveis para mostrar aos outros que se pode e que podem fazer o caminho muito melhor do que eu. Ou não fosse eu OSSÓXI.  

Diz-se que quando se fecham portas, se abrem janelas, mas eu percebo agora que quando se fecham portas, somos nós que temos de fazer as janelas para depois elas se abrirem. Nada acontece, nada. Nós que tentamos e fazemos ou nada se passa, nada se altera, nada muda.

2024 teve trancos e barrancos, teve situações que nos recordaram da expressão “memento mori”, teve obras onde melhoramos as tentativas de resolução de problemas de forma criativa e econômica. E cá estamos, na véspera do Natal.

O mundo está estranho, as pessoas sofrem, as sociedades estão desequilibradas e adoecidas, mas isto tudo só melhora se os que têm energia e capacidade de trabalho ajudarem. Em vez de resolverem curtir a vida.

Desejo a todos um Natal onde consigam fazer uma avaliação de quem são neste momento, de perceber onde e como podem melhorar, que comportamentos podem modificar, como podem contribuir – mas sem gastar um tostão, porque se contribui muito sem ter dinheiro. E se quiser contribuir com dinheiro, em vez de enviar dinheiro para organizações humanitárias, ajude o seu vizinho. É mais rápido, mais assertivo.

Finalmente, cuide do melhor transporte que existe no mundo – seu próprio corpo. Aprenda quando deve travar, quando deve acelerar, quando é a hora de colocar combustível, a ter uma condução defensiva, a ter boas sensações, a ouvir o que ele tem para dizer. O meu por exemplo, já me disse que está ansioso que chegue o jantar, para comer o bacalhau que costumo fazer, que minha mãe fazia, minha avô, bisavô, etc...

Ana Santos, professora, jornalista

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