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“FATOS E FOTOS” Bug Sociedade


“FATOS E FOTOS” Bug Sociedade

Viva Janja! A dona de uma cadela chamada Resistência e que, pela primeira vez, vai humanizar a Rampa do Planalto, subindo por ela, com ela! Primeira Dama é pra peruas – Já tivemos tantas desde a redemocratização que até perdi a conta. Mas de todas, eu amava a energia de Dona Ruth e agora – Janja! Tudo bem, Dona Marisa também não era perua, mas ela se comunicava pouco e minha vida está ao redor de passar mensagens cada vez mais claras.

Dona Ruth tinha a capacidade de discordar em público de Fernando Henrique (FHC) e isso ser natural de ver, embora (O)s políticos (todos homens) quase morressem. FHC parecia entender que casar com uma mulher da vida real era assim – eles discordavam e concordavam – coisas da vida.

O Brasil precisa muito de uma mulher com iniciativa agora. As pessoas precisam muito de comida também. Agora. Mas queria muito chamar a atenção para uma outra coisa: se nenhuma pessoa se acercar pra entender a consequência de estarmos falando menos e pior uns com os outros, vamos continuar contabilizando pessoas vitimadas pela violência no Brasil e no mundo. E quem está apanhando, se ferindo e morrendo mais é o nosso gênero - e incluirei sempre aqui as mulheres trans porque a violência se espalha sobre todo o gênero feminino, sem predileções.

Antes de fazer a festa pela Janja – já era hora de termos outra mulher de iniciativa! – eu chamo a atenção de todos – homos, héteros e trans – precisamos usar nosso tempo para ensinarmos as nossas crianças a falarem bem, a resolver problemas falando deles e não espalhando agressividade por aí. Se não for assim, o nosso gênero vai continuar sendo o fato e a foto da página policial. Ao invés de descoberta, ciência, vacina, chip contra o câncer, assassinato, agressão, ferimentos, orfandade e trauma.

Diante da festa e da expectativa de Janja e Lula nos devolvendo à normalidade, os olhos preocupados continuam pousados na maratona de mortes diárias dos jornais.

Morrer assassinado não é normal. Morrer de tanto apanhar, não é normal. Morrer porque alguém te jogou pela varanda, não é normal. Ter que se jogar de uma janela para fugir de seu patrão, não é normal. Viver a dor de sua cor lhe fazer mais ou menos ladra, não é normal. Não é normal o que estamos vivendo e talvez uma mulher como nós – a Janja – possa entender que já é hora de verbalizarmos – viver assim não é normal, casar assim não é normal, apanhar de seu companheiro não é normal, sofrer abusos, assédios, estupros e xingamentos não é normal.

Bem vinda, Janja! Tenho enormes expectativas de humanização desses políticos só por você, Simone e Marina coexistirem!

E que o Brasil nos aguente, todas juntas. Afinal, alguém precisa colocar moral nesse nicho de machistas, que é Brasília.

Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV


O “mercado” é sedutor e quem está distraído cai na armadilha direitinho. Lembro de se falar muito no pessoal londrino que tinha pessoas com fato/terno e chapéu de Côco como pessoas que vestiam roupas coloridas, rasgadas, diferentes, cabelos compridos, cabelos raspados, tatuagens, piercings. Era o novo mundo. E os Estados Unidos também, apesar das notícias demorarem um pouco mais a chegar... Pelo mundo todo, um dia, mais velho, mais atento, você acaba a selecionar o que lhe agrada. Nem tudo tem a ver contigo, com teus gostos, teus desejos, tuas opiniões. O “mercado” ronda, chama, seduz, por vezes finge que ele é o teu melhor caminho. É preciso ter muitos cuidados mesmo. É preciso amadurecer, saber bem o que se quer para não resvalar no que os outros dizem que é o certo. O presidente eleito Lula fez um discurso emocionante, dando esperança aos pobres, aos que passam fome, aos que não têm “amigos”, nem “proteções”, aos que vivem sem “rede”. Mas o “mercado” não gostou ou não entendeu. Os seres que são humanos entenderam bem e se for preciso alguma explicação ou fazer um desenho, os seres humanos podem explicar a diferença entre não poder comprar um segundo avião particular e não poder alimentar-se e alimentar os filhos, dali a segundos. O “mercado” também está muito preocupado porque o novo Governo ainda não definiu várias coisas, dizem eles. Engraçado...desde 2018 que vivemos sem definição seja do que for e o “mercado” nunca se queixou. O presidente em exercício desapareceu. Não tem mais “cercadinho”. Não tem mais live todas as 5ªfeiras. Não tem mais motociata. Não tem mais passeio de jet-ski. Deixa ver...será que me esqueci de mais alguma das tarefas de um presidente? Ia esquecendo a farofa. O “mercado” não parece estar preocupado. Quem é o trabalhador que pode ficar sem trabalhar dias sem justificar, dias sem cumprir as suas obrigações e continua a receber seu salário, e seus “patrões” não o questionam, não lhe movem um processo, não o demitem? Uma casa desarrumada desde 2018 que antes do inquilino mudar as malas já vemos tanto movimento, já respiramos tanta organização, humanidade... Ai “mercado”, “mercado”, nas tuas palavras parece existir algo errado...

Os Estados Unidos que seguimos musicalmente, na moda, no esporte é o mesmo onde a presidente da Câmara dos Estados Unidos teve sua casa invadida por um homem que, dizem, tinha a intenção de a sequestrar e lhe partir os joelhos se mentisse para ele. Na “visita”/invasão levava um rolo de fita, corda, dois martelos e braçadeiras. Felizmente Nancy Pelosi não estava, mas estava seu marido que sofreu agressões com um dos martelos com fratura de crânio, lesões nas mãos e no braço direito. Quem está seguro no mundo...quem?


Gal Costa morreu. É difícil até escrever esta frase. Como custa ver partir pessoas tão importantes. Mesmo sendo portuguesa e tendo vivido grande parte da minha vida em Portugal, as músicas cantadas por Gal Costa fizeram sempre parte da minha vida, como sei que fizeram parte da vida de todos os portugueses. Nem consigo por isso imaginar a dor dos brasileiros. Lamento profundamente a dor que estão a sentir. Deixo aqui um abraço carinhoso a todos e um agradecimento pelo bem que vocês, brasileiros, baianos, fizeram e fazem nas nossas vidas, com a vossa música, vosso jeito, entre muitas doces qualidades. Gratidão imensa.


Rafael Gallo é Prêmio José Saramago 2022. A literatura brasileira é poderosa e linda. Parabéns Brasil!!!


Cristiano Ronaldo. Se todos/as os/as atletas pudessem falar sobre a forma como tudo muda no final da sua carreira: o comportamento dos treinadores, diretores, colegas, público, torcida/claque, não chegavam televisões, nem canais de youtube, nem saliva. Tem caminhos que é melhor não iniciar para não estragar o que se construiu. Como dizem os orientais, aprender o desapego é muito importante. Desejo que esta Copa seja boa para Cristiano Ronaldo melhorar o desapego, mas temo que também possa ser um final de carreira humilhante e amargo. O esporte não perdoa, a máquina não pára e os novos jogadores estão a jogar num nível interplanetário. No calor do Catar, Cristiano Ronaldo, Lionel Messi, Neymar, entre outros atletas em final de carreira, não podem vacilar. Para eles o descanso, o treino, a alimentação, as rotinas saudáveis, farão muita diferença. E, a Copa do Mundo do Catar terá também um sabor amargo por inúmeras razões noticiadas por jornais e televisões pelo mundo: exploração de trabalho imigrante, acusação de fraude nos votos, opressão da comunidade LGBTQIA+, desrespeito ao meio ambiente, morte de mais de 6.000 trabalhadores imigrantes na construção dos estádios. Que mundo louco é este? Celebrar o esporte com uma mancha tão venenosa, uma guerra que não termina, o mundo cada vez mais intoxicado...

“A música tem força para lutar contra as injustiças do mundo.” Gal Costa

Ana Santos, professora, jornalista

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