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Duas vezes Poesia

  • Foto do escritor: portalbuglatino
    portalbuglatino
  • 19 de mar.
  • 1 min de leitura

Joana Vasconcelos
Joana Vasconcelos

“DUAS VEZES”

“duas vezes

apagaram meu rosto

me puseram uma máscara

uma vez

Agora depois do delírio

mostro o rosto

as penas em minhas mãos

o som nos olhos dispostos

o corpo guarnecido

atravessado apenas

por um cordão de ar”

Lía Colombino

Paraguay

 

“ÀS VEZES EU, SEMPRE TU”

“Às vezes,

quando percebo o absurdo da realidade

quase escuto meu ronco

respirar, despertar, respirar…

geralmente não funciona

de quanto mais necessitas para deixar de necessitar?

fique um pouco mais,

vamos cozinhar algo

eu,

que durmo com os pés descobertos

que sempre senti tua falta

que me pergunto respostas

e me respondo perguntas

que logo fiquei sem nada mais para dar

e se dormirmos juntos?

fique para dormir,

vamos dormir juntos

para sempre

que me entreguei à zoofilia

eu a chamei de outra coisa e descartei a moral

as categorias, os obstáculos,

procurei coisas que não entendia muito bem.

tu,

que tens tanto medo, tanto medo

que compreendes o medo e nada mais

que não gostas de tranças

que te aproximas da luz

apenas para agigantar a tua sombra e te sentir bem grande, maior

E se falarmos de outra coisa?

Está fazendo frio

melhor que ponhas um gorro.”

Camila Recalde

Paraguay



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