Portugal, lugar onde nasci, lugar que vive em mim. Amor eterno. Alegria e felicidade pelo que somos de bom, tristeza e pena pelo que somos de menos bom. Vontade de contribuir, de fazer bem, de ser orgulhosamente portuguesa no mundo. No Brasil. Em mim. Viver portuguesa respeitando o mundo. Morrer em paz.
Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
1. Poesia indicada pelo Bug Latino
“Queria que os Portugueses”
“Queria que os portugueses tivessem senso de humor e não vissem como génio todo aquele que é doutor sobretudo se é o próprio que se afirma como tal só porque sabendo ler o que lê entende mal todos os que são formados deviam ter que fazer exame de analfabeto para provar que sem ler teriam sido capazes de constituir cultura por tudo que a vida ensina e mais do que livro dura e tem certeza de sol mesmo que a noite se instale visto que ser-se o que se é muito mais que saber vale até para aproveitar-se das dúvidas da razão que a si própria se devia olhar pura opinião que hoje é uma manhã outra e talvez depois terceira sendo que o mundo sucede sempre de nova maneira alfabetizar cuidado não me ponham tudo em culto dos que não citar francês consideram puro insulto se a nação analfabeta derrubou filosofia e no jeito aristotélico o que certo parecia deixem-na ser o que seja em todo o tempo futuro talvez encontre sozinha o mais além que procuro.” Agostinho da Silva
2. Poesia indicada pelo Bug Latino
“Fado português”
“O Fado nasceu um dia,
quando o vento mal bulia
e o céu o mar prolongava,
na amurada dum veleiro,
no peito dum marinheiro
que, estando triste, cantava,
que, estando triste, cantava.
Ai, que lindeza tamanha,
meu chão , meu monte, meu vale,
de folhas, flores, frutas de oiro,
vê se vês terras de Espanha,
areias de Portugal,
olhar ceguinho de choro.
Na boca dum marinheiro
do frágil barco veleiro,
morrendo a canção magoada,
diz o pungir dos desejos
do lábio a queimar de beijos
que beija o ar, e mais nada,
que beija o ar, e mais nada.
Mãe, adeus. Adeus, Maria.
Guarda bem no teu sentido
que aqui te faço uma jura:
que ou te levo à sacristia,
ou foi Deus que foi servido
dar-me no mar sepultura.
Ora eis que embora outro dia,
quando o vento nem bulia
e o céu o mar prolongava,
à proa de outro velero
velava outro marinheiro
que, estando triste, cantava,
que, estando triste, cantava.”
Letra: José Régio
Música: Alain Oulman
Poema cantado por Amália Rodrigues
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