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“A POLÍTICA E A ONDA DE CALOR” e “É possível sim” Bug Sociedade


Isabel Meyrelles
Isabel Meyrelles

“A POLÍTICA E A ONDA DE CALOR” Bug Sociedade

Finalmente os cabeças das tentativas sucessivas de golpe de estado que sofremos vão ser acusados. Tinha que ser nessa tremenda onda de calor, onde a sensação térmica do Rio pode ultrapassar os 60º, imagine. Onde, aqui em Salvador, as pessoas se alinham na sombra que fazem os postes, enquanto estão à espera da condução. Num momento onde Fernanda Torres entra para a história política como uma de suas maiores ativistas, por encarnar a profundidade silenciosa de Eunice Paiva, fielmente.

Onde tudo isso se encontra? Na política, naturalmente.

Não entendo como nós, as pessoas comuns, não nos perguntamos se aquela tal pessoa sabe trabalhar como política, antes de votar nela. Se sabe falar, negociar, se é honesta o suficiente, se vai ser fiel ao Brasil e não apenas aos seus “chefinhos bastardos”, se, de dentro do seu ar condicionado, prevê o nosso calor medonho aqui na vida comum e agradece o seu frescor – pago com o nosso dinheiro. Quantos políticos realmente pensam no povo, quando sentam em suas salas?

As cidades mudaram a recolha do lixo para contribuírem com o meio ambiente nesse clima extremo? Salvador – já que moro aqui – nunca vai começar a separar e reciclar seu lixo doméstico? E a pergunta que me queima a boca: será que o “Rei do Lixo” tem alguma influência sobre isso? Minha curiosidade nasce do fato de que lixo se recolhe por metro cúbico e a reciclagem vai descer – em muito – essa metragem.

Nós somos os chefes de todas as pessoas que são chamadas de servidoras públicas. Não compreendo agressividade como iniciativa de ninguém. De servidor público, no trato com as pessoas que pagam seus salários – nós – menos ainda. Não faz sentido. A violência no trato esquenta a nossa cabeça, aperta a nossa mente.

A onda de calor precisa e deveria estar sendo explicada detalhadamente pra todos nós. O pessoal que fica o dia inteiro na praia está correndo alto risco de desenvolver câncer, desidratação, insolação.  Doenças, gente. Quem vai nos explicar sobre o horário das crianças irem à praia? Sobre beber água (e cachaça não é água não, tá no samba), a importância da hidratação e de que o álcool – cerveja tem álcool – desidrata. Você pensa que mata a sede, mas cerveja desidrata. Parece que não mudou nada no clima, mas mudou. Você não sente um calor terrível? Quem vai fazer uma política que nos aponte o que fazer, antes de adoecermos?

Em tempo: os cabeças dessa organização criminosa que quis dar golpe de estado serão acusados hoje, se as noticias estiverem certas. Não vou falar nada, não vou rir, não vou comemorar, mas precisamos ser exigentes, intransigentes – precisamos ser como a Eunice Paiva – ao lutarmos pela democracia, no Brasil. Sem partido porque partido cada um escolhe o seu – e o Brasil tem uns 35 – mas sempre – SEMPRE – a partir da democracia. Qualquer pessoa, em qualquer cargo, que tenha querido destruir o que tantos morreram defendendo – Rubens Paiva entre eles – tem que ser julgado pelos seus crimes e, se eles forem comprovados, precisa ir pra cadeia.

A onde de calor está demais, mas a expectativa de ver a democracia ser colocada em seu lugar de novo também aquece, a possibilidade de o Brasil ganhar um Oscar aquece, pressentir o sorriso da Eunice Paiva também e sonhar com cidades melhor planejadas, me “ferve” de desejo!

Tudo com justiça, aplicação da lei, direito. Mas sem anistia porque ninguém merece ser filho da injustiça, da ditadura, da tortura, da prisão e da morte. Ninguém merece a censura.

Um alô ao espírito de Stuart e Zuzu Angel, que pelas mãos de “AINDA ESTOU AQUI”, talvez parem de perambular pelos corredores do Congresso e do Supremo, em busca de justiça.

Viva Fernanda, viva Walter, viva o Brasil.

Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV

 

“É possível sim” Bug Sociedade

O Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa e o Primeiro Ministro de Portugal, Luís Montenegro, estarão aqui no Brasil, até quarta-feira. Parece que o objetivo é continuar a estreitar relações entre os dois países. Gostava de saber o que isso significa na prática para quem vive no Brasil sendo portuguesa, ou vive em Portugal sendo brasileira. Porque vivo no Brasil desde 2013 e não vejo nenhuma melhoria burocrática nesse estreitar. Tudo o que eventualmente melhore, não chega à nossa vida. Vejo as quantidades absurdas de dinheiro que se gastam para autenticar e adquirir a Apostila - um certificado de autenticidade emitido por países signatários da Convenção da Haia, para documentos acadêmicos de outros países. Vejo anos de espera para aceitarem nossos diplomas. Vejo quantidades absurdas de dinheiro que se gastam para construir o processo moroso de pedido de nacionalidade para quem é filha ou neta de portugueses e depois sempre acontece algum impedimento ou alguma falta de documento. E principalmente, sempre aparece alguém incentivando que a pessoa escolha assessorias caríssimas para conseguir algo a que tem direito. A ida aos consulados também é uma experiência que todos os seres humanos deviam ter para compreenderem melhor como se sente um estrangeiro e como é o mundo real. Eu nem consigo imaginar como será para os refugiados. Consulados são espaços que tratam de documentos e você paga bastante por cada um. Não espere, como eu esperei, que fosse também um local onde você pode recorrer para pedir apoio financeiro, institucional, indicação de portugueses com os quais se pode trabalhar em conjunto, parcerias, etc. Não se admire se acontecer de lhe ligarem pedindo colaboração. Isso mesmo. Ligarem para te dizer que o que você faz é maravilhoso, e que, você poderia colaborar voluntariamente em algum evento ou data específica. Isto acontece com mais frequência do que o comum mortal pensa e quem sofre mais até são os empresários que têm sucesso. Mas eu sempre imagino que deve existir alguma contrapartida para ambos os lados. O que não sucede aos comuns mortais como eu e Ana Ribeiro com o Bug Latino, num portal que se preocupa com e une portugueses e brasileiros, e que faz o que os países estão deixando de fazer – cuidar das pessoas.

Hoje numa reunião que fizemos lembrei de novo a razão por estar aqui, por estar a fazer este caminho tão inusitado para quem pensava me conhecer. Eu era professora em Portugal e tinha o sistema me protegendo. Contribuía para melhorar a vida das pessoas, mas era lento, era escasso, era visível mas pouco profundo. E muitos obstáculos burocráticos e preconceituosos. Consegui ir aos Jogos Olímpicos como treinadora e percebi, nesse momento, que tenho responsabilidades acrescidas por isso. Preciso e quero “avisar” as pessoas – principalmente as crianças e jovens – dos momentos do caminho em que precisamos colocar os pés com cuidado. E também quero avisá-las que o esforço, a honestidade e a partilha são recompensadoras.

Percebo com tristeza que o caminho tem de ser feito por nós, carregando o ônus, furando as paredes, quebrando barreiras, lutando pelas suas causas e as dos outros. O estreitar é para grandes negócios, não é para causas silenciosas como o Bug. Mas aqui estamos e aqui seguimos. O que fazemos é muito maior do que o que estão dispostos a ajudar e a ver. E eu vos digo: nós não aceitamos a previsibilidade da vida e enquanto for possível faremos de tudo para que o Bug Latino exista e faça o bem às pessoas. Com ajuda ou sem ajuda, com apoio institucional ou não, com estreitamento de relações ou não. Isso aprendi na caminhada até aos Jogos Olímpicos e convido a todas e a todos a quebrarem esse enguiço do que é esperado. É esperado aquilo que eu procuro, luto e trabalho para.

Ana Santos, professora, jornalista

 
 
 

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