O Renascimento
- Bruno Rio, Portugal
- 27 de abr. de 2018
- 1 min de leitura
O Renascimento
Sublime a aparência eterna da gota de água que reflete em ti as mil cores da tua vida presas num recipiente de pureza.
Fugaz o tempo que te convida a correr desenfreadamente atrás dele, quando o tens em ti e na palma da tua mão...
Eterna a força centrífuga que te faz abrir os olhos a cada manhã como se a noite fosse o epílogo dos teus sonhos...
Vazio o olhar que não vês quando a incerteza penetra o teu espírito como o nevoeiro se acerca da praia...
Ébria essa forma de pensar calculando o que não se tem, dividindo o que já se teve, subtraindo o que se quer ter... e somando apenas o que já se perdeu.
Pálida a cor que te preenche a tez da tua face perante o medo da incerteza da decisão... como a presa que encara o cano da espingarda.
E Renasces a cada dia com a vida a fugir-te por baixo dos pés com medo do tempo que passou... da incerteza que o sabor do vazio te deixou na boca.....
... Renasces a cada batida descompassada do teu coração... como se corresses com a pressa de quem não tem destino... como uma morada sem porta.. Um fim sem um início.
E assistes na primeira fila a cada decisão que te trouxe até este preciso momento.. Aqui.. À tua vida....
E sem remorsos nem rancores, cerras os dentes e abraças o amanhã com a força bruta da tempestade... pois o Renascimento se faz caminhando sem a pressa de ter onde chegar.
Bruno Rio
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