Peça de Teatro “A Alma Imoral” (SESC Casa do Comércio, Salvador, 2025)

Peça de Teatro “A Alma Imoral” (SESC Casa do Comércio, Salvador, 2025)
Perturbadora – o melhor adjetivo que me ocorre para A ALMA IMORAL – adaptação e interpretação de Clarice Niskier para o livro de Nilton Bonder. Desde o nome, a peça causa incômodo porque, em sendo imoral, já nos remete ao que é moral, tradicional, conservador – (brrrr, conservador – a alma de uma menina hiperativa observando um mundo de pessoas tão bem comportadas...) - descobri hoje que minha alma inquieta sempre foi imoral – e me senti bem.
Sou professora de voz teatral e interpretação, além de mil outras coisas correlatas à comunicação humana. O fazer das falas profissionais são coisas rotineiras na minha vida. Mas há anos não saía de um espetáculo sentindo essa espécie de “arrebatamento, êxtase, formigamento interno a caminho da iluminação” como hoje.
A alma é santa e o corpo é que “peca” ou o corpo exerce o que alma – imortal e imoral – o impele a desnudar? E de pergunta em pergunta, Clarice nos conduz a complexos olhares para dentro de nós mesmos, ao olhar com estranho incômodo para o único animal nu que nos perturba pela nudez – nós, os seres humanos. E a cada citação, leitura, piada, parada, rodopio de capa, mais nua a nossa alma fica diante do espelho que somos de nós mesmos e o nosso incômodo não é o nu dela, mas o que vemos desnudo em nós.
Ao olhar o mundo, nesse momento tão estreito; ao olhar o Brasil, em pleno trabalho de parto, forcejando desesperadamente para a largueza dos limites conservadores e anti-tudo, muitas vezes nos sentimos no momento onde a contração cessa por um instante e você tem a intensa sensação de que está vivo, até que outra contração advenha e você deixe de respirar durante sua duração. Bem, eu percebi que continuo viva, hoje.
Ainda muita coisa precisa ser posta nua, diante de nós - a começar do que acontece na Palestina; a começar com termos que discutir uma Terra que ainda precisa ser vista por muitos como plana; a começar por estarmos vendo doenças que são facilmente combatíveis com vacinas, recrudescerem, o planeta arder, verter água, estremecer – tudo para que o vejamos – em vão.
A ALMA IMORAL marcha, assume riscos, acredita. Com ela, cada um de nós pode – ou não – enfrentar-se e entrar no Mar Vermelho, à espera de que Deus nos veja e acredite que iremos até o fim, seja ele qual for. A ALMA IMORAL somos nós, cada um com seu pequeno martelo, quebrando modelos inúteis ao expor quem somos.
Parabéns à Carambola Produções.
Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV
Estou um pouco sem palavras. Extasiada talvez. Profundamente feliz por ter tido a sorte de assistir a esta peça. E por ter assistido nesta fase da minha vida. Por poder aproveitar cada segundo.
Pensei em tanta coisa enquanto assistia: pensei que as pessoas que amam teatro como eu, em Portugal, vão amar assistir e vão ficar fãs de Clarice Niskier. Como eu fiquei. Pensei em tantas pessoas que desejariam ouvir o que ouvi, que algumas não iam entender o que ouvi, que outras ainda não iriam concordar. E todas precisam assistir por isso mesmo. Que tanta coisa fez sentido, tanta coisa me confirmou o caminho, tanta coisa me deu alento para seguir.
Um cenário, iluminação e figurino minimalistas, limpos, simplificados. Lindos!
Uma atriz corajosa num palco, uma mulher diferenciada no palco, um ser humano muito especial nos oferecendo uma espécie de psicoterapia gratuita, de “abre teus olhos e tua mente”, uma viagem ao nosso mundo, aos nossos pensamentos, à existência. Ou apenas uma mulher que escolheu ser presente, ser quem ela é. E como! Para quem quiser um ponto de virada de rota, de acerto de velas, para ir na direção que vale a pena na sua vida. Um véu que vira vestido que vira túnica, que vira o que a atriz deseja e que nós aceitamos hipnotizadas sem hesitar. Uma vontade de ficar ali ouvindo, perguntando, ouvindo, perguntando. Cada palavra dita, cada frase repetida, parecem pedacinhos daquele chocolate que guardamos para um momento único – há que saborear cada momento.
A capacidade de quebrar a quarta parede e manter as pessoas “controladas” é para poucos. Principalmente quando os temas são existenciais. Impressionante como Clarice Niskier o faz com aparente tranquilidade!
Uma capacidade admirável de repetir o texto sempre que alguém do público o deseja. Parece fácil, algo que é extremamente exigente, difícil, para muitos, impossível.
Uma tarde de ensinamentos, de parábolas, de lendas, de questionamentos. Uma tarde inesquecível. Uma peça de teatro que pode mudar sua vida, pode te salvar, pode te manter motivada na caminhada de pedras que você está fazendo.
Tanta mas tanta informação importante, tanta mas tanta emoção que rebola, que mexe e remexe, que descola e cola, que salta e rola, na sua mente. Não é para ficar da mesma forma que entrou. Impossível! E ainda bem. Sinto que me faltam as palavras todas para dizer tudo o que senti, o que confirmei, o que aprendi, o que quero retribuir e agradecer. Mas pelo menos deixo as palavras de profundo agradecimento pelos dezanove anos em cartaz e o desejo de que venham mais 19. O que se iniciou numa pequena sala de 50 lugares, no Rio de Janeiro, em 2006, tem vida e importância eterna. Por favor nunca parem.
Obrigada, obrigada, obrigada!!!!
Agradecimentos à Carambola Produções pela sua gentileza, profissionalismo e cortesia para com o Bug Latino, Plataforma de Comunicação Humana – buglatino.com
Agradecimentos ao SESC Casa do Comércio em Salvador pela gentileza, profissionalismo para com o Bug Latino, Plataforma de Comunicação Humana – buglatino.com
Obrigada por trazerem peças tão incríveis e tão necessárias.
Ana Santos, professora, jornalista
Sinopse: A peça desconstrói e reconstrói conceitos milenares da história da civilização – corpo e alma, certo e errado, traidor e traído, obediência e desobediência. 80 minutos, 18 anos. Adaptação de Clarice Niskier do Livro A Alma Imoral de Nilton Bonder.
Ficha Técnica:
Autor
Nilton Bonder.
Adaptação, Concepção Cênica e Interpretação
Clarice Niskier
Supervisão de direção
Amir Haddad.
Cenário
Luiz Martins
Figurino
Kika Lopes.
Iluminação
Aurélio de Simoni.
Música original
José Maria Braga
Realização
Niska Produções Culturais
Produção Local
Carambola Produções
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