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Bug Cinema

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Maldito Modigliani (Autoral Filmes, 2020)

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Amo documentários. São como fraquezas as quais sempre sucumbo, assim como os filmes baseados em fatos reais. MALDITO MODIGLIANI nos leva diretamente as diferenças entre os sensíveis, os artistas e o resto da humanidade – uma espécie de interpretação da dor única porque cria uma estética, uma forma de se expor que acaba se tornando a estética do artista.

                        No filme, sua esposa – também artista – conta com uma tristeza única quem foi Modigliani, as dificuldades, quem ela era, o que fizeram juntos, o que viveram – misturando micro fatos, mini momentos da biografia de amigos, outros artistas, escritores – além de dados da própria biografia, incluindo seu suicídio, tão jovem. Essa dor que muitas vezes se torna bússola, faz de MALDITO MODIGLIANI uma narração que carrega esse “contratempo”, mesmo nos momentos alegres, de descoberta do sucesso. a doença que o acompanhou, a falta de dinheiro, a ação interesseira de marchands que não valorizaram suas obras ou que poderiam facilitar um pouco mais suas condições de vida e não o fizeram, os ladrões que imitaram suas obras, ganhando dinheiro com elas após sua morte – o universo é único, embora repita ambiências e atitudes porque o mundo, o mercado, o egoísmo humano nunca são desobedecidos, afinal.

                        MALDITO MODIGLIANI precisa ser visto, discutido, reapresentado em ambientes onde o público possa discutir e inferir o significado verdadeiro do talento e não apenas do valor de mercado e da vantagem que se pode ter sobre a obra de autores mortos. Ele mostra a genialidade como uma estrondosa e desestabilizadora visão da simplicidade que, no caso Modigliani está em cada traço.

                        Imperdível em termos informacionais, mas principalmente em termos de sentimentos. Há um mergulho a ser feito nessas formas de ver o mundo. As formas dos artistas nos conduzem à sensibilidade e deveríamos sentir o choque da luz desse tipo de olhar. Seríamos talvez melhores.

                        Agradecimentos especiais à gentileza da Autoral Filmes.

Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV

 

Amo, adoro, saber do percurso da vida de pessoas que mudaram o mundo antes de eu existir. Falo isso muitas vezes: são experiências vicariantes quando alguns seres humanos nos abrem portas de possibilidades, nos instigam a seguir, a buscar o que ninguém buscou, a acreditar no nosso talento e na nossa energia para alcançar coisas grandiosas. Neste caso, alguém determinante na pintura, escultura, cultura em geral, que mais uma vez tem uma vida de dificuldades financeiras e dias depois de sua morte toda a sua obra passa a valer fortunas. Era necessário encontrar uma forma destas coisas não sucederem mais. Mas digo isto e penso em Jaime Figura em Salvador, em Gentileza no Rio de Janeiro e de novo a desatenção, a falta de reconhecimento e muitas vezes o desprezo em vida e após a morte a valorização. Não conseguimos melhorar e devemos fazê-lo. Não é possível assistir ao sofrimento, pobreza e sacrifício de gênios da humanidade e depois usufruir de sua arte, além de muitos enriquecerem monstruosamente com o seu valor. É terrível isso.

Muito interessante a forma como foi construído o documentário, em cima de uma espécie de diário de uma das companheiras de vida, a última, de Modigliani. Seguimos a narração da voz da companheira, seguindo as emoções dos momentos, da sua relação, da relação com o trabalho, a vida, a sociedade. Muito interessante.

Costuma-se dizer que grandes homens se relacionam com grandes mulheres e Modigliani fez isso. Duas grandes mulheres o acompanharam em momentos da sua vida e ambas tiveram fins difíceis. O talento incomoda muita gente e nesta época elas eram mulheres incômodas porque tremendamente corajosas e determinadas. 

O documentário também aborda o modus operandi dos negociadores de obras de arte, dos falsificadores de obras de arte, “profissões” muito questionáveis.

Estes filmes/documentários são muito importantes para termos uma pequena noção do sofrimento e trajeto dos grandes do mundo humano. Devia ser obrigatório nas escolas e nos lares de idosos/ pelo menos nesses lugares. Imperdível.

Agradecimento à distribuidora Autoral Filmes pela gentileza em divulgar este documentário tão fundamental para a cultura no mundo.

Ana Santos, professora, jornalista

 

Sinopse: Nascido em Livorno, Toscana, Dedo ou Modi, viveu uma vida curta e atormentada, narrada aqui de um ponto de vista original, o de sua jovem esposa, Jeanne Hebuterne.

Direção: Valeria Parisi

Elenco: Chloe Aridjis, Astrid Casali, Domitilla D'Amico.

Trailer e informações:

https://www.imdb.com/pt/title/tt12035456/

País: Itália | Gênero: Documentário biográfico | Duração: 90min | 14 anos

Praças de exibição: @autoral_filmes

 


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