
Um filme dificílimo – o diretor tirou todas as entonações, todas as cores. O filme mistura leituras das cenas escritas por OTO – uma das personagens - e faladas, repetidas à margem da situação do dia a dia, cenas de Tchekhov com Yûsuke Kafuku dirigindo, conversando, fazendo sexo e você precisa um pouco que decupar as camadas e sobretudo – aceitar que as frases são ditas sem apoio na prosódia. É como se, no roteiro, tivéssemos feito um acordo tácito de que o diretor nos dirigiria junto com o espetáculo. O filme, portanto, começa com a ação divorciada das falas e as falas, divorciadas da prosódia.
Ainda assim, o filme mostra o interior das pessoas com uma clareza “japonesa”. A obediência dos atores, explosões emocionais, respeito, a busca incessante por respostas íntimas, internas, traição, silêncio – tudo está lá.
O tempo é totalmente manipulado também. É espantoso um filme de 3 horas, ações divorciadas das falas te tocar, mas toca. Há uma enorme quantidade de perdas e você se envolve com situações “estranhamente normais”. Se não fossem as falas, os ritmos, as vidas...
Não é filme pra criança ver. Tenho certeza que elas não entenderiam nada.
Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV
Excelentes atores, a sensação que parece feito por um Akira Kurosawa dos novos tempos, filmado em lugares históricos do Japão, como Hiroshima. Um filme de cinema que fala de teatro, com os diálogos da peça de Anton Tchekhov, “Tio Vanya”, nos acompanhando o filme inteiro – e que delícia isso é.
Um filme complexo, com etapas bem marcadas, repleto de ensinamentos. Te faz pensar, pensar muito, te obriga a estar concentrado nas falas profundas e reflexivas, te obriga a fazer o que cada vez é mais difícil nos tempos atuais – mergulhar num universo e aprender com ele.
A partir de um amor a um carro, a partir de um casamento que também é um lugar de busca e aprendizado, o filme parece fazer “shiatsu” nas nossas mentes.
Interessante ver a forma como uma peça de teatro começa a ser trabalhada nos países asiáticos, sendo na verdade bastante parecida com o resto do mundo, contendo as preocupações de diversidade – de linguagem, de capacidade, de vínculo. Muito interessante. Uma das cenas mais bonitas para mim é o momento em que a atriz muda, faz seu teste para audição para a peça. Sublime.
Veja o filme, se ainda não o viu – ele andou bastante no circuito do cinema e agora está na Netflix. Bonito, denso, emocionante. Realmente todos temos nossas dores e em algum momento encontramos pessoas que nos entendem, nos ouvem e nos salvam. Que bom que é.
Não perca.
Ana Santos, professora, jornalista
Sinopse: Um renomado ator e diretor de teatro tem que aprender a lidar com uma grande perda pessoal, quando recebe uma oferta para dirigir uma produção do Tio Vanya em Hiroshima.
Direção: Ryûsuke Hamaguchi
Elenco: Hidetoshi Nishijima, Tôko Miura, Reika Kirishima.
Trailer e informações:
https://www.imdb.com/pt/title/tt14039582/
Dia de Domingo.
Sugestão cultural: uma exposição, um bailado, uma ópera, uma peça de teatro, um filme.
Sempre que possível indicamos filme ou documentário que pode ser visto por todos, na internet.
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