Teoricamente, apenas analisando os títulos, a série pode parecer longa. Você lê, apenas: Temporada 1 – diretores de fotografia, atores de drama, roteiristas, etc. Temporada 2 – quase igual a 1. Temporada 3 – idem. Engano. Ela é perfeita. E perfeita porque reúne apenas grandes expoentes do cinema e da TV falando de seus processos internos de criação, seus problemas e soluções de organização.
Mel Gibson comandou uma equipe de 3000 pessoas. Gente, 3000 mil pessoas em um filme é incrível! Denzel Washington era lixeiro – uma coisa que deveria acontecer no Brasil e o fato de que nunca ninguém ter ouvido falar disso aqui, aponta claramente para o hipócrita apartheid brasileiro. Onde estudaram, como escrevem, planejam. O que inspira a construção de grandes personagens.
Fala-se de cinema e TV como negócio – uma coisa que com o Bug muitas vezes sentimos – as pessoas não estão nos “ajudando”, não estão “fazendo caridade” - estão se unindo a um bom negócio – simples assim. E é muito bom ouvir Oprah Winfrey pensando. Não, é mais que bom – é um privilégio.
Cenário mais minimalista, impossível – uma mesa redonda e cadeiras. E mentes brilhantes. Você vê ali o nível altíssimo dos equipamentos, a qualidade de tudo. Mas, sobretudo, vê como criaturas criativas funcionam, como resolvem problemas, se são generosas, como descobrem talentos. Denzel Washington descobriu Chadwick Boseman, mas não apenas isso – pagou seu curso de interpretação.
Estamos diante de uma atitude diferente e é exatamente isso que faz a série valer cada minuto. Porque essa atitude de grandes profissionais como eles, faz com que você se coloque diante do que está fazendo, analisando-se verdadeiramente e traçando novas perspectivas – outra coisa que podemos começar a exercitar, por aqui. Práticas, ao invés de teorias. Ações, ao invés de palavras.
Não percam!
Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV
Ouvir as opiniões e as experiências dos melhores é muito interessante e muito enriquecedor. Atrizes, atores, diretores, roteiristas, compositores, produtores. Os melhores. Os mais premiados. Imensos episódios para podermos saborear cada um maravilhosamente. Imagine que um dos episódios, sobre compositores, juntasse, na mesma mesa, à conversa, Justin Timberlake, Sting, Alicia Keys, John Legend, Tori Amos, and Pharrell Williams. Pois é. É assim, neste nível. Pensar em “set” de filmagem de 3 mil pessoas é muito louco. Ouvir suas opiniões pessoais sobre o que criam, sobre os seus medos. É, eles também são humanos, também sentem medo, ansiedade.
Para quem ama cinema, imperdível. Para quem quer saber mais sobre cinema, imperdível. Para quem deseja saber como fazem os melhores, imperdível. Para quem deseja saber como chegaram naquele nível, o nível de trabalho, de dedicação, imperdível. Começa a ver um episódio e não tem mais vontade de terminar. Cada episódio com aproximadamente 30 minutos. Fácil, rápido, apelativo, formativo, sensacional. Imperdível.
Ana Santos, professora, jornalista
Informações
Sinopse: 'The Hollywood Reporter', em parceria com a Sundance TV, mantém discussões em mesa-redonda com os indicados ao Oscar e ao Emmy: atores, diretores, roteiristas, compositores, produtores, etc.