O que pode estar por trás da necessidade de escapar do sofrimento familiar? O que pode fazer a mente para implodir tais momentos? – Este é o nó dramático ao redor de LA PRÓXIMA PIEL, que “inverte” a sua cabeça um bom par de vezes durante o filme. Atores competentes na busca de respostas que só chegam mesmo na última cena – o que nos leva a impaciência, até. Mil perguntas soltas no ar, ciúmes, egoísmo, segredos, agressividade e sangue porque se trata de um filme com caçadores que limpam o couro dos animais na nossa frente.
Esperem algum suspense, busca de respostas, explosões emocionais e você estará no clima certo, num cenário monocromático, escuro, frio, pesado e que consegue te levar junto com ele para a busca de respostas.
Àlex Monner dá conta do papel principal, seguido por Sergi López – que é um vilão e tanto. LA PRÓXIMA PIEL tem boas cenas, muitas perguntas, dúvidas, apagamentos, cobranças, constituindo mais uma vertente do que pode ser construído numa família e todos seus segredos. E, querendo ou não, todas famílias têm “o olhar furtivo que foi visto por alguém que testemunhou alguma coisa que não deveria”, a humilhação flagrada, a palavra mal intencionada, mesmo dentro do clima de amor. É drama do bom!
LA PRÓXIMA PIEL vai mexer com você, tenha a certeza.
Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV
Um drama pode ser muito mais do que drama: dois, três, mil dramas num só. Um filme complexo, tenso, que toca um mundo que ainda não tinha visto num filme. Interessante e tenso como referi. Incrível como vamos sempre ter aos mesmos lugares. Se olhamos uma família, uma tragédia de longe, ela é isso e já é duro que chegue. Mas quando nos aproximamos, tentamos entender, tentamos resolver, nos preocupamos, somos curiosos, perspicazes, nem sempre descobrimos coisas boas. Muitas vezes é como mexer num vespeiro e tudo pode ficar ainda pior, mais confuso, mais desarranjado. Quem dá o passo para acalmar as águas agitadas e movediças? Quem deseja afinal saber a verdade? Quem vive bem por detrás de tanto segredo, tanta coisa não dita mas que pipoca a cada movimento? O que buscamos afinal? A verdade ou nos darmos bem por entre as verdades que nos interessam? É um filme muito interessante de ser assistido, de ser pensado, de ser conversado.
Escondemos toda a vida coisas achando que ninguém vai saber, quando afinal todos sabem e fazem de conta que não sabem. Depois as mentiras que construímos podem causar mais dano do que verdades escondidas para evitar magoar. Como sempre achamos que nós é que decidimos o que nós e os outros devem saber e o que vão sofrer? Ai pobres humanos, quanto mais descobrem menos sabem...
Um filme inusitado e inquietante que aconselho.
Ana Santos, professora, jornalista
Sinopse: Um adolescente que desapareceu e que supostamente morreu volta para casa depois de oito anos para encontrar uma família profundamente afetada por seu desaparecimento. Surgem dúvidas sobre se ele realmente é o garoto desaparecido ou não.
Diretor: Isa Campo, Isaki Lacuesta
Elenco: Àlex Monner, Emma Suárez, Sergi López
Trailer e informações: