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“PRECISAMOS FALAR SOBRE OS PROBLEMAS DOS HOMENS” Bug Sociedade


Foto retirada do site HSM Management

“PRECISAMOS FALAR SOBRE OS PROBLEMAS DOS HOMENS” Bug Sociedade

Juiz de direito, assediou, torturou, ameaçou, violentou a ex-mulher; Ministério Público investiga o assédio que estava disseminado na Petrobras; o ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães, tornou-se réu por denúncias de assédio moral e sexual. Eu paro aqui porque não quero encher páginas e páginas de mesmas manchetes: feminicídio, estupro, violência, de toda ordem e tipo contra o gênero feminino. Depois vem o homem como o “pudico da igrejinha”, falando que não podemos dividir um xixi com uma mulher trans porque é perigoso, se fantasiando de mulher, muitas vezes – como decidir enfrentar uma sociedade doente de hipocrisia fosse uma coisa “fácil”.

Os homens precisam rever sua existência e, sobretudo, sua coexistência com o gênero feminino. Está demais. Se fosse um cachorro no cio, um tabefe bem dado colocaria o assunto em pauta, mas sendo seu próprio chefe, as mulheres já saem em desvantagem. O que é pior: caso a mulher ceda, a prostituída é ela; se reagir, “que história é essa”? Ela tava me “me dando mole” que eu sei. – Uma roupa é dar mole? Um sorriso é dar mole? O que é dar mole do pronto de vista masculino?

O que para os homens se resume em “me dei bem”, para as mulheres é uma tortura repetitiva, atroz e difícil de abordar, resolver. No caso do governo passado, ver manchetes do que foi escondido é asqueroso.

Um menino que “se voltar chorando de uma briga na escola apanha mais”, é uma criança com uma visão de mundo deturpada. Porque não é quem tem mais força que deve ganhar, mas quem tem a razão e sabe defendê-la. O que temos hoje são homens que se deixam seduzir pela vaidade de “ser o mais brutamontes, o mais primitivo” e isso “cola”.

O que acontece em Brasília? A Janja, - da qual sou muito fã – pode abordar o tema, criando uma campanha educativa, de tal modo envergonhar os homens que não são tarados, mas que calam - porque não querem problemas? Porque os homens “não tarados” se calam? Não encontro outra forma de nomear esses homens: são tarados, pervertidos, bandidos! E chega de que culpa seja “repassada” para as mulheres. Sempre. Os militares e o Viagra? Nojeira. Ter que pagar pela prótese peniana desses caras? Nojeira. Do general ao soldado raso – nojento. Chega de olharmos “a patente” pra só depois apontarmos o dedo para o erro. Presidente de empresa também assedia, é tarado, machuca, ofende, magoa.

Esse... horror é apontado no mundo inteiro, acontece normalmente. O Trump vai ser fichado por ser “taradinho buliçoso” e não pode mais ser visto como “que azar”. Cometer crime e pagar por ele tem que ser, no mínimo, no mínimo, perspectiva. No mundo inteiro e no Brasil também. Chega de lei de poderoso e lei de pobre.

E às mães, às famílias: ao invés de bater no filho que apanhou na sala de aula, incentivem a denúncia, o cumprimento da lei. Aprender a conviver com o mundo com leis começa com: “de quem é essa borracha”? Vamos lá devolver!

Não dá pra mais pra continuarmos ouvindo em silêncio “prenda a sua cabrita, que meu bode tá solto”! Simplesmente, não dá mais.

Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV


“Lema: nunca desanimar!” Bug Sociedade

Os Festivais de música são cada vez mais, uns dizendo serem mais importantes do que os outros e com marketings brutais de divulgação. Preços irreais para quase metade do mundo. Todos com nomes sonantes do mundo da música. Vários palcos, várias atividades. E aí vem a surpresa bizarra: todos ou quase todos destes artistas cantam algumas músicas – ou todo o show – em playback. É cada vez mais comum. Corridas eufórica aos ingressos, para estar na frente do palco e afinal tudo pode ser imaginário. Acho que os fãs mais intensos nem querem saber. Mas que é estranho é.


Hipocrisia, Fake News, cinismo, “jeitinhos”, amigos por interesse, fanatismo, anestesia social, hipnose social. Tragédias, furacões, derrocadas, sismos, inundações, ataques, bombas por todo o lado, até em pequenas estátuas de oferta, mortes inusitadas por facadas ou tiros, drogas cada vez mais destrutivas. Desde o dia 1 de abril – dia da mentira - e durante um mês, a Rússia preside ao Conselho de Segurança da ONU. Ex-Presidentes a caminho da prisão.

O mundo virado do avesso é feio e desagradável. Assim como as pessoas. Aumentar e inflamar a sensação de que o mundo está difícil, problemático, horroroso, para diminuir as boas condições de vida em Portugal, é tão feio, tão deselegante. Pessoas que viviam vidas tranquilas e de imensa qualidade, vivem atualmente vidas sem futuro, sem qualidade de vida, sem recursos. A Europa que todo o mundo admirava parece já não existir, ou nos tentam mostrar que não existe para aceitarmos todas as mudanças bizarras que surgem a cada dia? Políticos falam sobre os problemas do mundo, decidem soluções que apenas prejudicam outros e fazem carinhas de preocupação e lamento pelo que o povo está a passar. Isso não chega. Isso já não convence.


Ser culto é ir a todos os festivais e saber as músicas e letras todas de cor? É saber as coreografias ou dancinhas? É vestir de acordo com as regras do momento? Ter o piercing, o chapéu, a cor do cabelo, as tatuagens no local certo? É seguir as regras impostas pelo marketing?


Atualmente o que é chover muito? O que é muito calor? O muito, o pouco, o grave, o perigoso, passaram para patamares assustadores. Uma chuva que enchia a rua pode subitamente virar a vida das pessoas do avesso, ou até lhes tirar a própria vida. O que hoje existe é que você pode ser surpreendido por perigos que pipocam e perder tudo ou morrer da forma mais inesperada. Rico ou pobre.


Relatos inacreditáveis de assédio na Petrobras foram tornados públicos. Infelizmente não será a única empresa, nem o Brasil é o único país onde estas coisas horrendas acontecem. Relatos de assédio pipocam por todo o lado e vão aumentar, porque as mulheres estão tentando movimentar o mundo na direção adequada e saudável para todas e todos. Mas não é fácil e será lenta. O assédio existe, é comum, frequente, e as mulheres perceberam que dificilmente as coisas melhoram depois de falarem. O sistema social – machista – primeiro desconfia, ridiculariza a mulher, depois nada faz, defende o homem em causa – afinal “ele não fez nada de mais” - já que, como diz Andrea Sadi, os homens consideram que as regras são deles, criadas por eles e as mulheres vieram depois por isso não têm espaço para impor regras. Ai, ai, viu? Mulheres que têm a coragem de falar, são elas as que sofrem com a situação – ou são mudadas de função, ou ridicularizadas ou são mantidas muito próximas nas relações laborais com o indivíduo, com todos os outros homens a assistir de camarote à situação ou, são excluídas. É preciso acontecer algo demasiado grave para as pessoas – os homens – perceberem, que existem regras e procedimentos que não são possíveis manter mais – em relações laborais, em relações de amizade, em relações amorosas, em relações familiares. Na verdade, nunca deveriam ter existido logo precisam desaparecer, urgentemente. Todos os homens que lerem isto com certeza estarão a pensar que eles não são assim, nem nunca permitem situações destas. Pois eu tenho uma surpresa para lhes dar. Mesmo achando isso, o seu silêncio, o seu “está tudo bem”, o seu riso no grupo, a sua permissividade quando presencia situações e não lhes dá grande valor, e por último, essa forma de deixar estar, ou deixar andar, sempre considerando um exagero da mulher, é conivência. Inclusive fortalecer as relações de amizade com os caras que fazem isso, eu diria que é mais do que conivência.

Mulheres que falam sobre os assédios, que denunciam comportamentos inadequados ou mesmo graves, se preparem porque os comportamentos em manada dos homens são por vezes muito sutis, mas existem - precisam estar atentas.

Homens que cumprimentam mulheres com dois beijos e com piropos educados na nossa frente e quando vêm nos cumprimentar, o seu cumprimento é com aperto de mão e com ar de gozo, é habitual na vida das mulheres que falam. Entrar numa sala e perceber os olhos, os comentários, os risos, também. O ar de superioridade; dominar as conversas, as relações e as opiniões – mesmo em situações muito importantes de trabalho - pela sexualização das situações, muito frequente. Olhar a mulher e lhe diminuir o valor laboral se ela tem peso a mais, ou menor aptidão física, ou se ela não vai na sua conversa – habitual. Preste atenção à forma como te chamam porque acontece de condensar uma intenção de te menosprezar sem ser muito claro. Mulheres casadas com homens, frequentemente são mais protegidas destas situações. Mulheres solteiras estão muito desprotegidas. E as mulheres que se relacionam com outras mulheres, essas são afrontas. Longo é o caminho. Homens que realmente ajudem são bem-vindos. Homens que acham que ajudam ou dizem que ajudam mas não se mexem são apenas poeira no ar. Estas “lutas” são eternas, lentas, lentinhas, mais ainda quando entram na fase de campanhas, de criação de associações e movimentos, festivais, manifestações. Porque as mulheres relaxam um pouco por sentirem que finalmente terão ajuda e compreensão e não se movimentam.

Ana Santos, professora, jornalista

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