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Poesia sem Camburão


A vida parece uma brincadeira

Mas ela é séria

Ela é de verdade

Não é festa, nem divertimento

Ela sangra o sentimento


“Geral”

“Olha aqui samango

Já não aguento mais

Esse seu grito de mão na cabeça, negão


Já não aguento mais

Essa revista nos meus pertences

Em busca de não sei o quê


Estou cansado de não ser

O bandido que vocês esperavam...

Estou de saco cheio

Das desculpas, foi engano!


Prestem atenção, samangos

Estamos exaustos dessa agressão:

Grades, algemas, camburão...”

Éle Semog


“STUDO Nº 6”


“Tua cabeça é uma dália gigante que se esfolha nos meus braços.

Nas tuas unhas se escondem algas vermelhas,

E da árvore de tuas pestanas

Nascem luzes atraídas pelas abelhas.


Caminharei esta manhã para teus seios:

Virei ciumento do orvalho da madrugada,

Do tecelão que tece o fio para teu vestido.

Virei, tendo aplacado uma a uma as estrelas,

E, depois de rolarmos pela escadaria de tapetes submarinos,

Voltamos, deixando madréporas e conchas,

Obedecendo aos sinais precursores da morte,

Para a grande pedra que as idades balançam à beira-nuvem.”


Murilo Mendes



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