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Poesia contra o Tormento

Maria Martins
Maria Martins

 

“Vivência na paz”

“No mundo, tormento, pranto a cair,

se reinventar no novo e juntos resistir.

Viver com cooperação na simplicidade

para sobreviver com muita vivacidade.

Respeito e generosidade na convivência.

No estudo e educação, ciência com consciência.

Empatia com respeito em ser o que deseja ver.

Valores e atitudes com justiça para juntos crescer.

Conviver como cidadãos com paciência.

Solidariedade da nação em sua vivência.

Sem prepotência e violência, com tolerância.

Respeito à liberdade mesmo sem concordância.

Na esperança de cumprir os direitos humanos.

Viver com responsabilidade e conscientes planos.

Promover a paz, em cada um de nós e entre nações.

Paz dentro do interior, resiliência e orações.

No breve espaço da vida,

aprender cada dia na lida.

Com amor no coração, tudo se refaz.

Vamos caminhar todos juntos na cultura de paz.”

Agnes Izumi Nagashima

 

 

“Explicação”

“Meu verso é minha consolação.

Meu verso é minha cachaça. Todo mundo tem sua, cachaça.

Para beber, copo de cristal, canequinha de folha-de-flandres,

folha de taioba, pouco importa: tudo serve.

 

Para louvar a Deus como para aliviar o peito,

queixar o desprezo da morena, cantar minha vida e trabalhos

é que faço meu verso. E meu verso me agrada.

 

Meu verso me agrada sempre…

Ele às vezes tem o ar sem-vergonha de quem vai dar uma cambalhota

mas não é para o público, é para mim mesmo essa cambalhota.

Eu bem me entendo.

Não sou alegre. Sou até muito triste.

A culpa é da sombra das bananeiras de meu país, esta sombra mole, preguiçosa.

Há dias em que ando na rua de olhos baixos

para que ninguém desconfie, ninguém perceba

que passei a noite inteira chorando.

Estou no cinema vendo fita de Hoot Gibson,

de repente ouço a voz de uma viola…

saio desanimado.

Ah, ser filho de fazendeiro!

A beira do São Francisco, do Paraíba ou de qualquer córrego vagabundo,

é sempre a mesma sen-si-bi-li-da-de.

E a gente viajando na pátria sente saudades da pátria.

Aquela casa de nove andares comerciais

é muito interessante.

A casa colonial da fazenda também era…

No elevador penso na roça,

na roça penso no elevador.

 

Quem me fez assim foi minha gente e minha terra

e eu gosto bem de ter nascido com essa tara.

Para mim, de todas as burrices a maior é suspirar pela Europa.

A Europa é uma cidade muito velha onde só fazem caso de dinheiro

e tem umas atrizes de pernas adjetivas que passam a perna na gente.

O francês, o italiano, o judeu falam uma língua de farrapos.

Aqui ao menos a gente sabe que tudo é uma canalha só,

lê o seu jornal, mete a língua no governo,

queixa-se da vida (a vida está tão cara)

e no fim dá certo.

 

Se meu verso não deu certo, foi seu ouvido que entortou.

Eu não disse ao senhor que não sou senão poeta?”

Carlos Drummond de Andrade



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