Poesia contra o Tormento
- portalbuglatino
- 8 de out.
- 2 min de leitura

“Vivência na paz”
“No mundo, tormento, pranto a cair,
se reinventar no novo e juntos resistir.
Viver com cooperação na simplicidade
para sobreviver com muita vivacidade.
Respeito e generosidade na convivência.
No estudo e educação, ciência com consciência.
Empatia com respeito em ser o que deseja ver.
Valores e atitudes com justiça para juntos crescer.
Conviver como cidadãos com paciência.
Solidariedade da nação em sua vivência.
Sem prepotência e violência, com tolerância.
Respeito à liberdade mesmo sem concordância.
Na esperança de cumprir os direitos humanos.
Viver com responsabilidade e conscientes planos.
Promover a paz, em cada um de nós e entre nações.
Paz dentro do interior, resiliência e orações.
No breve espaço da vida,
aprender cada dia na lida.
Com amor no coração, tudo se refaz.
Vamos caminhar todos juntos na cultura de paz.”
Agnes Izumi Nagashima
“Explicação”
“Meu verso é minha consolação.
Meu verso é minha cachaça. Todo mundo tem sua, cachaça.
Para beber, copo de cristal, canequinha de folha-de-flandres,
folha de taioba, pouco importa: tudo serve.
Para louvar a Deus como para aliviar o peito,
queixar o desprezo da morena, cantar minha vida e trabalhos
é que faço meu verso. E meu verso me agrada.
Meu verso me agrada sempre…
Ele às vezes tem o ar sem-vergonha de quem vai dar uma cambalhota
mas não é para o público, é para mim mesmo essa cambalhota.
Eu bem me entendo.
Não sou alegre. Sou até muito triste.
A culpa é da sombra das bananeiras de meu país, esta sombra mole, preguiçosa.
Há dias em que ando na rua de olhos baixos
para que ninguém desconfie, ninguém perceba
que passei a noite inteira chorando.
Estou no cinema vendo fita de Hoot Gibson,
de repente ouço a voz de uma viola…
saio desanimado.
Ah, ser filho de fazendeiro!
A beira do São Francisco, do Paraíba ou de qualquer córrego vagabundo,
é sempre a mesma sen-si-bi-li-da-de.
E a gente viajando na pátria sente saudades da pátria.
Aquela casa de nove andares comerciais
é muito interessante.
A casa colonial da fazenda também era…
No elevador penso na roça,
na roça penso no elevador.
Quem me fez assim foi minha gente e minha terra
e eu gosto bem de ter nascido com essa tara.
Para mim, de todas as burrices a maior é suspirar pela Europa.
A Europa é uma cidade muito velha onde só fazem caso de dinheiro
e tem umas atrizes de pernas adjetivas que passam a perna na gente.
O francês, o italiano, o judeu falam uma língua de farrapos.
Aqui ao menos a gente sabe que tudo é uma canalha só,
lê o seu jornal, mete a língua no governo,
queixa-se da vida (a vida está tão cara)
e no fim dá certo.
Se meu verso não deu certo, foi seu ouvido que entortou.
Eu não disse ao senhor que não sou senão poeta?”
Carlos Drummond de Andrade
@buglatino
Quarta-feira, dia de poesia no Bug Latino. Dia de encanto. Venha se encantar com poetas incríveis.
@buglatino
A Plataforma que te ajuda a Falar, Pensar, Ser Melhor.
Comentários