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“OS AVENGERS EM AÇÃO EM GAZA E AQUI" e “Dia de quem?” Bug Sociedade


Eleonore Koch
Eleonore Koch

“OS AVENGERS EM AÇÃO EM GAZA E AQUI" Bug Sociedade

                  O veleiro com os ativistas que foram sequestrados em águas internacionais sabia que não conseguiria salvar os palestinos. Foi assim mesmo. Se era preciso uma prova cabal de que o governo de Israel não está protegendo ninguém contra o Hamas, eles a conseguiram. Não há ninguém do Hamas no veleiro, não há armas, não há sequer combustível, além do vento. Por haverem pessoas preocupadas com inocentes que estão são mortos, massacrados; por estarem denunciando um crime, um genocídio, estão sendo “retirados” de circulação. Pra meu orgulho, Greta Thunberg e Rima Hassan são mulheres; Thiago Ávila é brasileiro.  Nossa bandeira está lá. Pra meu orgulho, esses novos super heróis da vida real, são humanos como nós e saíram de casa para fazerem a diferença.

O mundo anda cada vez mais grotesco e incapaz de se condoer pelas coisas. Nós, do Bug Latino estamos aqui tentando não apenas mostrar que as pessoas estão cada vez falando menos e pior, mas fazemos isso ao estimularmos as pessoas – de diversas formas – a falarem mais na vida real umas com as outras, ao invés de trocarem espinhos, gritos e trambolhões online, como respostas.

Deveria haver a pergunta permanente sobre qual é o talento de cada um e se estamos sendo fieis a ele, ao invés de ao dinheiro e poder. Podem haver pelo mundo muitos milhões de pessoas – talvez muitos bilhões – frustradas ad eternum com o fato de gostarem de fazer uma coisa e de nunca terem tido a oportunidade de a fazerem em sua vida.

Esses ativistas, estão fazendo o que nasceram pra fazer. Eles não se conformam com um mundo com meia dúzia de “triliardários” que podem fazer tudo com os pobres porque eles não veem ninguém além deles. A receita é sempre a mesma: se arruma “um inimigo qualquer” e a partir daí é só “meter nele tiro, porrada e bomba” porque tem quem acredite que uma criança palestina, depois de ficar sem comer até quase a morte, vai “tentar massacrar alguém, com certeza”. Estão morrendo crianças e mulheres – então “elas são o Hamas”. Pronto! Isso, mais uns quantos palavrões e impropérios e se crê que todos podem ser convencidos ou “convertidos” – como numa seita.

Mas existem os resistentes. Lá e aqui. Por incrível que pareça, um a um, os responsáveis cerebrais pela tentativa de golpe, no 8 de janeiro, estão frente a frente com o juiz que encarou todos os planos, todos os ataques, todas as injúrias e ameaças apenas com as leis brasileiras como escudo – e os momentos finais estão ocorrendo nessa semana grandiosa. Sinto orgulho do nosso voto. Logo eu que durante tantas eleições passadas, “protestei” contra a obrigatoriedade do voto, no Brasil, me negando o direito de estar presente e participar. Ainda acho que o voto obrigatório deixa piores e mais preguiçosos os já péssimos políticos que temos no Brasil; mas a democracia precisava (e precisa) do meu pequeno passo e eu o dei com orgulho.

Também vejo a Suprema Corte assim, orgulhosamente. São outro tipo de “Avengers”; alguns com estilo e humor próprios. E coragem. O ministro “Xandão” – já íntimo nosso – tem o superpoder de “absorver impactos” e nos proteger contra eles. Desde a pandemia, minha admiração em relação ao Supremo só aumentou. Os “excessivamente evangélicos” que me perdoem, mas a lei precisa ser interpretada de acordo com o que a Constituição estipula e ela nos prevê a todos. Não aos governos, mas ao Estado brasileiro, sendo fiel não ao lobbie, mas a seu povo. Nós.

Golpistas sentados, lado a lado, ouvindo e tendo que falar verdades. E senhor Procurador Geral, ainda falta tudo o que comprovadamente foi feito contra nós, na pandemia. Eu não esqueci e não pretendo esquecer. Mesmo que mofem na prisão. Mesmo que nunca mais saiam de lá. Justiça é assim: um dia as pessoas apenas se cansam e saem às ruas, aqui, em Los Angeles, em águas internacionais ou quando vemos crianças que mal falam por não ouvirem seus pais, as pessoas, as sociedades falarem com elas, lhes darem parâmetros. Cada um com sua gotinha, acabam molhando a humanidade de “humanidades”. Sim, com o orgulho capaz de enfrentar tantas vergonhas.

Sem anistia. Sem genocídio. Sem marco temporal. Com regulação das redes sociais e parabéns à firmeza do nosso Supremo.

Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV

 

“Dia de quem?” Bug Sociedade

Hoje é dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Eu tenho me perguntado o que isso quer dizer na prática e nos dias de hoje.

Se não fosse obrigatório estudar Camões na escola, quem o conheceria? É só Camões que merece essa honra?

Bastam as celebrações do 10 de junho com seus encontros de escritores e cantores e está tudo assegurado e resolvido?

Quem sabe que Fernando Pessoa escrevia poemas em troca de cigarros e vinho branco?

Que Eugênio de Andrade era funcionário público e Miguel Torga era médico?

O que se deve fazer, dizer, mudar no que se faz repetidamente neste dia, de forma a mudar para melhor e a impedir que seja sempre com os mesmos, falando dos mesmos, para tudo ficar na mesma?

A parte “dia das Comunidades Portuguesas”, aqui em Salvador, Bahia, também não sei o que significa na prática, porque um cidadão português, se não for famoso, rico ou poderoso, está só. E dentro do seu país também. Talvez seja o lema em todos os países porque no Brasil é igual, Estados Unidos atualmente nem se fala, Rússia e China, sempre foram assim. Faça tudo para ser rico, famoso ou poderoso ou está por sua conta. Que lema triste.

Rico, poderoso e ou famoso e também escolher bem o que você diz que pensa, não o que você pensa. A maioria das pessoas dizem o que é bom para seus negócios, sua vida, seus familiares, seu futuro. Ai Camões, ai Pessoa, ai...

Dia de quem? Dos que dizem o que se deve dizer? Dos que participam das festividades, das festas, dos almoços e jantares? Dos que presidem e dirigem as instituições? Ufa! Que cansaço deve ser organizar e fazer acontecer este dia, porque só ouvimos falar nestas pessoas e no que fazem...um ano depois. Precisam de descanso prolongado nos iates, nas praias paradisíacas, nas fazendas, apartamentos de luxo. Será? Porque realmente evaporam o ano inteiro. Os mesmos na mesmice, paga pelos impostos e taxas dos que recebem “não”.

Como entrar no espaço e ter direito às oportunidades? Sofrendo o que sofreu Pessoa? Bocage? Florbela Espanca? Mário de Sá Carneiro? Camilo Castelo Branco? Ou nascer numa família como Sophia?

Cada ser humano tem tudo dentro de si para ser amado, respeitado, grande, inteiro, nobre. Pessoa diz isso de formas variadas e maravilhosas. Quem não lembra por exemplo de:

“Para ser grande, sê inteiro: nada

Teu exagera ou exclui.

Sê todo em cada coisa. Põe quanto és

No mínimo que fazes.

Assim em cada lago a lua toda

Brilha, porque alta vive.”

Fernando Pessoa

Sabemos todos isso, mas insistimos em amachucar quem está amachucado, fechar as portas que os mais fracos e perdidos não conseguem abrir, calar as bocas que gritam, secar as lágrimas dos que choram, esmagar quem pede ajuda, rir de quem é frágil.

Se em Gaza os Palestinianos estão sendo exterminados, falamos no assunto baixinho, poucas notícias e sem muitas palavras para não acordar os “leões” – ou para os drones não se virarem para nós. Temos uma passividade humana latente que nos afunda a todos.

Penso nas hortênsias das Ilhas dos Açores, que juntas com o azul do mar, o verde das montanhas e das planícies, mais as águas escuras dos lagos, transformam aquele lugar num dos mais belos e mágicos do mundo. Penso na seleção portuguesa de futebol que no domingo jogou como um coletivo, um grupo, cada um com objetivos individuais que construíram o objetivo comum de vencer. Penso na facilidade com que se abre as portas aos eleitos e com isso não se treina sua resiliência, sua capacidade de resolver as adversidades. Penso na dificuldade que se coloca aos que nada se espera, mas que se espera que não atrapalhem os eleitos. Recordo o poema “Still I Rise” de Maya Angelou, particularmente este trecho: “(...)Você pode me fuzilar com suas palavras, Você pode me cortar com seus olhos, Você pode me matar com seu ódio, Mas ainda, como o ar, eu vou me levantar. (...)”

Os lugares estão marcados, nem sempre existem ingressos para a gente, os caminhos escolhidos, as decisões tomadas, os elogios decorados. Mas “ainda assim eu me levanto”, ainda assim existe uma brecha, ainda assim existe a possibilidade, ainda assim vale a pena.

O dia de Portugal, do Portugal dos que não são contemplados, mas resistem e sabem que são capazes e que basta uma oportunidade – uma. Como um futebolista profissional que já se preparou há muito tempo para o dia que for escolhido para marcar uma penalidade, esse português que é invisível também se prepara para o dia em que tiver uma brecha, uma oportunidade. Ele estará pronto.

O dia de Camões e de todos os outros que escrevem o que somos e o que precisamos melhorar.

O dia das comunidades portuguesas com o que precisa ser feito, com o que salva, com o que adianta. Chega de apenas discursos e “comes e bebes” e acordos com os mesmos.

Que o esporte ensine algo aos que mandam, nem que seja que o mundo avança e nós precisamos evoluir para sermos capazes de o construir devidamente. Como somos capazes de ficar no mesmo lugar sempre?

Ai Portugal, como precisamos de terapia!!!

Ana Santos, professora, jornalista




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