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“MACHISMO FANTASIADO" e “Humanidade estuprada” Bug Sociedade


Frida Khalo, Autoretrato

“MACHISMO FANTASIADO” Bug Sociedade

Mais um estupro coletivo, posterior à notícia de que Robinho conseguiu enrolar a lei e Daniel Alves quer comprar a “amortização” da sua pena. Que Tite, “coitado”, que tem à sua disposição os melhores profissionais do mundo, não tem informações sobre a condenação de Alves, na Espanha e que a mulher estuprada na Índia por sete homens pode mostrar o rosto ao mundo, enquanto que os bandidos saíram na foto “protegidos por máscaras”. O cara do BBB levou um tapa no pé e denunciou “agressão – praticamente “espancamento”, mas quando faz “psiu” e manda as mulheres falarem mais baixo, quando diz que é muito macho, que tal pessoa é “veado” e que o menino gay é “calabreso”, não é agressão, nem preconceito.

Só o gênero feminino vê isso?

Não são apenas os crimes que doem no machismo. É a ostentação que - nós sabemos - faz parte do discurso do machista. Não é apenas o vocabulário nojento do “eu como mesmo, tracei ou jantei ela” – é você saber que eles ainda vão dizer entre si: “sabe aquela hora em que ela começou a chorar e eu dei logo uma porrada pra não dar confiança”; ou “eu não sei porque estou batendo, mas ela sabe porque está apanhando” ou ainda “cara, eu morri de tesão naquela hora em que ela dizia que não queria e eu chamava ela de putinha”! Porque não á apenas o sexo. Já seria terrível se fosse só o sexo, mas é pior. É ver homens na sua frente falando de mulheres como se elas fossem coisas a serem “consumidas” como um bife ou um orifício – só que falantes. Não que falar expresse um desejo – não. Eles, de alguma forma, são treinados a perceber o não desejo como um tipo de “fingimento, de jogo duro”, já que não é possível ser preterido por um “orifício falante”.

De alguma forma o machismo é largamente apontado, mas continua a ser reconhecido com enorme dificuldade pelos homens, que mal o percebem – além de muitas mulheres.

O que uma pessoa faz com o poder, quando o tem? Como o usa? Quando alguém dá uma sugestão, faz uma crítica, como você reage? E eu vou insistir nisso mil vezes porque todos temos que desconfiar das justificativas que inventamos e – principalmente - da forma como reagimos. Você é do tipo que menospreza, que invisibiliza o outro? Do tipo que agride sem levantar a voz, que ofende porque interpreta tudo de acordo com o que vê – e nunca vê coisas boas, normais? Na frente das outras pessoas, você é bem diferente do que na intimidade, a ponto de se chegar a torcer para que apareçam pessoas? Joga coisas na cara? Não importa de que gênero falamos porque isso é assédio e assédio faz parte do machismo.

Essa coisa tão clara, tão objetiva, ganha interpretações diversas como “respondeu assim ou assado porque foi ofendido”. Mas há uma forma de responder sem ser agressivo. Há uma forma de falar que não se vitimiza para manter o poder. E diante da justiça, da lei, há meios de não se fingir de coitado, de não reagir como se fosse uma “criança chorona”, mas um adulto. E os adultos sabem ajuizar. Não ganhar a discussão, o processo e ajuizar, interpretar os fatos com realismo. Se a pessoa não faz isso, é ridículo pedir anistia ou chorar porque se sente “perseguido”, quando na verdade está sendo indiciado por crimes cometidos. São palavras diferentes, querem dizer coisas diferentes. Nossa sociedade é tão machista que passa incólume a proteção dada às ações dos machos, desde a cantada nojenta e cotidiana tipo “vem cá pra eu te chupar toda”, aos crimes de estupro coletivo, aos feminicídios, às violências. Ouvir: “ela é que quis”, “o que eu posso fazer se a mulher deu em cima de mim”, “eu não sou veado” ou “ela que começou” podem passar despercebidos para uma sociedade masculina, mas é agressivo comparar esse discurso com “ela que provocou, “com essa roupa de piranha”, “o que eu posso fazer se a mulher abriu a perna pra entrar no meu carro” – como disse uma vez um aluno meu, motorista de UBER. Mas quando confrontado com o fato: “como alguém entra num carro sem separar uma perna da outra? – deu os ombros.

É isso o que precisa acabar, mas os senhores políticos estão muito ocupados prejudicando a entrada das minorias por cotas porque tem que sobrar cada vez mais lugares para isso, essa nojeira machista eternamente mal escondida e que me ofende ver e continuar a calar.

Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV

 

“Humanidade estuprada” Bug Sociedade

Num vídeo divulgado ontem pela UOL, vemos imagens assustadoras de pedras deslizando da montanha, no Perú, atingindo caminhões/camiões que circulavam na estrada. Pode assistir aqui. Aquelas pedras, que são enormes rochedos soltos, quando atingem os caminhões/camiões, amassam aqueles monstros como se fossem cascas de amendoim. A humidade/umidade no ar, o calor, as chuvas na Bahia, no Brasil estão terríveis e mortais. Qualquer atividade parece uma atividade radical. Você pinga suor pelo nariz, queixo, orelhas, escorrem rios de água pelas costas, barriga, pernas. A ONU afirma que “se se embalasse todo o lixo em contentores, colocados de ponta a ponta na linha do equador, dariam a volta à Terra 25 vezes”. Ilhas como Tuvalu, não têm quase terra sem água. Os habitantes andam de galochas.

Uma brasileira foi estuprada por 7 homens, na Índia. Ela e o marido, viajando de moto, em direção ao Nepal, decidiram parar num local para dormir na sua tenda. Foram roubados, espancados e a mulher estuprada por...7. Receberam do Governo indiano apoio médico, proteção e uma indenização de um milhão de rúpias (aproximadamente, R$ 60 mil reais), a polícia indiana está fazendo inúmeros esforços para prender e julgar os 7 criminosos – 4 deles já estão presos no momento. Você pensa que não pode piorar, mas pode. “Pessoas” foram às redes sociais” de Fernanda e Vicente, afirmar que eles mereceram porque não deviam ter ido à Índia. É tanto preconceito junto que dá até medo. Em 2016, em pleno Rio de Janeiro, uma menina de 16 anos foi estuprada por 33 homens. Acho que o Rio de Janeiro não é na Índia. Eu tento ir às catacumbas do pensamento estuprador masculino, machista, patriarca, doente, maluco, maldoso, criminoso, egoísta, manipulador, poderoso, em busca de razões. De vez em quando ouço partes de entrevistas de jogadores de futebol bastante famosos – estupradores – em busca de razões. Têm sempre uma empáfia que incomoda. Vem uma sensação de falta de respeito por outro ser humano, a sensação de que a mulher é menor, é produto, é carne. A sensação de que fazem o que querem, com quem querem e sabem limpar muito bem as provas. A sensação de que a todo o momento, quem é mulher, precisa se acautelar para não cair em nenhuma cilada, armadilha – que pode vir do lugar e pessoa menos esperada. Vivemos todos no mesmo planeta, mas parece que o planeta Terra é dos homens e eles fazem o favor de nos deixar viver aqui, com suas regras. Depois sempre com medo de que a mulher os engane, porque na maioria dos homens, a primeira coisa que acham é que a mulher está dando o golpe. É cansativo, é triste, é nojento.

No jogo de futebol do final de semana, entre Valencia e Real Madrid, um jogador do Valencia teve uma lesão gravíssima – luxação de joelho. O mesmo jogo, no ano passado, foi onde Vinicius Jr teve graves ataques racistas, por isso este ano a Liga Espanhola decidiu colocar agentes de segurança misturados com o público, por todo o estádio. Ajudou bastante, apesar de se perceber um ambiente ainda bastante agressivo e hostil para com o Real Madrid e em particular para com Vinicius Jr. Com o Valencia ganhando por 2-0, já nos primeiros 30 minutos de jogo, foi uma alegria ver Vinicius marcar dois golos, empatando o jogo. Quer dizer, empatando o jogo porque o árbitro deu por finalizada a partida no momento em que Brahim fez um centro...que Belligham cabeceou.. e marcou gol...gol que não valeu porque o jogo já tinha terminado. Confuso? Bastante. Veja aqui com seus próprios olhos.

Três astronautas americanos e um cosmonauta russo partiram ontem para a Estação Espacial Internacional, no foguete Falcon 9 da SpaceX. A tripulação realizará vários experimentos, incluindo o uso de células-tronco, em ambiente de microgravidade para permitir o crescimento celular tridimensional que não é possível na Terra. Parece que uma parte do mundo tenta salvar a vida de todos – tudo o que consegue no espaço é maravilhoso -  enquanto outros apenas têm prazer em destruir, matar. Americanos e russos trabalham juntos no espaço. Porque não se entendem em Terra?

Seja porque somos pobres, mulheres, negros, estrangeiros – ou tudo isso junto – ou o que seja que os outros utilizem para nos diminuir, para justificar o mal que nos tentam fazer a todo o momento, se estiver frágil, se nesse dia estiver com pouca energia para se motivar e seguir, assista esta pequena fala de Michelle Obama, Amal Clooney, Wanjiru Wahome e Melinda French Gates. Deixo aqui. É dirigida a mulheres e meninas, mas serve para todos os que não são respeitados.

Ana Santos, professora, jornalista

 

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