Uma coisa importante: a sinopse não tem rigorosamente nada a ver com o filme. Quem gosta de mistério, tem “rolos e rolos” de acontecimentos que só vão ser “desenrolados” mesmo no final.
Eu gosto de filmes de suspense, mas achei O PÁLIDO OLHO AZUL com momentos de lentidão e com uma fotografia escura. Não me incomoda nada a fotografia ser escura, mas quando ela se combinava com os momentos de lentidão, cansava um pouquinho. Essas “interrupções” de ritmo quebraram um pouco o andamento, embora não diminuíssem a qualidade da história. Mas como a sinopse nos tinha enganado, talvez tenha sido isso.
Por outro lado, Christian Bale – ele mesmo, um dos melhores Batman’s, com aquela voz super melodiosa, dramática e suave, tudo ao mesmo tempo – dá show de interpretação. Cada intenção é alcançada, cada palavra é bem articulada.
As personagens são muito bem desenhadas, as sombras (o filme é escuro) criam ângulos incríveis e a ambiência “sujinha” lembra mesmo o século XIX e a falta de higiene de mãos, cabelos, etc. Sem ser violento, O PÁLIDO OLHO AZUL é um filme ao redor de assassinatos brutais, o que é uma qualidade incrível. Interpretações limpas, seguras e numa composição de detalhes muito complexos. Você fica ali sendo “enrodilhada” pela trama e sem conseguir atinar quem está matando, o que é sensacional.
O mistério é tanto que você “perde” as pistas que está seguindo a toda hora e o fim é simplesmente inimaginável – pelo menos pra mim foi assim.
O PÁLIDO OLHO AZUL tem todos os ingredientes de que gosto e se tivesse menos 20 ou 30 minutos seria perfeito, já que filmes de 120 minutos precisam ser excepcionais, hoje em dia, pra eu não reclamar do tempo.
Assistam e comentem depois se vocês também foram surpreendidos porque eu fui – e muitas vezes”.
Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV
Um filme inesperado, intenso, cheio de suspense, repleto de atores famosos e talentosos, talvez um pouco longo, baseado no livro de Louis Bayard,. A presença de Edgar Allan Poe é um enorme estímulo a assistir ao filme e perceber um pouco mais desse enorme poeta, embora na verdade, haja uma mistura de ficção com detalhes históricos. Um filme um pouco ao estilo de Agatha Christie, Estados Unidos, século 19, no meio de um frio desgraçado.
Christian Bale, o mais charmoso “Batman”, sempre intenso, sempre com desempenhos enormes, aqui no papel principal, dominando o filme.
Harry Melling, um ator incrível. Domina o drama, a intensidade. Tremendo, tremendo desempenho.
Timothy Spall, um ator e produtor inglês que amo pelos seus desempenhos, particularmente no filme de Mike Leigh, “Segredos e Mentiras”, num personagem complexo, cheio de contradições.
Gillian Anderson, uma enorme atriz, que conhecida por, “Ficheiros Secretos”, “The Crown”, no papel daquela mulher que parece nada saber, que esconde muito mais do que aparenta.
Se gosta de suspense, não perca, mas não crie muitas expetativas. Dessa forma vai gostar mais de assistir.
Ana Santos, professora, jornalista
Sinopse: Um detetive experiente investiga uma série de assassinatos na Academia Militar dos EUA em West Point em 1830.
Direção: Scott Cooper
Elenco: Christian Bale, Harry Melling, Simon McBurney, Lucy Boynton, Gillian Anderson, Timothy Spall, ...
Trailer e informações:
https://www.imdb.com/title/tt14138650/
Para maiores de 16 anos
2h08 de duração