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Poesia Fatal

  • Foto do escritor: portalbuglatino
    portalbuglatino
  • há 7 dias
  • 2 min de leitura

Christina Motta
Christina Motta

“O FATAL”

 

A René Pérez

 

“Afortunada a árvore que é apenas sensitiva,

e mais a pedra dura porque essa já não sente,

pois dor maior não há que a dor de ser vivo,

nem pesadelo maior que a vida consciente.

 

Ser, e não saber nada, e ser sem rumo certo,

e o temor de haver sido e um futuro terror…

E o espanto seguro de amanhã estar morto,

e sofrer pela vida e pela sobra e por

 

tudo que não conhecemos e apenas suspeitamos,

e a carne que tenta com seus frescos racimos,

e a tumba que aguarda com seus fúnebres ramos,

e não saber aonde vamos,

nem de onde viemos!”

Rubén Darío

(Nicarágua, 1867-1916)

 

 

“Ao que foi crucificado”

“Meu espírito está com o teu, caro irmão,

Não te importes porque tantos, dizendo teu nome, não te compreendem;

Eu não digo teu nome, mas te compreendo (há outros também;)

Eu te especifico com graça, Ó, meu camarada, para saudar a ti e saudar àqueles que estão contigo, antes e depois – e aos que virão também,

Todos nós labutamos juntos, transmitindo o mesmo fardo e sucessão;

Nós poucos, iguais, indiferindo a terra, indiferindo o tempo;

Nós, que cingimos todo continente, toda casta – permitindo toda teologia,

Compaixonados, perceptivos, em harmonia com os homens,

Nós andamos silentes entre disputas e asserções, sem rejeitar os que disputam, nem o que é assentido;

Nós ouvimos berros e barulhos – somos tocados por divisões, ciúmes, recriminações por todo lado,

Eles se fecham peremptoriamente sobre nós, para cercar-nos, meu camarada,

No entanto andamos irrestritos, livres, por todo o mundo, em jornada por alto ou baixo, até deixarmos nossa marca indelével sobre o tempo e diversas eras,

Até saturarmos o tempo e as eras, que os homens e mulheres de raças e eras por vir, possam provar-se como nossos irmãos e amantes, como nós somos.”

Walt Whitman


Poema desiludido

“Há mais que ordem

Há mais que progresso

Havia de ser amor,

Mas a destra sempre embrutece.

Fosse singela a bandeira

Havia de ter menos cor

Vermelha ela seria,

Tão rubra quanto o amor.

Mas deixaram-na tão colorida

Com um céu ao seu dispor

De estrelas toda candente

A brasa que lhe nomeou

Amarela ardeu-lhe a terra,

O ouro que lhe foi tomado

E o verde que se queimou.

Fossem honestas suas razões,

Vermelha seria inteira,

Invés de estrelas, panteão

Em faixa brilhante bordada

Viria: "nenhum filho de fato a amou!"

Geraldo Cohen


@buglatino

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