“Canção de Amor da Jovem Louca”
“Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro
Ergo as pálpebras e tudo volta a renascer
(Acho que te criei no interior da minha mente)
Saem valsando as estrelas, vermelhas e azuis,
Entra a galope a arbitrária escuridão:
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro.
Enfeitiçaste-me, em sonhos, para a cama,
Cantaste-me para a loucura; beijaste-me para a insanidade.
(Acho que te criei no interior de minha mente)
Tomba Deus das alturas; abranda-se o fogo do inferno:
Retiram-se os serafins e os homens de Satã:
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro.
Imaginei que voltarias como prometeste
Envelheço, porém, e esqueço-me do teu nome.
(Acho que te criei no interior de minha mente)
Deveria, em teu lugar, ter amado um falcão
Pelo menos, com a primavera, retornam com estrondo
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro:
(Acho que te criei no interior de minha mente.)”
Sylvia Plath
poeta, romancista e contista norte-americana
“FOLHAS NOVAS! FAZ-ME RIR..."
““Folhas Novas!”, faz-me rir
esse nome que levais,
como se à moura bem moura
branca lhe ouvisse chamar.
Não "folhas novas", ramagem
de giestas e silva sois,
hirtas, como as minhas penas,
feras, como a minha dor.
Sem aroma nem frescura,
bravas, magoais e feris...
Se na gândara brotais,
como não sereis assim?”
Rosalía de Castro
(1837-1885)
escritora e poetisa espanhola. Considerada como a fundadora da literatura galega moderna
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