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“Feminino Masculino” Bug Sociedade

Atualizado: 3 de fev. de 2021


Para qualquer mulher a subida é mais íngreme e isso é assim porque de alguma forma os homens agem como se o caminho fosse deles – mas não é. Por isso falar de violência contra a mulher, inclui diversas e múltiplas violências, de muitos tamanhos e intensidades. No trabalho, inclui formas de tratamento que não incluam o “vocabulário de botequim” – porque é trabalho. Nas relações pessoais, inclui aceitar o sim e o não como parte do assunto. Mas principalmente, inclui entender que nenhuma mulher “pertence” a ninguém, senão a si mesma.


Na prática, enquanto os homens “se pavoneiam entre amigos”, com piadinhas e “mãos bobas”, as mulheres estão em profundo conflito, medindo se vão denunciá-los à autoridade ou não. Se o homem é casado, implica envolver sua família em uma denúncia, envolve também investigações, punições, olhares de soslaio no trabalho e fofocas maledicentes. E enquanto os homens abrem a cauda de pavão, as mulheres sofrem. Há um nome para a forma de agir dos homens diante das mulheres: assédio. E assédio é crime. Enquanto os homens se divertem, as mulheres pensam em sobreviver sem que só restem famílias destruídas. Se você é homem e perceber esse movimento, reaja. Aponte. Defenda a mulher. Seja homem de verdade.


Se é na vida pessoal, se chama violência contra a mulher. E violência, mulheres, não é tapa apenas, não é tiro apenas, não é facada apenas. Violência é você ter vergonha de colocar uma roupa porque “seu namorado não gosta” – porque veja – ele não tem que dar palpite nenhum na sua roupa, a menos que ele queira a sua saia emprestada. Se você é mulher e vê isso, nem pergunte nada – filme o que puder e denuncie. Se você for homem e testemunhar isso, faça alarde, chame a polícia, apoie a mulher que está sendo agredida, junte um grupo de pessoas e tente impedir.


Na prática, o que estou dizendo, é que nós precisamos dos homens não violentos. Na morte George Floyd todos diziam que não bastava não ser racista; que se precisava que fôssemos antirracistas. No caso da violência contra a mulher, nós precisamos muito que todos, homens e mulheres, sejamos antimachistas, muito mais do que apenas feministas.


Ser machista inclui frases que nos diminuem, faladas com ironia e má intenção. Nunca façam isso. Inclui a mão boba, o “encostar-se sem querer”, o “sarro” no transporte público e o cinismo, a covardia e a cara de pau de negar que o fez.


Para qualquer mulher toda escalada é mais difícil e temos que ser muito mais fortes, embora sendo chamadas de “sexo frágil”. Mas ser difícil é uma coisa muito diferente de ofender, magoar, humilhar, menosprezar. Se você é homem e vê isso acontecer, não permita. Isso inclui uma posição clara diante do indigente, tanto quanto do presidente – que por acaso é de um machismo inadmissível. Discordar até do presidente não nos faz ser de direita, esquerda ou centro, mas nos faz parte de uma sociedade que pode e deve incluir todos. Nós somos parte do “todos”, pagamos os mesmos impostos e temos os mesmos deveres – como se ousa ignorar nossos direitos?


Tome coragem. Você homem, você mulher. As perseguidas e as livres de perseguições. Porque não há liberdade se alguém estiver preso apenas por discordar, por existir, por ser diferente.

Ana Ribeiro, diretora de cinema teatro e TV


Pequenos detalhes transformam a vida. Melhoram futuros. Multiplicam sonhos.


Todos devíamos, nem que fosse por um momento, atravessar “a rua” só para ver como é olhar a vida desse outro lado. Quem sabe tudo fica igual, quem sabe algo muda. Se apenas ensinarmos um beija-flor que suas asas são bonitas, ele nunca voará. Nunca entenderá que elas são funcionais, que elas o poderão levar a lugares inimagináveis, se ele quiser, se ele sonhar, se ele for em busca.


Por quê não é natural que tanto meninas como meninos possam, desde bebés, vestir roupa cor de rosa ou azul, entre outras cores? Cores são cores apenas, não devem ser usadas como divisão. Oferecer “legos” ou uma bola a uma menina no aniversário, nem que a bola seja de Basquetebol, e aguentar sorrindo os olhares e comentários dos outros familiares, vale a pena. Por quê? Porque não lhe damos limites. Porque lhe dizemos que tudo é possível e lhe damos escolhas. Por quê não é comum ensinar aos meninos a cozinhar, a arrumar uma casa, a tratar de uma pessoa da família que está momentânea ou permanentemente doente? Seres humanos precisam ser seres humanos. Seres humanos precisam se sentir capazes, precisam se capacitar do essencial numa vida cada vez mais estranha e surpreendente.


Estereótipos criados e mantidos em sociedade de forma contundente não ajudam ninguém. Dão uma sensação ilusória de conforto, de segurança, de certo. Mas afinal vão nos despedaçando, prendendo, asfixiando. Homens são seres sensíveis, humanos, companheiros, carinhosos, amorosos, confiáveis, leais. Que utilizam sua força e agressividade para salvar pessoas, para construir. Os seres humanos que não são assim, não são homens. São almas perdidas que não sabem que caminho fazem, para onde querem ir, nem a verdadeira razão de existir. Só assim é possível trair, mentir, magoar, destruir, asfixiar, violar, assassinar, quem se diz que se ama.


Nada se é quando se considera que a vida, as coisas e as pessoas são inferiores, são incapazes e que nós os iluminados podemos manipular, explorar, usufruir, para concretizar nossos interesses mesquinhos e cegos.


O mundo SAUDÁVEL do esporte e da atividade física vai te ensinando que não existem cores de pele, nem sexo, nem classe social, nem famílias de sangue azul ou às pintinhas. Existe talento, nobreza, união, partilha, respeito e muita entrega, muito empenho. Uma vida mergulhada em se conhecer, em se enfrentar, em viver.


É nos olhos que brilham, no sorriso profundo e no corpo honrosamente cansado depois de um dia cheio de desafios e trabalho, que se vê, quem caminha em frente.


Que tal se rever? Que tal prever os outros? Que tal realmente viver?

Ana Santos, professora, jornalista

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