Não deixe de visitar a exposição “A Chegada de Verger na Bahia”, que está na Galeria Fundação Pierre Verger, Pelourinho – Salvador – Bahia.
Um gringo como eu, mas francês, que poderia ter tido uma vida bem diferente e confortável, em Paris. Preferiu escolher a fotografia a preto e branco. Escolheu o que seu coração lhe pedia, a paixão pelos outros, pelas diferentes culturas, pelas diferentes religiões, particularmente o Candomblé na Bahia, a riqueza espiritual de África e a mistura histórica e marcante entre o Brasil e alguns países africanos. Alguém que não quer estudar mais a partir dos 17 anos, talvez tenha estudado mais do que muitos pela sua vida toda.
Apaixonado pela fotografia e por viagens, talvez seja um bom exemplo do quanto pode melhorar um povo quando é observado pelo olhar de fora. Com um olhar sincero e bondoso quanto o de Pierre Verger.
Conhecer o Bairro da Liberdade, o Dique do Tororó e outros lugares em 2018 e ver as fotos de Verger de quando chegou a Salvador, é um choque! Mas devem ser olhadas para que as pessoas tenham noção das mudanças fortes que sucederam. Para que se possa estar atento e para que se possa ajudar a proteger a riqueza que ainda existe e tentar recuperar o que já foi destruído.
Os homens puxando os barcos para terra com uma corda, muito parecido com S. Bartolomeu, Castelo de Neiva e outros lugares em Portugal. Falo nestes lugares porque cheguei a ajudar a puxar a corda também, junto com meus pais e irmãos, quando durante uma manhã de praia aparecia um barco cheio de peixe e precisava de ajuda para chegar a areia. Momentos...
Uma exposição que é uma viagem cultural de beleza, de cultura, de natureza, de rituais, conjugada com palavras, frases, escritos de Verger...muito bom gosto, muito bela e muito encantadora. Como imagino que seria Pierre Verger!
A senhora que nos atendeu, muito simpática, a fundação extremamente disponível e acolhedora. Ficamos com vontade de visitar a Fundação e todos os lugares e exposições sobre o seu trabalho fotográfico!
Queridos amigos portugueses. Quando vierem à Bahia, não percam a oportunidade de ver a riqueza do trabalho fotográfico, etnológico, antropológico e de pesquisa de Pierre Verger.
Ana Santos, gringa, professora e jornalista
Foi como sair da casa de um amigo, atravessar a rua e bater palmas na casa do outro – a força do saber da amizade entre Carybé e Verger faz a proximidade espacial da exposição da obra dos dois ocupar totalmente a nossa imaginação. A gente entra na casa em frente ao Museu da Misericórdia e vê, está lá igualzinho – o mesmo tipo de olhar generoso, que valoriza e humaniza o trabalho, o olhar, o movimento, a feição, a simplicidade do baiano. A riqueza maior está onde a sua descrição precisa de palavras, traços, cliques simples. Veja lá o amigo 3 e suas músicas perfeitas – Caymmi e o mar, o pescador, Marina morena.
A cada clique de Verger, uma expressão humana perfeita na sua simplicidade foi guardada. A cada clique um olhar majestoso ou a majestade de uma mãe de santo. Simples: clique/pescador, clique/candomblé, clique/olhar perdido à janela.
Ver, poder estar pessoalmente a 5 passos dessas duas exposições incríveis é uma raridade sem tamanho, uma possibilidade que poucas vezes vai se repetir (Exposição de Carybé até ao final do mês). Ver Verger, saborear uma pequena parte de seu acervo de fotos deveria fazer parte do aprendizado escolar, aqui da Bahia. Uma escola poder ver os dois em 5 passos? Uma oportunidade imperdível, exclamativa, apaixonante. Quem for de candomblé, capoeirista – quem estiver passando/passeando no Pelô precisa! Precisa ir, curtir com calma e dar um presente a alma, ao espírito baiano - visto, apontado/pintado/clicado por maravilhosos dedos gringos/brasileiros.
Uma brasilidade/baianidade que não tem fim. E que os baianos só precisam de 5 passos dentro do coração de Salvador, pra sentirem também! Então corram!
Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV