Brasil, 2018. Momento onde todos estão cansados de esperar e de ter esperança. Momento cansaço. Uma peça com esse título só poderia... DAR CERTO! O argumento de Um Plano para matar Michel é ótimo - professores medíocres de esquerda e direita, falando de uma política de educação medíocre para alunos idem, recebem uma redação bem escrita onde há um plano para matar o Michel... o Michel...(?) O Temer, gente!
Então, é tema político - não, embora possa ser vista assim, da mm forma que podem ser vistos como políticos temas como Eutanásia e Aborto - mas apenas porque afetam as nossas vidas. Então, o tema está totalmente IN. Algumas perdas de falas, algumas perdas nos finais das palavras, algumas perdas na qualidade da voz que emite a fala, algumas perdas no texto, algumas perdas no corpo cênico. MAS IN, IN, IN!
Senti muita falta de que os assuntos fossem um pouco mais falados e não apenas lançados ao ar e que se usasse o final da peça para, ainda dentro das personagens, quebrar a quarta parede e chamar a platéia para uma discussão real sobre o que está acontecendo no Brasil e o que fazer para jogarmos fora toda a bagaceira que está aí. Sem direitas ou esquerdas. Mas o que é a bancada evangélica, ruralista e ideologia, por exemplo... porque se ninguém explicar com total isenção...
Além disso, se o ator e o teatro nasceram e existem para resistir aos meios - principalmente os obscuros - porque não?
Ana Ribeiro
Diretora de teatro, cinema e TV, preparadora vocal e fonoaudióloga.
Adoro teatro em espaços alternativos, simples, familiares, acolhedores. O espaço Varanda Sapoti é maravilhoso! Grata pela gentileza nos bilhetes.
É sempre uma honra assistir a atores que mergulham num espaço sem rede, sem defesas. Dá muita vontade de sentar no sofá, participar no jogo de xadrez, junto com os atores nas discussões, conversas.
Na Europa falamos mais de ensaio do que peça, quando não se dá respostas nem caminhos, quando se deixa interrogações, discussões. Gosto muito desse exercício e é muito importante que seja feito pelas pessoas, principalmente com os assuntos polêmicos que foram abordados. Precisamos disso e no final da peça poderia acontecer por norma uma conversa sobre os temas colocados. Eu como espetadora fiquei com vontade de falar e saber que opiniões cada um tem. É enriquecedor.
O jogo de xadrez poderia ser mesmo um jogo entre os 3 e não apenas faz de conta. O Xadrez se joga de frente para as peças e não de lado.
O nome da peça dá uma ideia errada do conteúdo. Quase não ia ver porque julguei pelo nome ser sobre política. Ainda bem que fui porque é sobre muito mais.
Os corpos tranquilos, gestos adequados e Carmen Miranda fantástica como início de conversa.
Ana Santos - Corpo
Eu achei muito boa a peça. Achei muito surpreendente os diversos assuntos abordados, pois com esse título, pensamos que vai ser somente sobre política, mas não é. Aborda temas polêmicos que infelizmente, ainda são vividos nos tempos de hoje.
Achei interessante também, o bate papo que teve no final sobre a peça, todos participaram, até eu que sou tímida, fiquei instigada e participei também!
Gostei muito da peça, abrange assuntos polêmicos que estamos vivenciando no nosso pais. Eu como jovem, ali naquele momento, aprendi muito com a peça e com o espaço que foi aberto no final para debater os assuntos.
Obrigada as Anas pela crítica ao espetáculo e ao nosso espaço. Foi um prazer recebê-las em nossa casa. Fiquei muito feliz em revê-las. A idéia ao final do espetáculo é realmente abrir a roda de conversas sobre os diversos assuntos citados na peça confrontando com o que está ocorrendo em nosso país, porém deixamos o publico a vontade para se colocar, infelizmente muitas vezes não ocorre o bate papo o que seria muito enriquecedor para nós, mas acredito que cada um sai de la não com um plano para matar Michel mas refletindo sobre suas posições e opiniões sobre o momento atual que estamos vivenciando em nosso país.