Adorei o convite pra assistir e criticar um infantil, pra variar, adorei que foi feito e dirigido por Igor Epifânio, meu aluno há muito tempo atrás na Escola de Teatro, adorei ver tantos ex alunos no Teatro Módulo – só de poder ver todos, valeu a ida.
Adoro musicais e perceber que teríamos música o tempo todo foi mesmo animador. Há alguma coisa a dizer sobre musicais – eles precisam de muito trabalho de reforço respiratório porque o diafragma sofre uma sobrecarga importante. Então, pra sustentar melhor a voz, fica a dica.
Me agrada a ideia de falar sobre fatos que são notícia, incluindo as crianças na explicação. Eu talvez até explicasse melhor o que é agrotóxico e como mudar o nome pra defensivo pode ser visto como mentira. Gostei muito da ideia de incluir e interagir com as crianças, fazendo perguntas e partindo das respostas delas para “puxar” de novo o contexto da peça. Gostei demais da voz de Fernanda Paquelet tanto na fala, quanto nas músicas. Do meu ponto de vista, a aceleração do ritmo da fala só prejudica a compreensão da mensagem e a dicção de Fernanda era um porto seguro sempre. Se posso ajudar, eu diria que uma atenção à dicção e ao ritmo deixaria as crianças espontaneamente mais focadas.
No final, talvez porque seja adulta e precise muito ver os maus serem apontados e pedirem desculpas, fiquei com uma pontinha de desapontamento ao ver que o rato praticamente só teve que cantar uma música e estender as mãos – mas isso porque eu sou adulta...
Para as crianças, um espetáculo fofo e necessário, num momento onde a indústria exige que a gente pare de comer - e de fazer - comida de verdade. Tempos estranhos, onde de algum lugar – do teatro, por que não? – precisam sair respostas mais responsáveis.
ANA RIBEIRO
Diretora de teatro, cinema e TV
Peças infantis circulam num outro mundo de sons e agitações. Você entra no Teatro e a animação é total. Como é bom estar junto de tanta alegria, animação e esperança. Nós, os senhores adultos, devíamos manter esse olhar puro de sede e curiosidade da vida. Também acontece de algumas crianças não resistirem a tanta emoção e acabarem assistindo à peça “dentro de um sono profundo”. É tudo muito fofo.
Uma preocupação bem atual. Os alimentos, a agricultura, o negócio. Utilizar o teatro como serviço público, ajudando as crianças a entenderem o que acontece de errado com o mundo dos alimentos para aprenderem a prevenir, se proteger e dominar a sua vida alimentar. Peça bem elaborada. Percebe-se trabalho, complexidade, empenho, consistência, estudo. Palco extremamente colorido, com luzes alternando a cada 3 segundos, mantendo o público focado. Peça musical, figurino colorido e apelativo. Os animais são uns fofos. Adorei a linguagem da tartaruga. Cativa qualquer gringo. Mas todos os animais tinham uma personalidade marcada e muito interessante. Músicas com arranjos muito elegantes.
Agradecemos a forma gentil e carinhosa como trataram o Bug Latino e as Ana’s e agradecemos também a cortesia dos ingressos ao Coletivo 4. Muito gratas.
Ana Santos, professora, jornalista