Palavrinha grande...
Jennifer Hudson estoura a banca e cria uma personagem impecável, explosiva, que coloca sua reserva inteira de energia em cena. Ela não deixou nada por sentir e a gente recebe essa explosão inteira sob forma de interpretações geniais – das canções de Aretha e de cenas fenomenais de Jennifer se vendo como ela.
Produção americana caprichada, pesquisa perfeita, figurino, maquiagem, cenários, objetos de cena... escolha o item. A produção conseguiu trazer de volta a religiosidade, a musicalidade, a agressividade masculina, a coragem dessas mulheres. E as vozes... Como os americanos sabem transformar cada música num momento único, num espetáculo.
O repertório do filme também é digno de nota porque Aretha criou revoluções cantando e apoiando causas importantes. Onde estão as novas gerações? O que deixaram de fazer? A vida de Aretha é plena de ações, de participações sociais e o filme – sem se deter em nada disso – mostra tudo isso.
RESPECT é aquela palavrinha grande que inclui coisas que as mulheres de todas as raças precisam construir todos os dias. Todos. Day by day mesmo, com dias melhores e piores. De conquistas e vácuos mentais, diante do machismo do mundo. E o pior é ver que o mundo cabe certinho em Salvador...
Perder esse filme, sendo homem, é inimaginável; sendo mulher, é... estúpido. É o nosso lugar de ser e estar, é o nosso lugar de luta. É o nosso lugar, sempre. O de aprender a reagir. O de aprender a impor.
Vejam, convidem seus filhos, seus amigos, seus vizinhos. Assistam. Você pega uma voz perfeita e genial, faz um roteiro que a biografa, coloca outra voz do mesmo naipe para interpretá-la, uma atriz como poucas, uma interpretação incrível e recria momentos históricos do mundo. Momentos que um dia sonho ver acontecerem no Brasil com a mesma coragem pra enfrentar ataques contra a democracia, a mulher, salários discrepantes dos homens para o mesmo esforço no trabalho, contra a falta de dignidade, de maturidade masculina, contra o assédio. Vejam.
O DNA das mulheres está lá, do começo ao fim.
Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV
A Deusa Aretha Franklin. Uma enorme honra poder saber um pouco mais da sua vida, de momentos importantes da sua infância, juventude, fase adulta.
O mundo religioso dos Estados Unidos é um ninho de cantoras e cantores excepcionais. Impressionante e que merecia ser imitado. Aí estaria uma boa imitação.
O filme passeia pelo seu talento visível desde cedo, pelas pessoas importantes da história do mundo que ela conheceu e privou, como Martin Luther King, sua família, suas relações amorosas, seus fantasmas.
Um filme tocante, generoso, belo, inspirador. Feito com amor, com RESPECT. Escolher outra mulher talentosa como Jennifer Hudson, para fazer seu papel, foi maravilhoso. Curioso como do grupo Destiny's Child apenas abriram espaço para o sucesso de Beyoncé. E anos mais tarde, finalmente, Jennifer Hudson, também tem esse direito. E seu percurso tem sido muito mais parceiro das mulheres e da sua dignidade. Como fazer este filme. Enquanto isso Beyoncé mantêm um casamento com um homem que se orgulha de a trair constantemente. E assume publicamente com ar de superioridade e empáfia. Nunca Beyoncé poderia fazer este filme. Porque Aretha foi um exemplo para as mulheres, em muito sentidos. Um exemplo de luta racial. Um exemplo de honra e caráter. E uma voz...uma luz...que somos todas gratas pelos seus exemplos, pelo seu percurso de vida.
Jennifer Hudson num papel fenomenal. Skye Dakota Turner, menina que faz o período de criança de Aretha...que menina, que talento como atriz tanto como cantora! E todos os atores, famosos e sensacionais. Um filme lindo, forte, que acho que vai amar tanto como o Bug Latino amou. Tente não perder.
Ana Santos, professora, jornalista
Sinopse: A história de vida da lendária cantora de R&B, Aretha Franklin.
Diretor: Liesl Tommy
Elenco: Jennifer Hudson, Forest Whitaker, Marlon Wayans.
Link com trailer e informações: