
Facilmente pode fazer parte da pequena série de filmes onde superprodução não quer dizer apenas milhões de dólares, mas uma superexposição dos sentidos ao significado de audiovisual. Há estímulos claros e subdivididos para olhos, ouvidos e olhos e ouvidos – uma coisa raríssima de se ver e principalmente com a qualidade com que foi feita.
A qualidade da preparação dos atores, a construção de cada personagem, a engenharia perfeita do roteiro e a direção, a sincronia entre figurino e cenário, época histórica – tudo gira em torno de tudo, de tal forma que caímos na melhor armadilha do cinema, que a perda do controle sobre a realidade. Quando vemos, já estamos sentindo o frisson, o medo, a ansiedade – talvez ter visto antes não nos confundisse tanto quanto agora, com Trump beirando as nossas águas internacionais e ameaçando invadir a Venezuela na vida real.
A visão de OPPENHEIMER da fissão nuclear, como uma fronteira, um surto, é incrível. A história é incrível. A direção de fotografia e incrível. Na verdade, nem sei se há algum momento do filme que não se destaque. Nesse momento do mundo, onde as emoções estão afloradas e onde vemos tentativas de golpe e apropriações, ver OPPENHEIMER nos relembra o que está em jogo e de como os Estados Unidos podem ser mais desprezíveis do que o marketing que fazem a favor de si mesmos.
Cillian Murphy, Emily Blunt – inacreditáveis. Efeitos visuais – INACREDITÁVEIS. Cristopher Nolan – a direção de uma vida.
Filme imperdível, principalmente agora.
Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro, TV
Um filme longo, duro, difícil. Por nos falar nessa terrível bomba atômica que terminou a segunda guerra mundial, por nos mostrar os bastidores complexos e assustadores do processo todo e por estarmos, o Bug Latino, a assistir neste momento da vida mundial, também tão estranho e perigoso.
Sabemos as coisas depois delas acontecerem e nem temos ideia de como foi seu processo. A decisão de fazer um filme explicando um pouco desse processo num momento tão importante da vida do mundo é de muita coragem. Mostrar as diferentes ideias, opiniões, medos. Mostrar os aproveitamentos políticos, humanos, de poder e oportunidade. As injustiças, os segredos. Que loucura. Que loucura também você se esforçar para descobrir, criar algo e depois se assustar com a possibilidade de o que você foi capaz de inventar, poder destruir o mundo.
Utiliza-se muito a frase "somos humanos", implicando a possibilidade de falharmos, mas nestes casos as falhas podem destruir a vida de todos, destruir um planeta. Perdemos a mão? Perdemos a noção do que devemos fazer? Quem sabe assistir a este filme de vez em quando possa dar aos poderosos o aviso do perigo. Não sei. Mas desejo muito que ajude.
Imensos atores conhecidos e famosos e talentosos. Um filmão. Obrigatório, mesmo depois de alguns anos da sua divulgação. Estará sempre em dia, seja lá quando for que você consegue assistir.
Uma produção gigantesca. Um marco histórico.
Um filme obrigatório nas escolas e um incentivo a fazer filmes sobre momentos da história que precisam ser contados de forma justa.
Imperdível
Ana Santos, professora, jornalista
Sinopse: A história do cientista americano J. Robert Oppenheimer e seu papel no desenvolvimento da bomba atômica.
Direção: Christopher Nolan
Elenco: Cillian Murphy, Emily Blunt, Matt Damon.
Trailer e informações:

