As redes sociais querem nos “domesticar” - mas existem os indomesticáveis. Mission Joy apresenta dois deles: Desmond Tutu e Dalai Lama, juntos, amigos, incansavelmente brincalhões em sua profundidade – ou mesmo: demonstram sua profundidade, ao nos apontarem o caminho da alegria como busca insondável, mergulho profundo e cheio de percepções sobre quem somos. E sobretudo, do que podemos.
Essa beleza que se pode chamar de insondável, lhes tolda o fundo dos olhos e mostra o quanto a China perdeu ao nos dar a personalidade de Sua Santidade e o quanto a África do Sul conquistou com a coragem de um homem que enfrentou soldados, exércitos, mobilizou e inspirou pessoas, foi santo e por isso político – Desmond Tutu. Nesse mundo estupidificante que nos tentam fornecer a cada dia, ambos podem ser chamados de “comunistas” – qualquer pessoa preocupada com o bem de outrem pode ser chamada de “comunista”. Mas sendo a China ideológica e ditatorialmente “comunista”, que espaço nos sobra para cuidarmos uns dos outros, para nos preocuparmos em sermos melhores? Para os estúpidos, esse tal “comunismo de beira de estrada”.
Desinformação é isso.
A beleza do filme não está em cenários, tomadas, fotografia. A beleza está em ver dois dos maiores personagens desses dois últimos séculos rindo e brincando de mãos dadas, com 80 anos cada e como se tivessem 8, apontando para um caminho comum entre os não estúpidos.
História é isso.
Nenhum compromisso além de nos dar a sua vida inteira, como algo leve e pesado, ying e yang. Visto assim, parece mesmo facílimo chegar onde eles chegaram, mas num lampejo você vê o que eles veem por dentro do nosso tosco olhar comum e – bem, aí nos vemos. E não é bem que o fácil deixe de parecer fácil, mas começa a ser mesmo vergonhoso porque há muitas recompensas até fisiológicas em sermos bons - mas preferimos a crueza e a desumanidade. É mais fácil invadir, matar, bombardear, abandonar; é mais fácil ser Putin do que Dalai Lama.
Ainda assim, eu dei muitas risadas com o filme. É leve, bem humorado, alegre e persuasivo. Você se levanta quase achando mais simples salvar a todos nós do que estamos fazendo.
MISSÃO ALEGRIA para as escolas é um momento de busca de aprofundamento para as almas: Qual o seu talento? Qual o propósito de sua vida? O que acha que pode lhe motivar a seguir em frente? Responda essas 3 perguntas simples e sua vida obterá muito mais sentido.
Veja o filme e se faça essas perguntas. Tente respondê-las sinceramente. Você terá um flash da dimensão do que fizeram esses homens pela humanidade em paz e sem nenhuma arma nas mãos.
Pacíficos? Sem armas? Favoráveis à ciência? “Comunistas!” – Ahahahahah...
Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV
Que documentário mais lindo! Que pessoas mais incríveis! Que exemplo de amizade! Vivemos tempos de falta de relações públicas com este nível de doçura, de entrega, de confiança e de respeito. Estamos perdendo isso e isso é tão valioso. A alegria dos dois quando estão juntos, a forma como se olham, como se tocam, o carinho e amor que têm um pelo outro é tudo lindo demais.
Duas personalidades inquestionáveis na luta pela justiça, pela paz, pelo respeito dos direitos humanos juntas, respeitando o pensamento, a religião, o passado do outro. Ambos viveram, de forma diferenciada, muito sofrimento e muita injustiça. E ambos seguiram o caminho da compaixão, da bondade, da tolerância. Dalai Lama sempre fala que olha todas as pessoas como pessoas e eu gosto muito disso porque é o que somos. Não somos os títulos, nem o dinheiro.
Desmond Tutu tem uma gargalhada tão sincera e solta que ilumina qualquer lugar e qualquer momento.
Um documentário bem simples mas que na verdade tem tudo: duas almas importantíssimas para a vida da humanidade, depoimentos e ensinamentos importantíssimos para todas as pessoas no mundo ouvirem, demonstração de extremo respeito pela religião e crenças diferentes das suas.
Algumas imagens inéditas de Dalai Lama em criança e jovem, antes de ter de fugir de Lhasa. Depoimentos do tradutor e assessor de Dalai Lama, também muito especial.
Uma benção existir este documentário. Assista, as vezes que quiser, principalmente quando se sente mais pessimista. E sorria mais, dê mais gargalhadas. Disso eles também enchem o documentário e a vida e têm total razão.
Não perca!!!!
Ana Santos, professora, jornalista
Sinopse: Uma exploração da notável amizade entre o Arcebispo Desmond Tutu e Sua Santidade o Dalai Lama.
Direção: Louie Psihoyos, Peggy Callahan.
Elenco: The Dalai Lama, Desmond Tutu, Doug Abrams.
Trailer e Informações: