Como um excelente DOC pra ser consumido em “dose única” de 52 minutos , MARTIN LUTHER KING – UM HOMEM MARCADO, conta uma história que foi levantada por essa personagem sagrada, se vamos abordar qualquer tema acerca de preconceito, na nossa história civilizatória. Quando a gente assiste ao filme, ri de quem “repete” a palavra MITO pra qualquer pessoa porque afinal eles fazem a diferença na defesa dos direitos. Quem não defende nada, é um mito de mentirinha e ando meio cansada de balelas míticas.
O fato é que MARTIN LUTHER KING – UM HOMEM MARCADO é um filme enxuto, pródigo de informações que acaba co-dividindo a figura do Pastor King com seu maior perseguidor – J. Edgar Hoover, diretor do FBI, radical de direita, maníaco cruel, que difamou inúmeras personalidades da história americana por acreditar que havia mesmo uma sociedade dita negra e outra, totalmente diferente, branca. Também acreditava que os “comunistas comiam criancinhas” e por causa de suas “crenças” perseguiu a qualquer pessoa que “ousasse desobedecer” seu padrão de percepção da sociedade da época. Claro que hoje a história se incumbiu dele e os agentes do FBI, o tem como exemplo do que NÃO fazer nunca. O Pastor King não viu essa parte da história, mas sofreu o peso da crueldade de Hoover. Até sua morte ficou no ambiente mal explicado das justificativas estranhas como, atualmente, poderíamos citar Marielle Franco, por exemplo. Basta saber que mão matou King ou de qual cérebro isso saiu?
Personalidades americanas escolhidas à dedo, pesquisa em arquivos minuciosa, criteriosa, trilha sonora perfeita – o filme é inatacável. Parece que o Pastor King esteve ao redor da escrita do roteiro para que ele não pudesse ser tocado. Mais incrível ainda é vermos que existe atualmente “uma fila de Hoover”, pronta pra atacar a sociedade mundial, agindo na América do Norte (ainda), na do Sul, na Europa, na África e na Ásia. Santo Deus, temos exemplos deles como pitadas de veneno espalhadas pelo ar do mundo. Onde o raciocínio de “dominar o momento do mundo” nasce, lá está o perigo de novo. E para os desavisados: King não tinha partido, tinha uma decisão íntima de aproximar as desigualdades do mundo. Nos seus últimos dias tentava unir latinos, negros, índios na mesma aventura por direitos – aventura essa que não terminou. Não terminou e não pode terminar até que nós tenhamos um pouco mais de capacidade de perceber que aquele, ali ao lado, também é uma pessoa – esteja ele catando latinhas ou se achando num cargo que “ganhou” por indicação de alguém. Todos nós somos pessoas. Todos nós temos que ser vistos. Mais do que vistos, previstos. Todos nós somos alguém.
Ainda falta muito, Pastor. Mas ainda estamos aqui sonhando, hoje...
Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV
Um documentário muito bom. A ser visto por todos acima dos 12 anos. Mesmo o que já conhecem a história, a importância, o legado. Para os que não sabem, essencial.
Com recolha de imagens, dados e uma voz e narração maravilhosas. Cronologia e direção bem delineada, informando de momentos determinantes, de “coincidências” históricas e com extremo cuidado ao apontar a direção e a “causa” do que aconteceu. Sem dar nomes, nem acusar ninguém diretamente, deixa o espetador muito bem esclarecido. As pessoas escolhidas para dar testemunho também desenham um documentário diferente, original e muito apelativo. Não se tira os olhos do écran e muitas “pontas” soltas ao longo dos anos, para mim, finalmente se uniram. Quem sabe o mesmo acontece consigo.
Um homem especial, com uma visão, cujas frases, desejos, pensamentos e ideais nos seguem e seguirão pela vida e pela eternidade. Um enorme exemplo que precisa ser conhecido pelos jovens, em todas as décadas, para que lhes seja plantada a semente e o estímulo de serem assim - desejarem e lutarem por um mundo igual para todos.
O documentário também nos alerta para as formas de destruição do bem e da justiça individual e social. Alerta para o poder que é dado no mundo a pessoas intoxicadas de inveja, vaidade, mesquinhez, vazio, maldade. Olhos postos no futuro, lutando com todas as forças pelo que se acredita, digam o que disserem. Olhos postos na retaguarda sempre vigiando as armadilhas e estratégias dos que não conseguem mais do que destruir.
De vez em quando precisamos de voltar ao entusiasmo, à energia tão própria da juventude, impedindo que a rotina dos dias nos anestesie e adormeça. Aqui está uma forma – este documentário.
Ana Santos, professora, jornalista
“Martin Luther King: um homem marcado”
Documentário • Inglaterra • 2018 • 52 min • Não recomendado para menores de 12 anos
Pode conter: violência, nudez, insinuação sexual e drogas
De Edward Cotterill
“Martin Luther King Jr impulsionou mudanças nos Estados Unidos em face a uma amarga oposição. Foi um dos mais importantes líderes do movimento dos direitos civis dos negros no mundo, com um discurso de não violência e de amor ao próximo. King foi submetido a uma feroz campanha de intimidação pelo FBI de J. Edgar Hoover, tão extremo que até há suspeita de algum envolvimento do governo no assassinato do líder.”
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