Não, não é mais um filme onde os negros são expostos a massacres e são fragilizados – embora isso fique bem claro. Também não é um filme onde inúmeros depoimentos apontem claramente para o que foi feito historicamente com o convívio das minorias com os brancos, no mundo – embora isso fique claro para o público, rapidinho. Também não é um DOC e também não é ficção. Afinal, este é mais um filme de Spike Lee e é a cara dele!
Antes até de sentar aqui pra escrever, já indiquei o filme para todos os que conheço e que gostam de cinema. É um filme simplesmente IM-PER-DÍ-VEL! Não por falar de raças e seus preconceitos e idiossincrasias, mas por ser um filme com dados históricos e biográficos impecáveis, dentro de um roteiro inteligente – extremamente inteligente, eu diria.
Depois de assistir, o difícil é não contar nada, tendo tanta coisa pra contar, mas vamos lá! Ideia: Excepcional. Aborda a questão racial colocando os negros no papel que socialmente ocupam e se não ocupam, devem ocupar imediatamente – o da igualdade. Então, embora o filme aponte o preconceito da KKK, há inteligência, esperteza e agilidade onde ela deveria estar. O elenco é bastante realista e pra ser 100%, deveria ter também uma ou outra pessoa de outras raças que não apenas a branca e a negra, mas ok. O desenvolvimento da trama: muito bom, pitadas de bom humor à vontade, mas o recado está lá – que ideia é essa de poderem haver raças melhores e piores? Final: totalmente inesperado. Saí do cinema chapada, já transformando em conversa tudo o que tinha visto. E não é pra isso mesmo que servem as artes cênicas todas?
Deveria ser visto por escolas, discutido nas escolas, conversado em casa, após as aulas e, principalmente, deveria fazer parte do nosso acervo contra o preconceito, aqui em Salvador. Dentro de nós, da nossa mente, precisamos nos libertar da exploração pra podermos ser felizes. Pra deixarmos de nos sentir inferiorizados. Todos nós. Porque não existe nada mais idiota do que não perceber que somos filhos do mesmo país mestiço - o Brasil.
Quem não for ver, vai perder!
Ana Ribeiro, diretora de cinema, televisão e teatro
“God Bless, Spike Lee”! Filme obrigatório.
Uma dança de preconceitos, pré-conceitos, estigmas, estereótipos, incluindo a forma inesperada como o filme se define. Um show de Spike Lee. Filme inteligente, mordaz, belo.
Dá uma lição de como as alianças entre as pessoas também podem ser conseguidas fora do padrão. E podem ser verdadeiras e perenes.
Como gostei do filme, como chorei de alegria e de tristeza com o filme. As pessoas que aprenderam a dividir e se baseiam em fundamentalismos são apresentadas por Spike Lee com muita mestria e sensibilidade.
Saio com uma sensação infantil de que as pessoas boas são mais inteligentes do que as pessoas menos boas. Ai ai...
Atores talentosos, lindos. E os que não são tão lindos são também muito talentosos. Trilha sonora es.pe.ta.cu.lar
Obrigada Saladearte e Obrigada Spike Lee por um momento tão bom.
Ana Santos, professora e jornalista
Link com informações sobre o filme:
https://www.imdb.com/title/tt7349662/
Site da Saladearte
http://www.saladearte.art.br/