Ah, os franceses... Fazer uma comédia sexista onde as mulheres agem e pensam como os homens é sensacional! Mulheres absolutamente lindas sendo andrógenas, mas mostrando aos homens como há uma enorme diferença de percepção nos comportamentos “ditos” masculinos.
O mundo é culturalmente uma sociedade machista, mas poderia ser o oposto disso. Afinal é preciso ser muito forte para engravidar, gerar e parir, assim como parar, fazer tudo isso e trabalhar ou ainda somar tudo isso e ainda criar e atender a família toda. Na vida real fazemos muito mais do que no filme, apontamos para o fato de que você interpretar “o ser mulher” de vários pontos de vista e de que, visto pelo ponto de vista machista, os homens se tornam muito mais sensíveis à falta de tato reinante.
Por essas coincidências gigantes, o UNISSEX que postamos dia 26/03 fala de “cantada mal dada” e lá está o comportamento masculino bizarro e absurdo que os “homens acham que achamos maravilhoso” – quando achamos apenas grosseiro, invasivo e indelicado. No mês da mulher, o Bug Latino recebe o presente do mundo ao contrário. Bem, a sensação se repete – ficamos com pena dos homens diante da galinhagem, da grosseria e falta de cuidado.
Talvez seja uma evolução que se tem que fazer para perceber – e a maior parte dos homens não quer fazer por estar confortável passando a mão nas mulheres. Mas – ah, os franceses... mostraram que se pode ser um mundo machista masculino, nada impede que haja uma evolução para um mundo machista feminino, onde ser gay significa ser um homem que quer ser notado, amado, independente do gênero.
Cores maravilhosas, a França se vendendo com a sutileza dos artistas, lindos atores com boas interpretações, figurinos maravilhosos para as mulheres, homens depilados, masculinos e fazendo poli dance... não faltou nada.
Louco? Ah, os franceses...
Eu achei perfeito...
Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e Tv
Um sonho de filme para qualquer mulher. O homem machista, “galinha”, de repente vive o que as mulheres vivem todos os dias. Os piropos miseráveis, as abordagens asfixiantes, a inferioridade latente.
Um filme incrível, um ponto de vista extraordinário. Com detalhes e contextos impressionantes, misturados com bom humor, com uma cidade de sonho, como Paris, com atores e atrizes de imensa qualidade, de beleza “natural”. Mulheres e homens com seus próprios dentes, seus próprios seios, suas próprias estrias, rugas, natureza, beleza. Como é bom ver gente “normal” e corpos “normais”.
Um filme que os homens deviam ser obrigados a assistir para perceberem as tontices que fazem tantas vezes sem nem saberem o efeito devastador que provocam. E as mulheres também deviam ser obrigadas a ver para respirarem um pouco deste mundo tão sufocante. Eu diria que deveria ser um filme a passar nas escolas e a conter uma conversa entre meninos e meninas, depoimentos, textos, etc, dos adolescentes, no final. Para, quem sabe, melhorarmos os futuros adultos e adultas deste mundo.
As cenas, quando os dois realmente se entregam ao que sentem, são lindas. E justo antes, uma música conhecida por todo o mundo, com uma versão para cima de sensacional. Imperdível. Deixo aqui o link porque é realmente uma enorme surpresa esta versão.
Seja quem você for, vai amar, vai rir, vai pensar. Vale muito a pena. Acredite.
Ana Santos, professora, jornalista
Lo-Fang - You're The One That I Want
https://www.youtube.com/watch?v=jYluMAO1b7Y
Informações sobre o filme:
Sinopse: Um chauvinista desavergonhado experimenta o gostinho de seu próprio remédio quando acorda em um mundo dominado por mulheres e se cruza com uma poderosa autora.
Diretor: Eléonore Pourriat
Elenco: Vincent Elbaz, Marie-Sophie Ferdane, Pierre Benezit