RTVe, Espanha. Outro Doc marcante, com muito pouca coisa do que costumamos ver nas TVS regionais. Nada do jornalista de microfone na mão, fazendo perguntas que ele escreveu em algum lugar, nada de perguntas formais. Mas elas estão todas lá, na curiosidade humana. Como chegamos até aqui e de onde viemos? De onde saiu esta civilização e como ela se comprimiu neste momento ambiental tão arriscado, somado a esse momento social, dramático?
Ninguém fez essas perguntas, mas obtivemos todas essas respostas, apenas assistindo ao vídeo. Uma menina de 18 anos, perdida em suas dúvidas como todas, tem a oportunidade de ir aonde o mundo marcou sua história. É a partida para um Doc sincero, com perguntas reais para algumas das nossas respostas civilizatórias.
Com belas imagens, o Doc reúne 3 gerações que trocam experiências – uma das coisas que a internet tem roubado de nosso convívio social, infelizmente – e que revivem nossas crises civilizatórias e o fim de alguns povos, tentando fazer relações comparativas ao que pode estar bem perto do nosso fim, por aqui.
O resultado, antes de ser um drama emocional é muito mais uma conclusão realista de onde a nossa experiência crítica pode nos levar – ou não, se conseguirmos ver que o passado contém cenas do que vivemos no presente em larga escala e o que pode nos acontecer, no futuro.
Diante das loucuras que escutamos todos os dias, diante do “estranho humor e das estranhas piadas” que os incêndios nas nossas florestas despertam em alguns “seres mais bizarros ainda”, o Doc aponta um caminho – que é óbvio, que está na nossa frente, mas que alguns insistem em disfarçar dando outros nomes, inventando ideologias e partidos, mas que são formas de pensar apenas críticas e perigosas para a nossa sobrevivência neste tipo de civilização. Para isso, nada melhor do que ter 18 anos e esse olhar implacável que aponta, que vê com clareza e que diz o que viu.
Imperdível.
Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV
Um documentário que inicia de uma forma comum e que me fez pensar que seria até desanimador. Mas me enganei totalmente e ainda bem! Muito interessante, muito diferente. Uma produção exigente e financeiramente generosa deve ter sido necessária para ir aos 4 cantos do mundo e nos oferecer um ponto de vista sobre o mundo, a vida e a humanidade tão profundo. É muito importante para jovens, adultos, idosos, para todos os pensantes, os que se preocupam com o futuro e querem contribuir para a resolução de problemas.
Achamos sempre que a nossa época é a pior, que nossos problemas são os piores. Mas e se cada época, cada pessoa e cada sociedade tem problemas difíceis mas que sempre poderão ser resolvidos através da cooperação, do equilíbrio, da empatia, da justiça? E se soubermos que ao deixarmos a nossa civilização seguir este caminho que vemos, todos podemos estar destruindo uma forma de vida que se iniciou de forma tão bela e parece estar ficando destruidora?
Tente assistir, vai ver que valerá muito a pena. Link com o programa completo, abaixo.
Ana Santos, professora, jornalista
Sinopse:
Documentário que analisa a evolução futura do ser humano nos próximos milênios
Link do programa completo:
https://www.rtve.es/play/videos/somos-documentales/busca-del-futuro-perdido/5755181/