Primeiro que esse projeto é uma verdadeira inspiração, com grandes cientistas, pensadores e pessoas que realmente querem trocar ideias com outras pessoas e que fazem dessa troca seu verdadeiro motivo de existir – uma coisa esperada porque a Espanha é um ninho de grandes pensadores de linguagem humana, com práticas acintosamente melhores que as brasileiras. Aprendi a ler em espanhol exatamente pela qualidade das escolas de Madrid e Barcelona e com o maior carinho dividimos com vocês um episódio do projeto Aprendemos Juntos, o que descreve como se transita por uma relação abusiva que evolui para uma relação violenta e que por um triz não chegou a uma relação homicida – num passo a passo doloroso, mas absolutamente necessário para que as mulheres percebam, realizem que vivemos numa sociedade machista, onde somos educadas para aceitar o sofrimento em nome do amor.
Não há muito o que dizer, a não ser: vejam, assistam, por favor. Após assistirem, por favor, mudem hábitos domésticos, coloquem os meninos para serem proativos nas tarefas de casa e para não aceitarem o “momento certo” para transarem, o momento para rebaterem, o momento para espancarem, pra traírem. Não é coisa de homem trair, percebam – quem trai é traidor e quem trai em uma relação, trai em todas as relações: trai a confiança do chefe, do amigo, do vizinho, dos pais. Apenas aprende a trair, a agir pelas costas.
Há tantos conceitos sociais e filosóficos completamente subvertidos pelo machismo, que talvez seja importante para os homens aguçarem o olhar para se verem como agentes da própria mudança.
O Bug Latino sonha um dia ter a autonomia financeira para compartilhar com cada vez mais pessoas ideias que possam ser agentes de descoberta, de ganho social, de união de coletivos humanos. Assistir ao que Marina tem a dizer é um desses momentos onde gotas preciosas da dor dela precisam ser assimiladas por todas as mulheres, todos os homens que já se aperceberam do mal que deixa o machismo na sociedade porque nós, cada vez mais, queremos reagir mais alto, mais forte, mais veementemente.
É um programa brilhante que deve ser visto por todos, com certeza.
Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV
O Bug Latino pede muito que assista. Nós pedimos muito que tenha a gentileza de assistir. Não para ganhar visualizações nem para ninguém ficar famosa. Mas para ganhar em conhecimento, esclarecimento e melhoria humana em relação a violência de gênero, machismo, preconceitos, no mínimo. Somos melhores pessoas depois de assistir a este programa pode acreditar. Mudamos mais se depois de assistir tentarmos melhorar comportamentos, nossos e dos outros. Para professores devia ser obrigatório ouvir Marina. Pais e mães também.
Em um ambiente sincero, alegre e até de algum humor, Marina fala aspetos difíceis da vida. Muito difíceis, muito duros e que precisam parar de acontecer. Todos no mundo temos responsabilidades, todos podemos fazer alguma coisa. Assista ao programa e se repense, divulgue pelas pessoas próximas e, por favor, tente contribuir para um mundo melhor. O Bug também está tentando.
Ana Santos, professora, jornalista
Sinopse: Marina Marroquí compartilha sua experiência como sobrevivente da violência de gênero. "Decidi que desde que sobrevivi, que tive sorte de sair viva, o mínimo que merecia era ser feliz", diz ela. Além disso, Marroquí está convencido de que a educação é a única forma de erradicar a violência de gênero. "Educação, educação e educação. Não existe outra fórmula", diz. Em suas oficinas, ele usa o humor para ridicularizar o machismo e os estereótipos. Além disso, ela sustenta que "o feminismo era minha tábua de salvação, era a resposta para todas aquelas perguntas nas quais eu me culpava repetidamente".
Marina Marroquí estudou Educação Social na Universidade de Granada. Atualmente preside a Associação Ilícita contra a Violência de Gênero (AIVIG) e dirige a oficina "O amor não dói" - curso de prevenção e detecção precoce da violência de gênero - que já atingiu mais de 65.000 adolescentes. Ela também é autora do livro 'Isso NÃO é amor: 30 desafios para trabalhar a igualdade'.
Programa completo aqui: https://www.youtube.com/watch?v=iubiKWrBcBM