Eu gosto muito do trabalho de atriz de Jennifer Lopes. Mas sempre me ressenti do fato de que, pra ela, sempre aparecem papeis onde basta ter um corpo bonito, quando acho que, diante de um bom papel, finalmente seu talento poderia brilhar. Quando vi o trailer de As Golpistas, eu quis que fosse assim, torci pela chegada do momento, mas nem tanto. Sendo um roteiro baseado em uma história real, eu achei que haveria uma profundidade que afinal não aconteceu. As Golpistas é, portanto, um filme leve, que conta histórias pesadas.
Sem dúvida também, os anos fazem bem a J. Lo. Ela está linda. Da mesma forma, a intimidade corporal entre as atrizes é sensacional. Corpos? Tratados como objetos, de uma maneira muito objetiva. Abordagem perfeita. Então, mãos e corpos tocam, bolinam, roçam por carinho e por trabalho, tudo sempre com bastante clareza. Mais um motivo pra que eu lamente mais ainda que o roteiro não tenha ido mais fundo porque, de alguma forma, não acho nada leve a vida de quem se prostitui. E se no caso delas, os corpos são tratados com insensibilidade objetal pelos homens, no nosso caso brasileiro, vemos prostituição no executivo, legislativo e judiciário, numa desqualificação laboriosa de tudo o que deveríamos confiar.
No final do filme, fica faltando mesmo o peso do drama de contar uma história onde as pessoas se traem, furtam, enganam, mentem – a começar de si mesmas. Exatamente igual ao nosso caso, afinal – pessoas que se veem importantes, mas que são totalmente desqualificadas para a situação de confiança com a qual pediram para lidar.
As Golpistas pelo menos diz a que veio na cena 1 – mais sinceras – parece incrível. Adorei muitas interpretações, inclusive a de J. Lo. Se houvesse um pouco do peso do drama, na vida...
Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV
Jennifer Lopez, continua parecendo uma jovem. Linda, talentosa, com um corpo incrível. Uma excelente cantora e artista, mas como atriz é sensacional. No dia em que for a atriz protagonista de um grande filme, corre o risco de ganhar o Óscar. Deu show de Pole Dance / Dança do Varão. Adorei conhecer Constance Wu. Excelente atriz.
O filme tem mais algumas pessoas do atual mundo da música participando no filme. Usher é uma das surpresas. Lindo como sempre.
Mais uma história verídica transformada em filme. Vidas duras de sobrevivência nas profissões do mundo da noite. Mulheres sendo as atrações dos lugares mas também as pessoas mais exploradas pelos donos dos negócios. Para agravar, o mundo económico dando voltas bizarras e inusitadas provocando a destruição de muitas dessas vidas – presas por um fio. Conheço uma pessoa que diz muitas vezes: “- As pessoas fazem o que podem e não o que deviam ou o que querem. Sempre fazem o que podem!” Este filme mostra isso claramente. Mulheres que tentam sobreviver como podem. Que se enrolam em esquemas e escolhas que permitem sobreviver muito bem, mas que têm tudo para dar errado, mais tarde ou mais cedo. O filme também mostra claramente os homens de qualquer país que vivem mais de uma vida, às vezes dupla, às vezes “quíntupla”. Que vivem vidas de fachada. Que vivem vidas de muito luxo e dinheiro e que perdem os limites.
A amizade e o amor serão sempre o nosso leme, o nosso guia nas decisões que tomamos na vida. Onde encontramos ajuda quando não temos a quem recorrer. Mesmo em trabalhos onde você aprende a tratar bem clientes, como se fossem amigos.
Uma produção mediana, com um roteiro um pouco lento desorganizado, mas que prende pela história ser verídica. Não deixe de ver. A vida pode ser inacreditável.
Ana Santos, professora, jornalista
Informações sobre o filme
https://www.imdb.com/title/tt5503686/
Circuito de Cinema Saladearte
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