
“A Baleia” / “The Whale” (Netflix, 2022)
Filme de 2022 – e que filme. Nós adiamos assistir – 3 anos. Há alguma coisa que me toca profundamente quando o assunto envolve transtornos alimentares até o ponto da obesidade mórbida - ou seu oposto – a anorexia. O filme, de forma remota, aborda um, e de forma direta e dolorosa nos mostra quadro a quadro a dor de se suicidar à céu aberto – comendo.
Charlie é sensível, inteligente, sagaz. Está “ancorado” pelo seu corpo, ancorado no seu corpo. Preso e sendo sufocado pelo peso a cada dia. Todos os dias.
Falar disso é fácil, mas ninguém está preparado para ver este nu artístico. Nos programas verdade que a TV fechada exibe, existem muitas coisas não mostradas – emoções, principalmente. Vendo o filme, a gente chega à conclusão que os programas-verdade não mostram propriamente verdades, mostram apenas corpos não erotizados e maltratados. Mas colocar em palavras toda a dor é diferente e Brendan Fraser – Charlie – faz isso. E também Sadie Sink, como um trem desgovernado, uma bomba atômica que ataca sem parar e nem assim consegue atingir seu pai, a caminho da morte – uma caminhada que todos, aterrorizados, querem, mas sabem que não vão conseguir evitar.
O filme levou 3 Oscars – todos merecidos. Hong Chau teve também um desempenho digno de nota: emocional, cuidadoso, sensível. Tudo ali poderia conspirar para um filme exagerado, mas A BALEIA nos premia os sentimentos, as emoções, as perdas, o amor, a dor. É um filme imperdível. Difícil, mas imperdível. Uma obra prima feita num espaço tão apertado, que parece infantil que se façam superproduções caríssimas e tão pouco sensíveis ultimamente.
Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV
Um filme de 2022, onde já vemos questões que a pandemia tornou mais visíveis e ou possíveis. Profissionais que vivem de trabalhos online, pessoas que podem esconder seu aspecto físico, jovens sem convívio social.
O filme é extraordinário, Brendan Fraser um ator que estávamos habituados a ver em filmes sem grande profundidade, surge aqui numa história forte, tocante, profunda, com um desempenho tão sensacional que lhe valeu o óscar de melhor ator desse ano. Todos os atores e atrizes são espetaculares, Brendan justamente premiado, mas Sadie Sink também merece um reconhecimento – jovem, linda e com uma dramaturgia sensacional. Corpo, intenções verbais, olhares - soberba.
A dor que sofremos pode ser silenciosa mas visível, pode ser invisível mas ruidosa, mas é sempre tão insuportável que mais tarde ou mais cedo o nosso corpo a “mostra”, a “expõe”. Somos ainda muito preconceituosos, por vezes parece que estamos a aumentar ainda mais a nossa “aversão” à dor e ao que sente o outro.
Falamos muitas vezes no suicídio como algo que acontece rapidamente mas existem tantas, mas tantas pessoas, que sofrem tanto, que não conseguem ter ou pedir ajuda e vão se “suicidando”. Umas deixando de comer, outras matando-se comendo, sendo agressivas com seu corpo, com o corpo dos outros, etc.
Um filme essencial para ser assistido em escolas, seguido de conversa, reflexão. Se o fizer em família também seria muito bom. Mas veja.
Ana Santos, professora, jornalista
Sinopse: Um professor de inglês recluso que vive com obesidade severa tenta se reconectar com sua distante filha adolescente para uma última chance de redenção.
Direção: Darren Aronofsky
Elenco: Brendan Fraser, Sadie Sink, Ty Simpkins
Trailer e informações:
https://www.imdb.com/pt/title/tt13833688/
Domingo é dia de exposição de azulejos e de sugestão cultural.
Azulejaria, uma arte milenar que enriquece nossos dias.
Sugestão cultural: uma exposição, um bailado, uma ópera, uma peça de teatro, um filme.
Sempre que possível indicamos filme ou documentário que pode ser visto por todos, na internet.
@buglatino
A Plataforma que te ajuda a Falar, Pensar, Ser Melhor.
#buglatino #treinamentosdedesenvolvimentopessoal #autoconfiança #desenvolvimentopessoal #comunicaçãoprofissional #crescimentopessoal #históriasdesuperação #motivaçãodiária #comunicaçãoeficaz #autoconfiançaeautoestima #habilidadesdecomunicação #falaréimportante #pensaresermelhor