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"Você é premiado com seus sonhos" Bug Sociedade


Enquanto a sociedade ainda espreme os olhos para fugir à visão da inteligência dos diferentes, lá vão eles passando por frestas e alcançando vitórias. Mas ainda é muito difícil.


Começando do status social, vivemos o fenômeno da “vida em carteiradas”. Pulamos do “sabe com quem está falando” para “arrumei um pistolão e aqui “será que tem jeitinho” para justificar o mal feito, o torto e o escondido. Temos um orçamento objetivo e um paralelo, no Brasil – o mais espantoso é que ninguém tem vergonha de falar que quer continuar mantendo o orçamento secreto até diante do Supremo. Mas não parece lógico que, se é secreto e o dinheiro é público, eles são incompatíveis um com o outro?


Assim, Portugal precisa rever seus grandes e ricos empresários que riem da justiça, assim como os nossos políticos. Pelo mundo, se não está na classe 1, pode procurar na 2 que é batata – nas palavras de Nelson Rodrigues – um dos diferentes do Brasil. Aos que sobram, o trabalho chama. E, sobretudo, aos diferentes, um pouco mais sempre é pedido.


Ser diferente imputa mais encargos porque temos a ousadia de perguntar, de discutir e fazer de outra forma. Escrevemos e cobramos, falamos e perguntamos, pensamos, debatemos e nunca nos conformamos. Somos os “revoltados sociais”. Escritores africanos estão sendo premiados no lugar dos americanos ou franceses ou italianos – repararam como falam bem os que escrevem bem? E a pergunta que não quer calar: os americanos estão falando melhor ou tanto faz o que falam, se são capazes de viajar até Dallas para receberem o “suposto recado de John Jonh” (esse mesmo – o filho falecido de John Kennedy, em 1999), avisando da “volta de Donald Trump”?


O bolso cheio de carteiras importantes, além de muito dinheiro, não apontam formas de resolver problemas verbalmente, debatendo, negociando...


E lá estão os diferentes montando portais de vendas diferentes, apontando que as pessoas precisam se preparar para a morte de cargos, comissões e profissões, alertando que na verdade precisamos de amor e paz – igualzinho ao que nossa avó dizia – e que precisamos nos ver como um conjunto de pessoas e não de "carteiradas" importantes.


Se você não quiser falar com seus filhos, em casa, pense que o pai de Einstein também lhe falava pouco e cobrava muito que ele obedecesse. O resultado foi que um gênio da física poderia ser – e foi - totalmente imaturo emocionalmente. Se acontece até com os gênios...


Nunca é demais lembrar que os diferentes pagam mais caro. Diferentes por serem inteligentes, pobres, negros, gays, gordos, pequenos, não importa – mas vale a inflação. Ser igual, comportado e puritano é chato e muitas vezes quase inútil dentro de uma sociedade em total mutação – vivendo mais uma revolução industrial colossal.


Onde estará você quando boa parte da vida for de outro jeito? Dando carteiradas ou gargalhadas?


Pense bem. Ainda dá tempo de dar uma banana aos velhos hábitos.

Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV


Cada prêmio Nobel atribui, não só uma enorme honraria mundial, como uma quantia muito significativa de dinheiro. Cada vencedor anual, recebe um diploma, uma medalha de ouro de 18 quilates e uma quantia de 8 milhões de coroas suecas (aproximadamente, 800 mil dólares). No câmbio atual, a quantia de R$ 4.486.320,00 para quem vive no Brasil. Para além disso, a nobreza de dedicar a sua vida descobrindo formas de melhorar a vida das pessoas. Categorias premiadas: Química; Física; Fisiologia ou Medicina; Literatura; Paz. Estimular as crianças, jovens e adultos, de todas as classes sociais, a desenvolver estas capacidades e estes prêmios, é uma obrigação social e humana em qualquer canto do mundo. Todos podemos fazê-lo numa simples conversa. E pode ser uma conversa sobre futebol. A vida muda num instante. Nem sempre para pior.


Paulina Chiziane, escritora moçambicana, ganha o Prêmio Camões 2021, o que inclui 100 mil euros. Um dos mais prestigiantes prêmios de literatura do mundo. Cem mil euros, mais ou menos meio milhão de reais. Uma pena este tipo de prêmio não estimular crianças, jovens, adultos, a ler, escrever, imaginar, por aqui. Muitas pessoas nas comunidades nem sabem que existem este tipo de estímulos, de prêmios, de modo de vida, de formas de ser agraciado mundialmente. Deixamos ao vento a construção de sonhos. Estamos colhendo problemas. Paulina Chiziane, sentada numa velha cadeira, com chinelos velhos, aquecendo-se com o calor de uma fogueira, cozinhando Mboa, tem dentro de si uma riqueza e um mundo inigualável. Insistimos que a resposta está na marca do carro, no lugar e tamanho da casa, no número de “empregados” que “possuímos”. Talvez seja por dentro e não por fora... A vida muda num instante. Nem sempre para pior.


Entre 27 de setembro e 23 de outubro de 2021, no Met Opera (The Metropolitan Opera), em Nova Iorque, realizou-se a primeira apresentação de uma ópera de um compositor negro – o músico de Jazz e compositor, vencedor de Grammy, Terence Blanchard. “Fire Shut Up in My Bones”, o nome da Ópera. No dia 23 de outubro, o mundo pôde assistir, por streaming, através de instituições – em Portugal foi através da Gulbenkian. Onde aconteceu no Brasil? Todos, pelo menos uma vez na vida, precisamos assistir a uma ópera. Mostrar a uma criança, pelo celular, nem que seja um segundo. A vida muda num instante. Nem sempre para pior.


RESISTANCE - Rebeliões e Resistência nos Impérios Ibéricos, Séc. XVI-XIX. Um projeto financiado pela comunidade europeia, com a participação de 13 instituições, 7 delas europeias, 102 investigadores, com o objetivo de estudar os processos de resistência de categorias sociais dominadas, discriminadas segregadas e subjugadas às monarquias ibéricas, entre 1500 e 1850. Instituições baianas e de Salvador poderiam fazer parte. A comunidade europeia tem apoios financeiros para estes projetos. Agreguem-se a instituições ou universidades europeias – obrigatório para candidatura de pelo menos duas instituições europeias no projeto. Dê também uma olhada no projeto “Memoirs - Filhos de Império e Pós-memórias”. Tão fácil, tão sensato, tão importante. Existem apoios. Dê o passo. A vida muda num instante. Nem sempre para pior.


Mohamed Mbougar Sarr, escritor senegalês de 31 anos, venceu o Prémio de Literatura Goncourt, de 2021, com seu quarto romance “La Plus Secrète Mémoire des Hommes”. Assim, se tornou no primeiro autor da África subsaariana a receber o mais importante galardão literário francês. O escritor tanzaniano Abdulrazak Gurnah é o Prémio Nobel da Literatura 2021 e o primeiro africano a receber essa condecoração em mais de uma década. Quem vai ser o primeiro da Bahia, do Brasil? E o segundo? E o terceiro? A vida muda num instante. Nem sempre para pior.


Marcus Rashford, jogador de futebol do Manchester United e da seleção inglesa, 24 anos, luta contra a fome infantil, colabora na fareshare, estimula a leitura nas crianças e jovens com o projeto "Clube do Livro Marcus Rashford", juntamente com a editora MacMillan. "Que nossas crianças possam ler que não estão sozinhas e que isso as possibilite sonhar. Que as equipemos para os obstáculos e as adversidades que elas poderão encontrar. Que permitamos que elas possam se identificar com os personagens ao garantirmos que pessoas de todas as raças, religiões e gêneros sejam retratadas corretamente e de forma representativa da sociedade moderna. Independentemente de onde você tenha crescido, o talento deveria ser reconhecido e defendido" - Marcus Rashford.


A vida muda num instante. Nem sempre para pior.

Ana Santos, professora, jornalista

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