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SONEGAÇÃO DE INFORMAÇÃO É MEDO! – BUG SOCIEDADE


foto do site do TRE-PE

Durante a campanha eleitoral, vimos o atual presidente nos chamar – com sua própria boca – de burros, de pobres – no caso das mulheres - de aproveitadoras, que engravidam para conseguir benefícios, ao invés de trabalharem. O vimos nos chamar – nós, brasileiros - de vagabundos, de reclamões cheios de mi mi mi, de falsas vítimas. Mas não se vê ninguém explicando direitinho o que eles têm medo de que todos nós saibamos: a importância do voto e relação entre o voto, os 3 poderes - e o que você deve levar em consideração, na hora de votar. O Bug sociedade vai tentar ajudar:

O nosso sistema de governo no Brasil inteiro é o democrático. Essencial. O candidato que ameaça fechar qualquer poder: executivo, legislativo ou judiciário está tentando assassinar a democracia. Portanto, aprendam logo a dizer não. O contrário da democracia é golpe, é ditadura. Fuja disso, diga não sempre. Lute contra com todas as suas forças. Milhares de pessoas morreram pra nos salvarem dessa barbárie. Não nos coloquem nesse rabo de foguete de novo. O Presidente nos ameaça com um golpe porque está com medo da nossa ameaça, que é muito mais forte que a dele: trocar de presidente! E não sei vocês, mas eu não quero ficar com esse, de jeito nenhum!

Executivo é o poder que faz as obras, geralmente através de projetos. O prefeito, o governador e o presidente fazem parte do poder executivo. Eles estudam e planejam obras – pagas com a soma do nosso dinheiro, através dos impostos - iniciativas que nos ajudam a ter um pouco mais de conforto, como a coleta do lixo, a luz do poste, as aulas que são dadas nas escolas públicas. Sem planejamento, portanto, não rola nada que preste.

O que você precisa fazer no dia 2? Precisa investigar se esse presidente trabalhou algum dia. Resposta simples, com a economia acabada, comida caríssima, falta de trabalho, 700 mil mortos na pandemia, nenhum apoio às vacinas. O mesmo você faz com governador e prefeito. O mesmo você faz de novo, pra saber se o presidente se dá bem com o governador porque é de Brasília que podem vir muitos dinheiros pra nossas obras, aqui na Bahia e no resto do Brasil.

O poder legislativo faz as leis. MUITO CUIDADO NA ESCOLHA! A gente vota pra fazer favor ao vizinho e está errado. Os deputados precisam fazer leis e vigiar o executivo. Olhem agora: o presidente deu um cala a boca no presidente da câmara com o tal do orçamento secreto e nenhum pedido de impeachment foi votado. Eram mais de 100! O que você tem que fazer: entre no Google e pesquise os deputados de cima abaixo. Estão sendo processados, foram condenados, há muitas acusações de corrupção, a família ficou rica de repente, é tipo uma herança familiar, passando a candidatura de pai pra filho, irmão, sobrinho, tio? Ih... já fedeu... é melhor trocar de candidato. Por que? Porque a gente desconfia de gente envolvida com polícia e com justiça na nossa vida real e político faz parte dela, gente. Um não pode proteger o outro. Eles precisam vigiar o trabalho um do outro, isso sim.

E aí vem o poder judiciário, que é quem faz as leis serem cumpridas. Por exemplo, os deputados fazem uma lei em que preconceito racial é crime. Se você sofre preconceito na rua, chama a polícia, que faz um processo, que vai a julgamento em busca de uma sentença e de uma pena, se houver condenação. Ele também interpreta as leis que as pessoas não entendem direito e, portanto, deixam dúvidas sobre a seu cumprimento.

Era isso que as crianças deveriam aprender na escola desde pequenas para poderem crescer sendo fiscais dos poderes, para demitirem maus políticos através de um voto sempre consciente. Partido não é time. Nem sofra por não se sentir obrigado a ser ou torcer para esse ou aquele partido. Os políticos trocam de partido como a gente troca de roupa e com a maior cara de pau. Fazem isso assobiando. O presidente já trocou de partido umas 15 vezes, em 30 anos de vida pública. Se ele não sofre, não sofram. Investiguem, cortem fora os que não fazem nada. O presidente mesmo, em 30 anos aprovou 2 projetos. É o mesmo que uma cozinheira que, com 30 anos de trabalho, fez dois almoços. Ou um gari que em 30 anos, varreu duas ruas. Pensem nisso.

O Brasil virou um país triste, de brigas. Se vocês puderem pensar nos melhores candidatos e votarem no dia 2 pra tudo acabar no 1º turno, façam isso. Ninguém aguenta mais, isso é fato. É muita guerra, muita briga, muita morte, muita arma. E ano que vem tem carnaval de novo, a Portela vai sair linda e a Bahia deve reunir uma multidão histórica na rua! Um pouco de alegria cai bem em nós. Todos perdemos alguém. Todos discutimos com alguém. Cansamos. Um pouco de alegria de novo, gente.

Uma aulinha simples que, ao invés de nos chamar de burros, ele podia nos ter dado, concordam? Uma informação além: os políticos são nossos empregados. Se não nos tratarem com respeito, reclamem. Se não adiantar nada reclamar, demitam. Votar é demitir os ruins e admitir quem você achar melhor. Não vote para protestar. Vote para consertar.

Juízo e boa eleição.

Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV


Última semana antes das eleições. Estamos no momento em que é importante ser pardo, em que os candidatos subitamente parecem gentis, humanos e verdadeiros: falar que o Brasil está melhor do que estava, que se fez todos os esforços na pandemia, mesmo com imagens em que as pessoas se riem de quem morreu, de quem tinha falta de ar, riam e tentaram ganhar dinheiro com vacina. Um dia diz-se que se vai respeitar a lei e no outro diz-se que se se perder algo está errado. Sobe-se aos palanques mais nobres do mundo e se fala o imaginário, o que se sonha ter feito, o que se deseja que as pessoas achem que se fez. Só falta a farofa visível... É, sei como é, você trai as pessoas e depois diz a todos que as pessoas é que mentem. Tem disso tudo no meu país também.

Muitas pessoas não querem saber mais do que o que a televisão diz. Estão habituadas a guiar o seu caminho e a sua vida pelo que os líderes dizem, pelo que podem obter em troca de serviços. Ver na rua mulheres - curioso serem sempre só mulheres - de pé na calçada segurando uma madeira com o cartaz de um candidato, supostamente uma propaganda, mas todas com vontade de estar noutro lugar, é doloroso. Algumas se vão sentando, encostando nas árvores, comentando que têm sono, que estão fartas de estar ali sem fazer nada. Mas não podem dizer nada em voz alta porque aquele candidato é o que o bairro defende, o que o bairro é amigo. Ninguém se arrisca, todos sabem o que acontece a quem não faz o que a maioria manda fazer. Se pensarmos por um momento que isto pode acontecer, não num bairro, mas num país continental, é assustador. Qual o melhor meio de controlar, manipular as pessoas? De poder falar com todas elas ao mesmo tempo? As mais pobres, que não se interessam em saber mais do que o que diz respeito à sua vida de todos os dias, dar de comer aos filhos e ter um teto? Dizem que as televisões públicas, mostram o que é sério quando lhes interessa e mostram receitas de bolo, novelas, reality show, quando querem menosprezar ou não querem informar do sério que acontece e não lhes agrada. Me lembra das famílias do século passado que omitiam as verdades cruéis aos seus filhos, para os proteger – como se pudéssemos proteger as outras pessoas da sua própria vida e caminho – em vez de educar para enfrentar a vida, fosse qual fosse o sucedido e que eram especialistas em segredos e no “não dito”, que na verdade era tudo dito e falado, mas nas costas das pessoas da forma e cor que bem entendiam e fosse útil para os seus objetivos. O que muitas vezes levava – nas “famílias”, ao “lawfer”, mais ou menos, como os boatos. Você vai para uma janela bem alta, abre a janela, fura uma almofada cheia de penas e solta as penas ao vento – definição de boato na peça de teatro “A Dúvida” de John Patrick Shanley, em 2004 – e a pessoa que sofre o boato terá de apanhar todas as penas, todas, para que esse boato desapareça. Sabemos bem como isso é praticamente impossível e o gosto amargo dessa almofada também, sempre que recusamos seguir as manadas, seguir o poder, seguir os que controlam e manipulam. Pensar pela própria cabeça, incomoda os outros, quando devia ser incentivado. Vida tão estranha...

Este documentário que deixo abaixo me recordou que quando vim para o Brasil, trouxe comigo um instrumento de cozinha que não existia aqui e que minha mãe me pediu para trazer e entregar a Ana Maria Braga. Minha mãe devorava seu programa porque sempre amou culinária e via que sempre ela – Ana Maria Braga – falava numa pessoa, por vezes uma portuguesa mostrando novas receitas, dessa pessoa. Parecia tão próxima das pessoas... Eu cheguei a assistir junto com minha mãe a muitos momentos desses. E quando vim, trouxe o instrumento, pensando que ia ser super fácil entregar uma prenda, afinal não ia pedir nada, ia dar, a Ana Maria Braga. Um dos desejos doces da minha mãe, muito melhor cozinheira que Ana Maria Braga. Durante anos perguntei, liguei, enviei e-mails, mensagens, o que mais puderem imaginar. Minha mãe morreu achando que eu não me esforcei, que quando aqui cheguei me esqueci desse favor, mesmo eu lhe tentando explicar que sofri um baque, um susto e uma desilusão quando percebi que o que vemos na televisão nada tem a ver com a realidade, mesmo que pareça tão bem!!! Que tentei de tudo mas que afinal aquilo é mentira, é faz de conta, que a Globo é enorme e que eles não querem saber de verdade o que dizem. O instrumento está aqui em casa olhando para mim, novo, aguardando um milagre que sei que não vai acontecer e que na verdade já nem quero que aconteça porque se quebrou o encanto, magoei demais minha mãe, descobrimos a verdade, a triste e patética verdade do mais vale parecer do que ser. Que pena! O quarto poder atrapalha muito mais do que parece...

Domingo, dia 2 de outubro, dia em que o Brasil inicia “a apanha de todas as penas que foram lançadas pela janela” e retira meninos irresponsáveis enriquecendo com incompetência e brincando de serem importantes...

Ana Santos, professora, jornalista


A Fantástica Fábrica de Golpes

https://www.youtube.com/watch?v=M6ja8zpeluY

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