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“O ESCÂNDALO SEXUAL MAIS RÁPIDO DO MUNDO” e “Ciclos” Bug Sociedade

  • Foto do escritor: portalbuglatino
    portalbuglatino
  • 10 de set. de 2024
  • 5 min de leitura

Rover Thomas

“O ESCÂNDALO SEXUAL MAIS RÁPIDO DO MUNDO” Bug Sociedade

Mais arrasador do que ver uma pessoa da qual você é fã envolvida com a página dos escândalos sexuais, é ver que nos últimos 10 anos, mais de 750 outros homens fizeram o mesmo, foram denunciados em Brasília e supostamente não aconteceu nada com eles.

É bastante natural se ouvir que Brasília é uma das mais machistas cidades do Brasil. Tão machista, que só ganhamos banheiro feminino no senado da república, em 2016. Seria engraçado supor-nos fazendo xixi no copinho, na garrafa vazia, se não fosse absolutamente inadmissível que a NASA tenha superado a barreira dos banheiros para mulheres - e negras - na década de 1940, enquanto que o senado brasileiro o fez apenas, em 2016.

Ninguém coloca algumas coisas em perspectiva, no Brasil. Parece que o gênero masculino não suporta a crítica e como “trincam e racham” por qualquer coisa desfavorável, sempre são poupados. Ando exausta disso.

Nos últimos 10 anos, passaram pelo Brasil governos de direita e de esquerda, o centrão sempre esteve ao redor de todos os poderes, passamos por golpe, impeachment, ultradireita, esquerda – mas a trajetória folgada, presunçosa e predatória masculina, no entanto, parece ter evoluído muito pouco.

É um choque vermos, depois de mais uma denúncia, homens hetero cis - que sabem muito bem o que é o machismo - tentarem “distorcer” a discussão, dizendo que a mulher pode muito bem ser mentirosa, pode não ser a vítima ou mesmo, como Trump (porque machismo não tem raça), - dizer que a culpa do assédio masculino é do gênero feminino.

No nosso caso – e Anielle é só mais uma – questiona-se a mulher, inquire-se, interroga-se, cobra-se uma declaração pública. O que ela fez? Foi a roupa? Ela deu em cima? Se jogou? O que eles podem fazer se elas querem?

Já no caso hetero cis universal, qualquer desculpa esfarrapada serve para justificar a “fraquejada” – isso é de um nível de asco que saiu até bate boca em jornal de TV por uma historiadora ter tido a ousadia de defender a culpabilidade do assediador, à medida em que nós somos as vítimas e merecemos respeito pelo trauma, pela culpa que nos assola a cada passada de mão que levamos ou pelo medo que nos silencia.

O senhor presidente da Câmara – que parece também ter a sua cota de machismo assegurada – não mexe um dedo do pé para coibir a prática. Portanto, as excelências que batem nas mulheres, xingam-nas, desrespeitam-nas, agridem-nas ficam na mesma, não lhes acontece nada. Não estou espantada por um homem de esquerda ter possivelmente “resvalado” no machismo – estou espantada pelo fato de os homens não machistas de Brasília jamais trazerem o assunto à baila; as mulheres – deputadas e senadoras – jamais terem trazido o assunto à discussão; ministras, assessoras, secretárias, jamais terem posto o assunto “o que fazer com o machismo em Brasília” sobre a mesa.

Apenas dessa vez ele tinha muitos fãs – eu entre eles. O mais lamentável é saber que, em sendo homem hetero, há sempre perigo, não importa a ideologia ou o partido. E o pior: Nada do que as mulheres falam tem eco. Aliás, o assunto já até está morrendo; se uma de nós tivesse passado a mão na bunda deles, aí sim eu queria ver o escândalo.

Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV

 

“Ciclos” Bug Sociedade

A vida parece que anda num sentido, depois noutro, ou em ziguezagues, trava, vira de cabeça para baixo, ou flui. Durante um tempo via a minha vida mudar em ciclos de 4 anos, achando que era a vida e não os projetos em que estava inserida. Achava que era fora de mim, até que percebi que é dentro. É em nós que os ciclos, as mudanças acontecem, ou não acontecem. Durante muitos anos, na profissão eu tomava a iniciativa, sabia que ali era eu quem comandava a minha vida. Ciclos que eu mesma controlava e determinava o início e o fim. Mas na família, nas questões pessoais, emocionais, uma parte de mim deixava fluir ao sabor do melhor para todos em volta. Percebi, a duras penas, que apesar de precisarmos de pensar nos outros muito, nós precisamos estar em primeiro lugar. E precisamos dominar esses ciclos, em vez de os deixar um pouco à deriva. Afinal, onde estão muitos comandando, significa que cada um comanda na direção que lhe interessa, e para que flua bem para todos, necessita existir uma negociação justa e cuidada, conversada, aberta e verdadeira. Isto é muito difícil, mas o amor faz acontecer. Desde 2013 que as minhas duas vidas estão misturadas – profissional e pessoal. É muito desafiante, mas extremamente recompensador. Fui obrigada a mudar muitas opiniões e muitas formas de viver aprendidas,  tive de amadurecer. Percebo que as pessoas que sempre me conheceram, estranham – o que faço, quem sou, no que me tornei. Na verdade, sou a mesma, apenas mostrando outros territórios de quem sou e do que acredito, e principalmente saindo dos trilhos previstos para os meus caminhos. Porque falo nisto? Porque os Para Atletas são pessoas que fizeram isso sempre, alguns desde que nasceram – eles e seus familiares, seus treinadores, seus amigos. Enfrentaram as dificuldades, enfrentaram quem eram e que limitações e talentos tinham e aí estão sorrindo, com medalhas ao pescoço, ou pelo menos olhando para o que podem fazer – não para o que não podem. Só amadurecendo e olhando de frente para a vida, conseguiram chegar tão alto e tão longe. Só comandando o rumo dos ciclos das suas vidas de acordo com o que existe dentro de cada um, da sua verdade, isso foi possível. E é assim que se chega ao que é difícil, mas ao que é sagrado. Infelizmente vamos esquecer de todos de novo até à próxima paralímpiada, e aí, em 2028, vamos exigir mais ainda, melhores resultados. E somos muito exigentes.

Dos políticos não exigimos nada. Esquecemos de tudo do seu passado. Eles então, são especialistas em esquecer, em omitir, em passar pano, em criar uma realidade paralela, um mundo que só existe na sua cabeça ou no seu mundinho repleto de regalias e vazio de obrigações. Os Para Atletas preparam-se muito bem, os que repetem paraolimpíadas preparam-se ainda melhor. Porque os políticos que se candidatam pela segunda vez, terceira, quarta, não se preparam melhor ainda? Parece que vêm mudados, mas não é mudados por dentro, é mudados por fora – mentem melhor, conseguem mais aliados, conhecem melhor os esquemas, trazem roupas mais caras, dentes novos, cabelos pintados, caras renovadas. O que continua igual, ou pior, são os discursos, a forma como leem, as promessas, as parcas preocupações com a população, as publicidades, as entrevistas, os debates. É confrangedor ouvir os momentos de campanha política na rádio ou na televisão – seja qual for o partido ou o lado político.

Quem não muda verdadeiramente na sua essência, não muda, e se não muda, não controla seus ciclos de vida. Se não controla seus ciclos de vida, não vai conseguir cumprir o que deseja ou o que acha que é capaz. E o tempo vai passar, virá outro ciclo eleitoral, mais outro, mais outro, e a nossa vida na mesma, nossas esperanças secando.

Ana Santos, jornalista, professora

 
 
 

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